Lentamente abro os olhos então tento me lembrar de algo mas a única coisa que passa pela minha cabeça é a imagem do carro e depois escuridão. Quando finalmente abro os olhos observo ao redor é tudo tão confuso, uma enfermeira entra no quarto e depois sai correndo parece estar chamando o médico.
-Então você acordou senhorita Hannah.
Franzo o cenho e antes que eu perceba as palavras saem da minha boca.
-Quem é Hannah doutor?
Ele me olha como se tivesse algo de errado comigo e sinto que realmente tem, por que eu não me lembro de nada? E minha mente é uma tela em branco nunca tocada?
-Do que você se lembra querida?
A enfermeira se pronuncia então a olho pensando se realmente devo dizer.
-A única coisa que me lembro é de sentir um impacto e ver luzes e depois fica tudo escuro.
Os dois se olham e me fazem mais algumas perguntas, depois de responder todas ou tentar já que não me lembro de nada eles passam um bom tempo me examinando e depois de contar sobre minha família eles deixam meus pais e meu irmão entrar no quarto. Eu tento, por todo o tempo que eles ficam comigo no quarto tento me lembrar quem são eles, mas nada sai e me sinto impotente por não me lembrar da minha própria família.
O médico disse que talvez fosse temporário a falta de memória mas é impossível saber. Depois de dois dias no hospital e de mais não sei quantos exames fui liberada para ir embora. Durante esses dois dias minha mãe trouxe pessoas, como por exemplo meus amigos e meu namorado para que eu tentasse me lembrar o problema é que todos parecem estranhos para mim, se não fosse sua explicação de quem é quem talvez ainda pensasse que são estranhos.
Quando finalmente cheguei em casa me mostraram meu quarto e até que gostei da decoração. Estava sentada na cama olhando para o nada quando a porta se abriu era a garota que esteve no hospital, minha amiga pelo que disseram e se não me engano o nome dela é Hallia.
-Posso entrar?
Acinto e observo ela pegar a cadeira da penteadeira e se sentar nela. Os olhos dela me avaliam talvez só esteja me observando mesmo, as olheiras demonstram o excesso de sono e a falta de descanso.
-Ta tudo bem?
-Ta sim, só não acredito ainda que você tá na minha frente tão bem.
-Acho que você deve estar decepcionada.
Faço uma pequena careta o sorriso que ela me dá é reconfortante.
-Não tô decepcionada acredite.
-Você acredita que minha memória possa voltar?
Ela dá de ombros e começa a olhar ao nosso redor, olho ao redor também enquanto penso em algo para falar mas ela é mais rápida.
-Tenho que te dizer algo.
A olho enquanto espero o que vem a seguir, talvez ela esteja nervosa se formos julgar pela sua cara de medo.
-Quando você sofreu o acidente estávamos brigadas, e um pouco antes dele acontecer estávamos discutindo você correu para o meio da rua por minha causa.
Sinto meu estômago afundar quando ela começa chorar, e por alguma razão eu sei que não é assim ela não é culpada pelo que aconteceu. Me levanto e chego mais perto afim de tocar seu ombro, a puxo para um abraço e sussurro em seu ouvido:
-A culpa não é sua tá bom.
Ela não parece acreditar em minhas palavras, o que me deixa mal, mas antes que possamos continuar o assunto meu irmão aparece nos chamando para o jantar. Durante o jantar tento me sentir bem no meio daquela família e até que não é tão ruim assim, mas ainda não me sinto cem por cento. Suspiro no final do jantar quando todos se espalham pela casa, aproveito para ir para o jardim me sento na grama e respiro o ar fresco talvez eu devesse entrar mas não consigo me misturar.
-Você não devia estar aqui.
Me viro e dou de cara com Hallia que tem um pequeno sorriso no rosto devolvo o sorriso e volto a olhar para frente. A sinto sentar do meu lado mas não me viro, escuto ela suspirar e então sua voz preenche o silêncio.
-Por que você disse com tanta certeza que a culpa do seu acidente não é minha?
-Por que eu sinto que a culpa não é sua.
A olho e vejo seu olhar incrédulo ela realmente não acredita na sua inocência. Observo o céu a lua está tão bonita, começo forçar a mente para que me lembre de algo mas parece tudo em branco como se eu não tivesse um passado.
-Por que começamos brigar?
Sinto os olhos dela sobre mim espero calmamente a resposta que demora um pouco a vir.
-Jack, nos apaixonamos por ele.
-Serio?
A olho incrédula,ela parece não entender minha reação então franze o cenho.
-Serio, mas por que a reação?
-É que você parece tão apaixonada pelo Trevor. É Trevor né?
Ela acenti e ri antes de falar novamente:
-Somos amigos apenas.
Começo a rir e ela me acompanha na risada ficamos uns minutos rindo até o riso sessar e voltarmos ao normal.
-Sinceramente não é isso que parece, aliás vocês formam um casal muito bonito.
Dou uma piscadela então me levanto e saio dali, passo por Trevor e lhe dou um sorriso que ele devolve, entro na casa e vou direto para o meu quarto, preciso descansar depois disso tudo e de tentar me lembrar de minha vida começo sentir dor de cabeça. Então tomo um banho visto meu pijama e me jogo na cama.
Estou quase dormindo quando escuto baterem na porta, digo para que entre e me sento na cama afim de ver quem é. Observo meu irmão caminhar até mim com um sorriso no rosto. Dou duas batidinhas do meu lado então ele se senta ali e entra de baixo da coberta, suspiro e escoro minha cabeça em seu ombro.
-Acho que vou ter que fazer o papel de irmão mais velho hoje.
Acabo rindo e levanto a cabeça para olha-lo, ele tem um pequeno sorriso no rosto.
-Como eu era?
-Como assim?
Ele pisca algumas vezes como se tentasse se situar então o respondo.
-Sei lá, tipo a gente era próximo? a quanto tempo eu namoro? eu era feliz? sei lá qualquer informação que faça eu me sentir eu e não uma estranha no corpo de outra pessoa!
Suspiro e sinto meus olhos se enchendo de água, Max se afasta um pouco e me encara por alguns instantes antes de me responder.
-Sim somos próximos, acho que vai fazer pouco mais de um mês esse seu namoro. E sim eu acho que você era feliz, menos nos últimos dias.
-Por que menos nos últimos dias?
-Você e Hallia estavam brigando muito, acho que isso estava te fazendo mal.
Acinto e volto a me escorar em seu ombro ele não parece incomodado pelo contrário ficamos ali tanto tempo que acabo pegando no sono talvez eu tenha escutado ele saindo do quarto mas o barulho é tão distante que não sei distinguir se é sonho ou realidade.
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Hallia e Hannah - Romances Londrinos (1)
Teen FictionHallia Whit e Hannah Walker se conhecem desde sempre, amigas inseparáveis, confidentes, que apesar das diferenças aprenderam a lidar com isso, mais e se um cara entrasse e bagunçasse tudo, fizesse com que tudo virasse de cabeça para baixo, mesmo que...