Grego
(2/5)Essas coisas eram foda mesmo... cheguei a acertar os tiros nos dois alemão, mas mesmo assim não consegui salvar Ana Clara, já era tarde.
Passei a mão sobre meu rosto e respirei fundo sentindo meu coração acelerar, não importa o quanto tu já passou por isso, sempre vai ser como na primeira vez.
Karen: Pai nosso que estais no céu, alguém ajuda a Clarinha! Ela ainda ta viva ela... ela tem que estar.
Encarei o grupo de amigos da gêmea e pude ver a mulher do canela se tremendo toda enquanto abraçava maycon que tava branco. Bia não mostrava emoções na sua cara, já até sabia o motivo... mas precisei desviar o olhar quando a Karen gritou de novo.
O desmaio da Vitória foi rápido, mas eu consegui pelo menos segurar seu braço e pegar ela antes que ela caia no sangue da irmã.
Grego: Porra viu, puta que pariu! — eu respirei fundo e encarei Beatriz — pega aqui meu radinho, entra em contato com o canela e manda ele vir pra casa junto com dois vapores, não fala mais nada.
Me aproximei da calçada e entreguei a Vitória já desacordada pro Maycon que foi entrando pra cuidar dela.
Grego: Karen, pode ajudar o seu amigo lá? Por favor... tenta se acalmar, seu marido já está vindo e é mais seguro dentro de casa.
Ela concordou com a cabeça e entrou ainda soluçando de tanto chorar, foi ai que a rua ficou deserta novamente.
Aquela "calmaria" que geralmente vem antes, mas hoje chegou depois da tempestade.
Bia: já mandei o papo... tão vindo!
Grego: Vê se o território ta limpo. Não tem mais nenhum vapor por esse lado, tão tudo no pico do ataque.
Bia: tu também vacilou pra caralho em irmão... já não aprendeu que em guerra tem que proteger os quatro cantos?
Concordei e esfreguei minha testa enquanto bufava. Vacilo meu mesmo.
Grego: Vê se ela ainda ta viva... se pa ainda da tempo de salvar alguma coisa.
Bia: Porra o alemão acertou o tiro no meio da testa, Grego! Outros dois de raspão e um perto do coração, ela já não tinha chances desde o terceiro tiro.
Não respondi nada, só me aproximei da calçada e sentei ali enquanto via o Canela e o resto dos soldados caminhando até a gente. Assim que ele se aproximou e reconheceu o corpo, assisti sua boca se abrir e dar um pulinho para trás.
Canela: Porra minha mulher! Cadê ela minha mulher ta bem?
Ouvi o portão da frente se abrir e logo a loira veio correndo abraçar o marido, ela tava tremendo pra caralho mas não falei nada... entendia a preocupação dos dois.
Grego: Os dois aí! Pega o corpo e leva pra boca mais próximo e com cuidado porque vai ter velório mais tarde. É bom ligar também pro postinho pra eles ajudarem nesses bagulhos de preparar o corpo — me virei pro canela que ainda tava abraçado com a esposa e respirei fundo pegando meu radinho — como ta a invasão ai?
Xxx: Metemo bala na maioria! Outros tão feridos mas já levamos pra boca pro interrogatório e os que sobraram tão recuando.
Grego: Maneirinho cade tu parceiro?
Maneirinho: po desculpa grego... tu me pegou no meio da transa foi foda.
Grego: fodasse cria! A favela é mais importante que buceta, vai tomar no seu cu. Agora eu quero que tu separe os vapores, ronda em toda favela quero que somem quantos mortos e se chegaram a roubar a boca.
Não ouvi resposta e já sabia, o que eu te falei do ego do mano? Então, se abalava até com coisa besta.
Grego: Ae canela sei que é foda mas tu precisa me ajudar a olhar o território aqui. Karen fica la dentro e ajuda a Vitória pra mim.
César se separou da mulher e concordou, ai eu já virei as costas e fui subindo a rua pra subir numa laje mais pequena.
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A Luz Da Vela [M]
Fanfiction+14| Calmo sigo como a luz da vela. Paciência, esse jogo é a vera. Tô no corre pelos meus irmãos, satisfazendo os desejos dela, não durmo e não sonho, mas quantos não tem a visão? Cidade de Deus, RJ