Fernanda
Estava na minha casa arrumando meu material para o início das aulas quando sem querer eu bati em um retrato meu e do Léo. Ele caiu no chão fazendo os cacos se espalharem por todo lado, na mesma hora escutei um som muito alto de explosão que me fez se assustar
Corri até a janela do meu quarto e vi uma enorme fumaça subir até o céu, meu coração disparou na hora. Dei a volta e sai do quarto correndo, desci as escadas e minha mãe estava saindo para fora também
Eu e ela descemos a rua correndo e de longe já dava para ver um monte de gente ali reunido, dava para escutar também uma mulher chorando muito alto, na verdade estava mais para gritando
Fui afastando as pessoas para tentar passar e quando atravessei eu senti como se meu chão tivesse abrido e uma pessoa apertasse meu pescoços com tanta força que todo meu ar sumiu. Um gelo passou por meu corpo e na hora eu começo a tremer
As palavras sumiram da minha boca e parecia que tudo tinha parado, apenas voltei a realidade quando minha mãe me chaqualou
Ysabela- Liga para a ambulância- Falou me dando um toque
Eu peguei meu celular e disquei os números sem nem olhar, coloquei ele no ouvido e comecei a falar com a moça do outro lado, eu nem sabia o que estava falando, as palavras foram saindo sem eu nem perceber
Quando ela desligou o telefone eu corri até ele e me abaixei ao seu lado
Fernanda- Léo acorda por favor- Murmurei tocando seu rosto com cuidado- Por favor Léo
Leticia- Eu não posso perder meu menino, não posso- Dizia chorando
Fernanda- Para de dizer isso- A olhei- Ele não vai morrer, ele vai ficar bem- Murmurei
O olhei e senti as lágrimas descer, o rostinho dele estava com vários machucados e sujos de poeira, algumas partes da roupa dele estava queimada mostrando que provavelmente tinha queimado sua pele também
Meu coração estava tão acelerado e minhas mãos tremiam sem parar, a respiração dele estava muito fraca e mal dava para sentir
Fernanda- Se você me deixar eu juro que eu vou até o quinto dos infernos dar na sua cara- Murmurei- Por favor, fica com a gente
Todos estavam ali e falavam coisas da qual eu não fazia questão de ouvir, eu estava em um estado de choque onde meu corpo não reagia a nada
Minha mãe me levantou e vi os paramédicos chegarem, Letícia e VT ficaram ali o tempo todo e ela não parava de chorar. Olhei para o lado e vi Maria parada feito uma estátua, ela não esboçava reação nenhuma. Parecia estar tão em choque quanto eu
Eles colocaram o Léo na ambulância e minha mãe me levou para o carro e depois a tia Melissa entrou com a Maria. Eu fiquei em silêncio esfregando minhas mãos suadas em minhas calças
A uns minutos eu estava no meu quarto e agora estou aqui, indo para o hospital sem saber se meu namorado vai chegar lá vivo
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Depois de horas ali sentada eu já não aguentava mais, minha vontade era de entrar dentro daquela sala e obrigar os médicos a me dizer alguma coisa
Eu odiava essa espera, fazia nosso medo ficar ainda maior e todas as vezes que a porta se abria surgia um resticio de esperança de ser o médico
Ysabela-Aqui, toma esse café -Me entregou um copo
Fernanda- Eu não quero- Suspirei- Quanto tempo vai demorar isso? Eu não aguento mais