Intro

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Finalmente, o último dia das férias de verão, o fim do meu castigo, no entanto, o começo da minha condenação.

Eu não estava indo para a cadeia ou algo assim, era muito pior.

Mas para explicar melhor teremos que voltar a dois meses atrás...

O tic-tac incessante do relógio da sala do diretor era ensurdecedor.

- Ela será expulsa diretor? – Perguntou meu pai, preocupado, fazendo com que eu me afundasse ainda mais na cadeira da sala do Sr. Turner.

Então, aparentemente, se você cobrar alguns dólares para escrever as redações dos preguiçosos e palermas da escola e o diretor descobrir, ele pode te expulsar.

- Não, Sr. Russo. Não expulsaremos a Alex.

Ou quase te expulsar.

As minhas sobrancelhas franziram com a afirmação do diretor e eu pude escutar o alívio na respiração do meu decepcionadíssimo pai.

- Nosso centro de tutoria precisa de mais tutores, e a sua filha, embora tenha feito algo muito errado e antiético, poderá se redimir...

Já sabendo aonde o diretor queria chegar, levantei a mão da maneira mais educada possível pedindo permissão para falar.

- Eu acho que essa é uma boa hora para dizer que a sua filha me ofereceu 20 dólares para eu fazer o trabalho de espanhol dela.

O Sr. Turner quase explodiu de constrangimento.

- Alex! – Meu pai rosnou.

Eu tinha acabado de completar dezessete anos, já estava com o pé na faculdade e de acordo com as palavras cafonas do Sr. Turner, meu cérebro era brilhante e eu poderia fazer a diferença ajudando as pessoas, por isso ele não me expulsou, ou talvez ele tenha se identificado com o desapontamento explícito do meu pai.

- Assim que chegarmos em casa você irá direto para o quarto e só sairá de lá para comer. – Meu pai disse com austeridade enquanto rumávamos para o carro.

- O que?! Vai me deixar de castigo? Eu não tenho mais doze anos!

- Sem TV, sem jogos online, sem música!

- Pai!

Ou devo chamá-lo de ditador?

- Durante todo o verão!

- O que?! – Exclamei indignada. – Justin não ficou de castigo nem quando ele bateu o seu carro!

Meu pai me encarou, possesso.

- Você não é o Justin. Agora entra no carro e não dê mais nem um pio.

Ficar de castigo o verão inteiro como uma criança desobediente foi um saco, não pude sair para lugar nenhum e não vi meus amigos, mas pelo menos o meu pai não deu uma de Hitler e confiscou os meus livros.

- Por favor, me conta alguma novidade... – Implorei equilibrando o telefone transparente no ombro enquanto construía um castelo de cartas no chão do meu quarto. – Parece que vou desmaiar de tédio hoje.

- Uhhh...

- Qualquer coisa, Mason.

- Eu comprei o Devil May Cry 4.

- Maneiro. O que mais?

- Uhhh... Ah, tem uma menina nova na cidade, o nome dela é Mitchie e ela vai estudar na PHS.

- Coitada. Aí... você tem visto a Stevie? – Perguntei como quem não quer nada.

Mason riu.

- Ela ainda está com aquela universitária se é o que quer saber.

Grunhi de leve.

Não era como se eu tivesse alguma chance, mas...

Bom como ia dizendo, era o meu último dia presa dentro de casa, meus pais não estavam mais tão enfurecidos, na verdade eles estavam aliviados, eu ainda tinha onde estudar e a minha admissão na faculdade continuava intacta. Agora só precisava andar na linha, não que eu fosse uma garota rebelde, mas eu tinha os meus momentos e os meus segredos.

Hopelessly AddictedOnde histórias criam vida. Descubra agora