One-shots [Alicia Sierra]

4 - Perdóname

Plot: Alicia faz um acordo com o Professor para fugir do país. No entanto, as coisas não acontecem conforme o planejado durante a fuga e ela e Raquel se veem diante de uma situação que mudará o rumo de suas vidas para sempre.

Este oneshot é o flashback do Capítulo 3 – Luna. Estão avisados.

#drama #tragédia #amizade

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— E a Lisboa vai com a Sierra-

— As duas inspetoras. — Alicia o interrompe com um sorriso debochado. — Você é tão óbvio, professor.

— Se você preferir, eu posso te colocar com a Tokio. Acho que ela vai ser muito amigável com você. — Ele retruca com ironia. — Além do mais, não dá para te colocar com o Rio, porque você sabe, né? Você o torturou.

— Ai, ai, professor, un poquito menos de drama, por favor. Pensei que já tínhamos superado isso.

— Não, nós não superamos isso! E lembre-se que você só está aqui porque nós temos um acordo e porque a Lisboa pediu. Qualquer tentativa de nos enganar, eu te entrego para a polícia. Não acho que a prisão seja o lugar mais adequado para criar um bebê, mas a escolha é sua.

Um acordo, é claro! Alicia não estaria ali com eles por outro motivo. Entretanto, não se deixe enganar, as negociações que resultaram nessa espécie de aliança foram chatas, longas e quase – QUASE – fizeram o professor querer desistir.

O único impedimento, na verdade, era o fato de que já não havia mais como voltar atrás. Era pegar ou largar, literalmente, e não dava para largar uma mulher prestes a dar à luz nas mãos da polícia. Não quando ela havia se tornado quase igual aos mascarados que tanto odiava: uma foragida.

— ¡Vale! Tranquilo, eu estava só brincando.

— Nos piores momentos possíveis, Sierra. — Ele responde já irritado. — Como sempre.

Dessa vez, ela apenas respira fundo, decidindo não o contestar, e continua seguindo o Marsella e o professor até a saída do esconderijo, onde há três carros estacionados. Uma vez prontos, Sérgio entrega uma chave a cada um deles e repassa as instruções novamente. Entretanto, antes que o croata possa ir embora, ela se aproxima dele e o chama.

— Ei, Marsella! Eu te dei o paradeiro do seu ratinho e-

— É um furão, inspetora, e ela se chama Sofia.

— De qualquer forma, — Ela o ignora, revirando os olhos, e continua. — temos um combinado, não é?

— Eu sempre cumpro com a minha palavra, inspetora. Vou buscar a Sofia e depois o seu gato-

— O Comissário. — Ela o corrige.

— Até o fim do dia você o terá em suas mãos.

— Acho bom. — Ela cerra os olhos por alguns segundos, mas logo um sorriso aparece em seu rosto e ela solta uma piscadinha para ele. — Até logo, loirinho.

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Como combinado, o grupo de atracadores se divide em carros diferentes e Raquel é surpreendida ao entrar no automóvel e se deparar com ninguém mais, ninguém menos do que a inspetora ao volante.

— Alicia! — Ela se assusta. — Você não deveria estar dirigindo.

— E você não deveria estar roubando bancos, mas aqui estamos.

A ex-inspetora respira fundo e resolve ignorar as piadinhas típicas da ruiva. — Cadê o Marsella?

— Não sei, Raquel, ele não me disse para onde estava indo. Até porque eu só descobri hoje que ele não era mudo. — Ela debocha.