Maria Luiza
Quando eu achei que estava conseguindo me recuperar vem essa bomba e caí no meu colo. O que aconteceu com meu irmão me deixou devastada e mediante a tudo que eu já sofri, eu entrei em choque
Eu não conseguia falar, nem comer e muito menos dormir. Passei a maior parte do tempo no hospital ao lado dele e hoje já se completa três meses que ele está aqui
Ele não teve reação alguma, suas pupilas estavam dilatadas ainda e isso significa que ele não iria acordar. Mas a minha mãe não deixou que os médicos desligassem os aparelhos por mais que dissessem a ela que ele estava sofrendo
Eu entrei no quarto e abri as janelas para entrar um pouco de ar, me sentei na cadeira ao seu lado e como sempre começei a contar como estava indo as coisas. Por mais que ele não me ouvisse
Maria- Eu entrei para a faculdade de biomedicina- Sorri- Eu sinceramente achei que ia fracassar, mas consegui
Suspirei fundo ainda o olhando, se ele pudesse falar com certeza ia fazer alguma piadinha sem graça
Maria- E o pessoal está todo mundo bem, o bebê da Ysa é uma menina. Mg quase surtou- Ri- E a Kim está morando com o Marcelo, mas eles não estão juntos. Na verdade não parecem muito felizes mas o tio pesadelo que obrigou. Bom, não tem nada de muito novo além disso
Dei ombros e me encostei na cadeira suspirando fundo e acabei bocejando, era horrível essa sensação mas já estava acostumada pois toda semana eu desabafava no túmulo do Zach
Maria-Queria que acordasse logo- Murmurei segurando sua mão
Suspirei fundo e me levantei para sair dali quando senti ele apertar minha mão, na hora o olhei assustada
Maria- Você...- Coloquei a mão na boca- Aí meu Deus
Soltei sua mão e corri até o lado de fora onde estava meus pais e o médico conversando
Maria- Ele apertou minha mão...eu senti, ele apertou- Digo apavorada
Os três me olharam assustados e o médico entrou correndo no quarto, ele começou a examinar meu irmão e depois me olhou
-Tem certeza disso? - Me encarou- Ele está do mesmo jeito, nada mudou
Maria- É claro que eu tenho, eu senti- Murmurei- Ele apertou, é sério
VT- Querida, talvez tenha sido só impressao- Se aproximou
Maria- Não, não foi. Eu senti mesmo, é serio- O olhei
-Não sei como isso foi possível, ele não tem reação nenhuma aos estímulos cerebrais
Leticia- Querida, acho que você precisa descansar um pouco- Segurou minha mão
Maria- Vocês não acreditam em mim não é?- Encaro todos eles- Mas eu sei o que senti, ele apertou mesmo
VT- Vamos tomar um café, você anda muito cansada- Ele segurou em meus ombros e me levou para fora do quarto
Maria- Mas pai, eu senti. É sério, eu senti mesmo-Murmurei
VT- Princesa, eu acho que você está muito abalada ainda, é normal sentir ou ver coisas que quer muito, mas não são reais
Maria- Mas...-Suspirei- Tudo bem
Eu tinha certeza que ele apertou minha mão, não era coisa da minha cabeça. Foi muito real e eles iriam ver assim que ele acordasse
Maria- Eu tenho certeza que senti, não to ficando maluca- Murmurei enquanto enchia o copo com café
Felipe- Tem certeza disso?
Ao ouvir sua voz eu gelei, deixei o copo na mesa e me virei para ter certeza de que aquilo não era uma alucinação
Maria- Meu Deus....Felipe?- O encarei e o mesmo sorriu
Felipe- Sim, sou eu mesmo- Riu- Desculpa a demora
Maria- Não acredito- Murmurei, por dentro eu estava tão feliz em ver ele
Felipe- Depois de todo esse tempo, achei que merecia ao menos um abraço- Ele sorriu e abriu os braços- Prometo não te beijar
Maria- Como você é idiota- Sorri e o abraçei fortemente
Leticia- Maria...Maria acorda- Senti ela me cutucar e abri os olhos
Senti uma tristeza tão grande ao perceber que era tudo um sonho. Olhei para os lados e estava sentada na cadeira ainda, nada daquilo tinha sido real
Maria- Mãe...o que?- Murmurei confusa
Letícia- Olha....ele está abrindo os olhos- Disse chorando e me levantei depressa
Maria- Aí meu Deus... Léo- Toquei seu rosto e ele foi abrindo os olhos devagar
Leticia- Ele acordou, meu bebê está acordando- Começou a chorar mais
Maria- Eu vou chamar o medico- Murmurei e sai do quarto e ele já estava vindo com meu pai
-Não é possível- Ele murmurou olhando Léo- Ele está mesmo acordando
As enfermeiras entraram e ajudaram ele a tirar os tubos de dentro do meu irmão, Léo começou a tossir e coloquei as mãos sobre o peito. Eu nem podia acreditar que meu irmão estava mesmo voltando a vida
- Como se sente rapaz?- O médico perguntou enquanto o examinava
Léo tentou falar mas parecia que tinha se esquecido de como fazia isso, sua expressão era de quem estava muito confuso e perdido
-Vamos dar um tempo a ele, foram muitos meses desacordado o cérebro está voltando a funcionar aos poucos- Sorriu- Mas só dele já ter acordado é um grande avanço, vou deixar vocês sozinhos. Se precisarem me chama
VT- Obrigado doutor- Ele sorri e o médico saiu
Letícia- Está tudo bem querido, eu estou aqui- Segurou a mão dele
Leonardo- Quem...- Ele tentou falar novamente- Quem é você?
Leticia- Como assim quem sou eu? Eu sou sua mãe meu amor
Leonardo- Eu....eu não me lembro...-Murmurou- Eu...não... sei quem são vocês
Meus pais se entre-olharam e eu dei um passo para trás, não era possível que ele não conseguia se lembrar. Isso tinha que ser apenas uma pequena sequela
>>>
Os médicos examinaram e examinaram meu irmão diversas vezes, e foi concluído que ele teve perca de memória por conta de tudo que ele passou e agora o cérebro dele está reagindo apagando ás informações
A Fernanda não reagiu nada bem a isso, e era de se esperar. Mas ela estava feliz por ele ter acordado, agora a nossa esperança maior é que ele volte a se lembrar das coisas
Maria- Como ele está?-A encarei
Fernanda- Acho que bem, contei a ele tudo que aconteceu- Murmurou- Ele não se lembra de mim, mas eu tenho certeza de que, o que ele sente ainda está lá em algum lugar
Maria- Com certeza- Sorri- Ele vai se lembrar, já temos que agradecer dele está vivo
Fernanda- É...- Suspirou- Pode ir para casa, eu vou ficar aqui com ele
Maria- Tem certeza?- A encarei
Fernanda- Tenho- Sorriu- Até porque, acho que você tem outras coisas para de preocupar
Ela fez um sinal com a cabeça e assim que olhei para trás vi Felipe parado na porta com flores em uma mão enquanto sorria.
Felipe- Oi loirinha. Desculpa a demora- Sorriu
Dessa vez não era um sonho, ele estava mesmo ali parado na minha frente.
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