SCARLETT STARK // Peter Parker

Capítulo 34 - Convite Tentador

Desde que essa confusão toda começou, um vazio muito grande se instalou em mim. E, cada dia que se passou, as esperanças que esse vazio talvez um dia fosse preenchido novamente foi diminuindo mais e mais.

Eram muitas verdades vindo à tona, é demais para suportar tudo isso.

-Por que eu deveria te perdoar? Você matou minha família...- Falei encarando seus olhos escuros, que transmitiam escuridão, como se um passado horrível o assombrasse todos os dias.

-Eu... não sei. Vou entender se virar as costas para mim e continuar não olhando na minha cara mas... Se souber o quanto eu sinto muito, já é o suficiente.

Parei para pensar por alguns segundos. No fundo, bem no fundo, eu senti pena dele. E se tudo o que ele disse for verdade? E se a Hydra realmente controlou a mente dele e o torturou durante anos? Ele não tinha a opção nem de sequer lutar. A mesma parte de mim que sentia pena dele, queria perdoá-lo, afinal, talvez isso tiraria um enorme peso das minhas costas que eu também carregava.

-Tudo bem eu... eu vou te dar uma segunda chance, afinal, eu errei com você também. Eu quase... te matei ontem.

-Não se culpe, você tinha um motivo.

-Independente de eu ter um motivo, não deveria ter feito aquilo. Estamos quites.- Fitei seus olhos.

-Estamos quites.- Ele sorriu levemente sem mostrar os dentes, eu fiz o mesmo e voltei a andar pelos corredores em busca de Thor.

O encontrei no jardim do palácio, assim que pisei ali ele olhou em minha direção.

-Graças à Odin você saiu do quarto! - Ele me abraçou.- Estava começando a me perguntar se ainda estava viva.

-Podia ter ido lá.- Falei me afastando um pouco.

-Achei que precisasse de espaço.- Ele olhou compreensivo para mim.- E não sabia se arrancaria minha cabeça se eu fosse então...- Ele disse e um riso me escapou.

-Preciso falar com você.- Me sentei no balanço de madeira que havia embaixo de uma alta árvore, linda por sinal. Seu tronco era bem marrom, suas folhas um verde vibrante e, seu formato era exótico e lindo ao mesmo tempo. Se soubesse desenhar, poderia até fazer uma pintura dela.

-Também precisava falar com você, se não saísse daquele quarto provavelmente iria até lá com meu martelo, amenas por precaução.

-Não sabia que tinha medo de adolescentes de 17 anos.- O cutuquei com o cotovelo assim que ele se sentou ao meu lado.

-Até parece.- Ele riu.- Teria medo apenas se conseguisse levantar meu martelo.

-Aposto que consigo levantá-lo com uma mão só.- Levantei as sobrancelhas em um tom de desafio.

-Já pode me dar a grana se quiser, você não conseguiria.- Nós dois rimos.-Mas então, precisava falar com você.

-Pode falar.

-Digamos que... houve alguns imprevistos em Asgard e eu precisarei voltar para lá.

-Deixa eu adivinhar, seu irmão aprontou mais uma vez.

-Tá tão na cara assim?- Eu assenti rindo com a cabeça.- Um amigo me disse que as coisas lá estão um tanto quanto... bagunçadas.

-Mas, você acabou de voltar de lá. Como ele cria confusão no reino inteiro em alguns dias?

-Fiquei apenas 3 dias em Asgard e isso foi à meses atrás. Fiquei esse tempo todo fora buscando pelas jóias do infinito.- Assenti com a cabeça desviando meu olhar.

-Quando vai partir?

-Pretendo ir amanhã,  mas o ponto que eu queria chegar era esse: não sei se já se resolveu com seu pai ou se já tem planos, mas, como não será perigoso, queria te convidar para vir comigo.