Capítulo 8: Let Me Kiss You

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O tintilar dos talheres nos pratos de porcelana sobre a mesa e o aroma apetitoso das batatas assadas da minha mãe preenchiam a sala de jantar.

- Está animado para o jogo de boas-vindas filhão? - Meu pai perguntou entre mastigadas.

- Estou tranquilão, pai... - Justin respondeu presunçosamente cortando a carne. - Eu sei que vou arrebentar a boca do balão!

Quase engasguei rindo com a boca cheia de vagem.

- É assim que se fala meu filho! - Minha mãe comentou orgulhosa picando a carne do Max.

Bebi um pouco de água sem conseguir conter o riso.

- Qual é a graça, Alex? - Justin inquiriu.

- Você conversa igual um velho de setenta anos. - Caçoei fazendo meu irmão mais novo rir. - Como consegue ser popular na escola?

Os olhos de Justin se deslocaram para os de nossa mãe.

- Viu como ela adora me provocar o tempo todo? Merece ficar de fora da surpresa! - Falou de um jeito espertalhão.

Frisei as sobrancelhas.

- Que surpresa? - Alternei o olhar entre os meus pais.

- É um presentinho por bom comportamento... - Meu pai explicou.

- Eu ganhei um walkie talkie! - Max falou sorridente.

- Espera aí... - Pausei intrigada. - Se é uma surpresa então como o Justin sabe?

- O espertinho nos ouviu conversando. - Minha mãe disse tomando um gole de vinho.

- Que coisa feia Justin, espionando os nossos pais.

Pensei que Justin se irritaria de novo, mas ele sorriu ladino.

- Não só os nossos pais.

Parei com o manuseio dos talheres e encarei o garoto insuportável que mastigava com uma feição ardilosa.

- O que quer dizer com isso seu asno?

- Eu não sei Alex, o que será que eu quero dizer? - O tom de mistério fez com que eu semicerrasse os olhos. - Ou devo perguntar para a Stevie o que eu quero dizer?

Cerrei os dentes batendo com tudo o punho na mesa ao me levantar rompantemente da cadeira assustando a minha família.

- O que é isso Alex?! - Exclamou meu pai, confuso.

- E-Eu... - Engoli em seco vendo suas expressões perplexas. - Eu perdi a fome.

Me retirei com urgência e segui disparada até o meu quarto. Escorei as costas na porta depois de fechá-la respirando espavorida e me sobressaltei com o som de notificação do computador. Com a mão no peito, rolei os olhos para o meu delírio balançando a cabeça e me direcionei até a escrivaninha puxando a cadeira para me sentar. Havia uma nova mensagem de Mitchie, segurei o mouse e cliquei para abrir a janela.

Mitchie diz:

- está aí?

Soltei um suspiro pesado teclando uma resposta.

Alex diz:

- sim

Recostei a cabeça no encosto da cadeira fechando os olhos.

Faltavam menos de vinte e quatro horas para o meu esperadíssimo grande encontro com a garota dos meus sonhos e eu não sentia sequer um pinguinho de animação, estava nervosa, mas nem um pouco animada como deveria estar. E para ser completamente honesta, eu sabia que alguma coisa havia mudado dentro de mim, algo que eu não queria admitir e tinha pavor de confessar.

Hopelessly AddictedOnde histórias criam vida. Descubra agora