Nada Além de Cuscuz

99 5 0
                                    


Acordo com o sol entrando no meu quarto e vejo que preciso urgentemente comprar cortinas.

Pego a toalha e vou para o banho e desço as escadas e vejo que a Anne não chegou em casa ainda, caminho preguiçosamente  até a geladeira e vejo que preciso fazer compras porque não há nada em casa e me pergunto onde a Anne come pois não há nada além de uma massa de cuscuz no armário.  Pego minha carteira e meu celular e saio para fora e vejo que eu não conheço nada aqui, olho um vapor subindo a ladeira e vou até ele e o mesmo para esperando eu chegar até ele, ele está com um fuzil atravessado em seu corpo e um radio em suas mãos o mesmo parecia ofegante e imagino que seja por causo da ladeira.

— Bom dia Betinha. – Parou assim que me viu chegando próximo dele. 

— Bom dia. – Dei um sorriso sem graça, pelo visto todos já me conhece e conhece meu apelido. – Poderia me dizer onde tem um mercado?

— Lá embaixo se for coisa simples. – Apontou na ponta da ladeira. – Mercado, mercado só lá na Barra.

— Poderia perguntar para o Eros se eu posso pedir um taxi para subir no morro com as compras?

— Vou. – Pegou o rádio. – Patrão?

— O que tu  quer? – Respondeu rude. 

— A Betinha ta perguntando se pode subir e descer um taxi aqui com as compra da casa dela?

— Larga de intimidade com a guria que pra tu é Elisabeth. – Respondeu ele e o vapor me olhou sem graça. – Pode moro? Mas chama um conhecido Buiu.  – Completou. – E ota,  não quero ela andando para cima e para baixo sem vapor não se tu que nem conhece já acha que tem intimidade imagine os outros meno.

— Pode pá.

— Que conhecido? – Perguntei curiosa. – E porque tenho que andar com um vapor em minha cola? - Cruzei os braços. 

— Um cara que as vezes faz uns corre para nois mais fica de boa ele é tranquilão. – Respondeu pegando o celular dele. – Já ta vindo e não se preocupa o Eros faz isso com quem ele gosta, embora você seja a quinta que ele faz isso. – Pensou. – Jhonny colocou uns  cinco na cola da Dai. 

— Eu não quero ninguém na minha cola não. – Cruzei os braços. - Avisa ao Eros. 

Passou-se alguns minutos e chega o taxista, ele me leva no mercado e eu compro tudo que é necessário e volto novamente para a minha casa. A Anne não chegou ainda e fico preocupada mas vejo que ela estava online no celular então sei que deve estar tudo bem faço um macarrão rápido com alguns camarões e espero ficar pronto quando olho na minha janela vejo seguranças do Eros idêntico ao de ontem e eu me preocupo, quando eu ouço bater na minha porta e eu respirando fundo vou abrir. Eros estava sem camisa dando visão a todas as suas tatuagens ele me deu um sorriso assim que abri então fiquei aliviada, ele me olhou de cima abaixo e eu vi que eu estava apenas com uma camiseta grande cumprida, de óculos e coque no cabelo, bem diferente da mulher arrumada de ontem.

— Vim bate a xepa aqui e saber que historia é essa que ta mandando os meno me da recado. – Entrou sem ser convidado. 

— Claro. – Dei espaço com ironia. – Eles não vão entrar para comer? - Analisei os meninos antes de fechar a porta. 

— Não, já dispensei para irem comer mais tarde eles vêm. – Ele foi para a panela e viu o macarrão. – Tá bonito o macarrão em Betinha? Tava levando fé que tu cozinha não. 

— Eu nem te convidei para almoçar deveria nem falar nada do que fosse a comida e outra porque me chama de Betinha ? – Fui no armário pegando os pratos e colocando na mesa, juntamente com o copo, salada e suco.

Valentina - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora