E se o caldeirão fosse uma prisão?
E todo o poder que ele transparece ter, na verdade vem de uma fonte.
Uma criatura nunca relatada ou já vista, uma deusa que por amor teve sua liberdade tirada, e por maldade sua pele marcada.
Abandonada e esquecida...
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Sangue, muito sangue Vejo uma fêmea sendo arrastada, ou melhor sugada para dentro de um buraco.
Olho ao meu redor. Uma memória, uma lembrança, com certeza não é minha.
Não consigo me mover ou ajuda ela, apenas observo.
- Por favor!, PARE! Ela começa a gritar.
Tento rasgar o véu que me separa dessa lembrança, tento ajudar. Mais é em vão
- Achou mesmo que conseguiria fugir de mim? Meu amor, eu sou um DEUS!
Um macho que está a sua frente grita, enquanto ela tenta rastejar para fora da coisa que está agarrando e a puxando para dentro seja lá de onde for.
Ele se aproxima dela, se abaixa e segura seu queixo.
- Acha que gosto de te ver assim?, eu não sou idiota Ayla, eu sabia que iria tentar fugir. Acha mesmo que foi coincidência minha corte não estar no castelo para te impedir, não achou estranho não haver nenhum guarda? Nunca senti por ninguém o que sinto por você, se vai jogar na minha cabeça eu vou jogar na sua.
Fogo começa a se espalhar pela neve, chamas tão vivas e ardentes queimando todas as árvores cobertas de neve ao redor, o que antes só se enxergava gelo, agora só se vê cinzas.
Ela, a fêmea está fazendo isso, enquanto escorre sangue do seu nariz.
O macho que ainda segura seu rosto, olha ao redor, não com medo mais com orgulho brilhando em seus olhos.
- Tão poderosa,por enquanto vai ficar escondida e quando chegar a hora você vai ser uma arma que pretendo usar, você se ajoelhará perante mim e minha corte.
- NUNCA! Ela cospe nele
- Nunca me curvarei perante você e aqueles idiotas!, prefiro morrer a te servir. Ela grita enquanto ele limpa o cuspe.
-Você não vai ter escolha meu bem, acha que eu quero te manter prisioneira? Não importa!, eu devo. É o única maneira de você ficar comigo.
E assim que ele se levanta, a fêmea é sugada para algum tipo de portal.
Ele tira a neve do seu corpo, e para. Por um momento tenho a impressão que ele consegue me sentir.
E da mesma forma que essa memória veio, ela se vai. E sou arremessado de volta para minha mente.
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