Capítulo 21 - A Oficina

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Sam dizia que o tal Homem-Formiga era forte, mas, para mim é apenas uma desculpa para não dizer que apanhou feio. Steve disse que o cara não levou nada demais então, abafamos o caso.

Vi Pietro e Wanda se aproximando da mesa, sorri gentilmente para os dois porém, por dentro eu não sabia onde enfiar a minha cabeça. Terminei de comer rapidamente e me retirei do lugar.

Entrei no elevador e Pietro entrou logo em seguida, segundos antes da porta fechar. Maldita super velocidade.

Tentei evitar contato visual, olhava para todos os cantos menos para ele. Um torturante silêncio se instalou ali, parecia que nunca chegava no andar desejado.

-Não vamos conversar sobre ontem?- Ele falou pela primeira vez olhando para frente.

-Não temos nada para conversar.- Respondi ainda sem olhar para ele. O elevador parou e abriu a porta.- Eu já vou indo.- Disse saindo dali, mas ele segurou meu braço.

-Você sabe que me evitar não vai adiantar né?

-Pietro, eu não sei o que deu em mim ontem tá legal? Por muito pouco não cometemos um erro e eu não estou nem um pouco afim de estragar a nossa amizade. Com licença.- Me soltei de suas mãos e segui pelos corredores.

Era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, eu precisava me distrair um pouco, então, fui passar meu tempo na oficina.

Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, e comecei a olhar as coisas que haviam lá, pensando em vários possíveis projetos.

Pensei em fazer um uniforme novo para mim já que agora eu participo das missões. Liguei um holograma e comecei a montá-lo pensando em quais materiais eu usaria, seu modelo, etc.

Ao mesmo tempo o Pietro não saía dos meus pensamentos. O que eu faria daqui em diante? Ele está certo, evitá-lo não vai adiantar nada. Eu não queria contato agora porque eu quero algo com ele mas não tenho certeza. É um tiro no escuro. Eu posso amar mas também posso me arrepender. É 8 ou 80. Essa indecisão ainda vai me matar.

Eu sempre fui uma pessoa que tem sentimentos muito fortes, que sente tudo ao extremo, por isso tenho tanto medo de me abrir às pessoas. Quando eu amo, eu amo intensamente, quando eu odeio, não arranje briga comigo. Não sei ao certo se isso é bom ou ruim, mas, as poucas vezes que eu mostrei meu lado intenso à alguém sem ser meu pai, Pep e Nat, não deu nem um pouco certo.

Quando eu ainda morava na Califórnia, havia um garoto que se chamava Scott. Estudávamos na mesma escola, ele era bem conhecido e uma quantidade considerável de meninas o queria, mas, nem chegava perto do seu melhor amigo, Andrew, que era praticamente um ímã de garotas.

No 1° ano do Ensino Médio, eu e Scott caímos na mesma turma de matemática e fizemos amizade. No começo, ele era um cara legal, sem comentar que eu o achava o garoto mais lindo do mundo.

Pouco tempo após virarmos amigos ele passou a flertar comigo, e nossa, aquela sensação era incrível, eu me sentia nas nuvens com um dos caras mais populares da escola dando em cima de mim.

Eu obviamente sempre retribuía seus flertes, até que em uma festa do pessoal da escola, ele me chamou para um quarto. Nós ficamos lá e eu me sentia realizada, pela minha inexperiência no amor, eu estava apaixonada por ele. Meu coração quase saía pela boca e as borboletas no meu estômago já eram incontáveis. O clima tinha começado a esquentar, ele tirava suas peças de roupa mas, eu ainda não estava preparada para aquilo. Não estava pronta.

Ele tirava minha roupa, eu estava desconfortável mas, como eu o amava, se ele estivesse feliz, eu também estaria.

Quando eu estava prestes à ficar nua, não consegui mais fingir que queria aquilo. Me levantei da cama e comecei a vestir minhas roupas que estavam largadas pelo quarto. Disse para ele que não estava pronta, pedi desculpas mas, eu não queria aquilo. Ele falou que estava tudo bem, que ele me amava e que esperaria meu tempo. Eu não poderia ficar mais feliz naquela noite após ele entender meu lado.

SCARLETT STARK // Peter ParkerOnde histórias criam vida. Descubra agora