Tem água nos meus pés
E gradativamente a água vai chegando até minhas sobrancelhas
Me cobre a cabeça e estou submerso
Mas sou livre
Posso voltar a superfície quando quiser
Mas não quero
Prefiro afundar
Até que meus pulmões se encham de água
Olho para todos os lados com o pouco de oxigênio que me resta
Te encontro
Com os braços presos em grilhões
Você não pode sair
E eu não posso te deixar
Então morremos
E eu acordo
Assustado
Porque não consigo te deixar ir nem mesmo nos meus sonhos
