11. A porra de um fã psicopata

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DIA 3


Ainda nem são sete horas da manhã quando Lennon está amarrado na cadeira gamer, sentado no canto do cômodo do apartamento que ele usa como estúdio para filmagens de vídeos.

Dhyego, por sua vez, gira muito contente em outra cadeira típica de escritório enquanto sentado em frente à mesa que compõe a estação de filmagem, o espaço com os monitores, computadores e microfones. A mesa é tão moderna possui um controle remoto que permite movê-la para cima e para baixo.

— Então é aqui onde a magia acontece! — Dhyego declara. — Há quanto tempo você tem filmado aqui?

— Um ano. Desde que eu me mudei pra cá. — Lennon responde desanimado.

— Fala a sua senha. — Dhyego exige enquanto utiliza o teclado do computador.

— A-B-U-L-V-T-29.— Lennon diz obedecendo.

— Por que você coloca senha no computador de qualquer maneira já que você mora sozinho?

— Talvez eu já estivesse prevendo que um dia eu teria o meu apartamento invadido pela porra de um fã psicopata.

— Há, há, há. Muito engraçado. — Dhyego diz com a cara fechada, sério. — Você assiste a muita pornografia? — ele continua perguntando e agora usa o mouse.

— Eu não assisto a vídeos pornôs online. Eu faço o download dos vídeos e salvo.

— Isso tudo é medo de que algum hacker por aí flagre você, uma figura pública, perambulando em site pornô online e te exponha?

— Não é da sua conta. Eu não te devo nenhuma satisfação.

— Grosso! —Dhyego protesta como uma criança que acaba de ser contrariada. — Qual é o nome da pasta onde você guarda o seu conteúdo pornográfico?

Silêncio.

A ausência de resposta faz Dhyego se virar na cadeira e olhar diretamente para Lennon.

— Bem... Qual é o nome da pasta?

— "Trabalho de caridade". — Lennon informa contra a sua vontade e meio envergonhado.

— Você é uma figura e tanto. — Dhyego solta uma sincera risadinha e começa a digitar o nome da pasta no teclado.

Logo Dhyego corre o seu olhar por todas as miniaturas de vídeos pornôs listadas dentro da pasta e são muitos vídeos. Há certamente mais de cem deles.

— Parece que não tem nem um único vídeo de pornô hétero aqui no meio.

— Bem, isso pode soar como uma informação toda nova e chocante pra você, mas eu sou gay. — é o que Lennon diz.

— Ei, existem alguns caras gays que mergulham em pornô hétero de vez em quando. Não vamos julgar ninguém. — Dhyego diz e usa o mouse para descer a página, continua analisando tudo. — Parece também que você tem um gosto bem básico e previsível para a escolha do conteúdo pornô que consome. Eu não estou vendo nada do tipo zoofilia ou pornô de tortura.

— Me desculpe se eu estou desapontando você porque eu não sou uma aberração.

— Isso aqui é tudo vídeo de pornô de caras brancos dentro do "padrão". — e Dhyego gira na cadeira de novo. Lennon e ele, apesar de afastados, se olham bem nos olhos um do outro agora. — Então é isso mesmo, Leonardo? É a verdade que eu não queria admitir? É oficial que você só se interessa por caras brancos e genéricos e eu não tenho a menor chance com você? Você não sente atração por mim nem um pouquinho?

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