Ana Vitória
Se querem atualizações, bem... já faz uma semana desde a morte da minha irmã e a minha conversa com o Grego, que não teve respostas até agora. Por um lado é bom sabe, depois que aquele dia passou e eu pude respirar e pensar com calma, eu me lembrei da promessa que fiz para a minha mãe e tudo que eu iria jogar no lixo se eu entrasse para o crime, sem contar que eu não sabia nada... minha vida toda foi planejada somente para estudar, trabalhas e no fim fazer uma faculdade boa, nunca que eu imaginei que precisaria pegar em uma arma, somar dinheiro de drogas ou até mesmo vendê-las. Mas o lado ruim é que eu realmente queria aquilo, eu sentia que precisava me alinhar a eles para a vingança que se tornou minha maior meta desde estão, e lá no fundo eu queria amar e vivenciar um pouco de tudo aquilo que minha irmã se orgulhava na vida.
Hoje era domingo novamente e eu havia acordado cedo para ajudar a limpar a casa e fazer a comida. Quando acabamos tudo já era uma da tarde e fomos dormir um pouco, mas eu e bia acordamos as cinco com um monte de mensagem dos nossos amigos.
— Jogo do Flamengo Vic, tão chamando a gente para ir lá no barzinho assistir, quer ir? — minha amiga quem se manifestou primeiro.
— Vamos, mas quem vai estar lá?
— O pessoal de sempre po, o Maycon, agora a Karen e o Canela.
Concordei com a cabeça e já fui me levantando para tomar um banho rápido e me arrumar. No geral, passei creme corporal, perfume e vesti um short e um camisetão porque não sei fazer nenhuma maquiagem.
Quando saímos de cada já dava para sentir aquele clima gostoso de final de dia, e como era jogo do flamengo, um dos maiores aqui na favela, as ruas e bares estavam lotados.
Paramos em um bar na esquina da pracinha e logo de início ja deu para ver uma mesa lotada de homens e mulheres, reconheci de longe a Karen com o Canela, Maycon e... Grego.
Engoli em seco quando ele me encarou também, mas por pouco tempo já que minha amiga me puxou para sentar em umas cadeiras livres.
— Chegaram bem na hora hein! Flamengo vai entrar no campo agora, olha lá que coisa linda — um vapor disse para bia que sorriu.
Todos ali amavam futebol, alguns torciam para o Flamengo, outros para o Fluminense, mas no geral o qie importava era ver o jogo com os amigos.
Quase altomaticamente, olhei para o Grego no inicio da mesa e percebi que ele me encarava também, mas o milagre foi que eu não me intimidei, encarei mais ainda e dessa vez sem verginha ou medo. Só fui interrompida quando Karen tocou meu braço.
— Minhas batatas chegaram, quer um pouco?
Peguei um pouquinho e joguei ketchup bem rápido, só lara encarar o homem novamente, mas dessa vez ele havia sumido.
— É... gente, vou pedir uma latinha de coca lá dentro rapidão.
Me levantei rápido para não ser bombardeada de perguntas e entrei no bar que estava cheio, nem eu sabia como iria encontra-lo ali, mas eu precisava de uma resposta.
Comecei a me enfiar pelas pessoas até trombar com um homem de costas bem firmes e marcadas, só quando ele virou percebi que era Gabriel.
— Oi loirinha! Po meus pêsames pela tua irmã lá.
Fechei a cara na hora e me segurei para não xinga-lo. Então numa hora ele ta apontando uma arma para mim e enforcando minha irmã, mas na outra ele ta de apelidinho e desejando pêsames.
— Pode sair da minha frente? Quero pedir uma coca — respondi firme.
— Que isso Ana, tudo isso é pelo churrasco da semana passada? — ele se virou e falou alguma coisa para o atendente, depois olhou lara mim com uma latinha de coca na mão e um canudinho — aqui... leve como um pedido de desculpas.
Quando ele viu que eu não peguei muito menos o respondi, ele deu uma risada e pegou minha mão para colocar a coca.
— Entendo tua raiva po, e eu vou esperar até que tu possa me perdoar por completo já que agora tu trabalha com a gente.
Levantei a sobrancelha com essa fala e encarei o pessoal em volta lara checar se tinha alguém ouvindo.
— Como assim? — questionei.
— Grego não te falou? Po vacilo meu então... acho melhor tu esperar ele te falar dos bagulho.
— Não! — quase gritei — quer meu perdão? Então me fala mais sobre isso.
— Tu vai assumir o lugar da sua irmã, mas vai trabalhar na boca dele e eu quem vou te ensinar os bagulho. Ele não te avisou? Tu começa amanhã.
Não sabia se sentia tristeza ou felicidade com aquilo, mas no fundo eu estava ansiosa para o que aquilo iria me levar.
Sem falar nada, bebi um pouco da coca e dei as costas para o homem, logo em seguida comecei a caminhar até a saída onde vi Grego saindo de um beco com uma loira arrumando a saia. Eu iria falar com ele, mas se o que Gabriel disse fosse verdade, era o dever do grego falar comigo.
— Amiga? Demorou hein, senta aqui o jogo já começou! — Karen gritou.
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A Luz Da Vela [M]
Fanfiction+14| Calmo sigo como a luz da vela. Paciência, esse jogo é a vera. Tô no corre pelos meus irmãos, satisfazendo os desejos dela, não durmo e não sonho, mas quantos não tem a visão? Cidade de Deus, RJ