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Ryan

Eu cresci em meio ao tráfico, quando eu era criança vivi com a minha mãe no morro do complexo e na minha adolescência meu pai me levou para a Itália e nunca mais pude voltar. Ele me ensinou tudo sobre o mundo do crime, diversas vezes vi ele matar e torturar pessoas

Ele sempre foi um monstro, as pessoas abaixavam a cabeça quando ele passava de tanto medo que sentiam. Ele nunca teve piedade de ninguém e nunca amou alguém, apenas me afastou da minha mãe por raiva dela e para lhe punir

Quando minha mãe não aguentava mais a distância ela contou ao pai que eu não era seu filho e na mesma hora ele entrou no jatinho e me trouxe para cá, ele matou minha mãe na minha frente e eu não pude fazer nada e depois disso voltamos a Itália novamente

Esses anos se passaram e ele decidiu que era hora de eu seguir meu caminho, então peguei minha irmã e vim para o Morro. Dei um fim no antigo dono e agora eu tomo conta

Todos os dias quando acordo eu olho para as casas e me lembro de minha mãe e o que eu não pude fazer por ela. Mas isso é um capítulo que estou apagando, minha nova visão agora é tomar conta de todos os morros e mostrar para aquele cara que posso ser mais poderoso que ele.

Maitê- Você não deveria ter feito aquilo- Me encarou séria- Você sabe que atacar eles pode ser pior

Ryan- Eu não ligo- Dei de ombros- Aquele cara é muito famoso por aqui, e eu vou derrubar ele

Maitê- E pretende fazer isso quase matando um dos garotos dele?

Ryan- Não todos- Ri- Fica fria, eu ja tenho o garoto que quero

Abri a porta e entrei no porão mostrando a ela, puxei a cortina e a mesma fez uma expressão de surpresa.

Maitê- Eu não acredito. Esse é o filho do Pesadelo?

Ryan- Sim- Sorri- O Pesadelo acha que ele está em São Paulo

Maitê- Você ficou maluco?- Me encarou séria

Ryan- Não- Sorri- Apenas estou com uma carta na manga

Maitê- E o que vai fazer com ele?- Se aproximou do garoto segurando o rosto do mesmo- A quanto tempo ele está sem comer?

Ryan- Um dia acho- Dei de ombros- Ele tentou fugir e agora está sendo castigado

Erick- Eu vou....te matar- Sussurrou quase desfalecendo

Ryan- Tabom querido- Balançei a cabeça- Vamos sair daqui, acho que ele precisa descansar um pouco

Maitê- Você está se metendo em muita confusão- Balançou a cabeça negativamente

Saímos dali e tranquei a porta, não sei se foi uma boa ideia mostrar o porão a ela. Agora a mesma vai ficar falando um monte na minha cabeça

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Erick

Quando eu estava indo para o aeroporto naquele dia, no meio do caminho fomos surpreendidos por carros pretos nos forçando a parar. Uns homens de capuz desceu armados e nos forçou a sair do carro

Eu tentei ligar para meu pai mas não consegui, um deles me jogou no chão e amarrou minhas mãos, colocaram um capuz em minha cabeça e depois disso não vi mais nada

Nos primeiros dias eu fui obrigado a atender as ligações da minha mãe e mentir dizendo que eu estava bem. Mas na verdade eu estava aqui no porão amarrado feito um animal.

Os meses foram se passando e a esperança de que a porta se abra e meu pai passe por ela foi ficando cada vez menor. Parecia que ninguém tinha dado por falta ainda

Eu tentei fugir um dia desses mas fui pego e agora como castigo eu estou sem comer e sem beber. Meu corpo está super fraco e eu mal consigo manter os olhos abertos ou até mesmo falar.

Ele entrou com aquela mulher e depois foi embora, eu desejei que ele explodisse.

Tempo depois que eles saíram tudo ficou escuro e percebi que já estava de noite. Ali não tinha uma luz, a única coisa que iluminava era os raios de sol que entravam pela pequena janela

Meus olhos arderam quando a porta se abriu e uma lanterna bateu contra meu rosto. Eu semicerrei os olhos tentando ver quem era mas não consegui

Erick- Quem está aí?- Murmurei quase sem voz

Maitê- Xiiu...- Escutei sua voz e levantei a cabeça a olhando- Eu trouxe comida

Ela afastou a lanterna e pude lhe ver melhor, a mesma colocou uma cadeira a minha frente e virou um copo de água em minha boca e eu bebi tão rápido que me engasguei

Maitê- Devagar- Disse baixo- Aqui, coma um pouco

Ela levou um pedaço de pão até minha boca e eu começei a mastigar sentindo minha barriga arder de tanta fome.

Erick- Por que está fazendo isso?- A encarei e ela me deu outro pedaço

Maitê- Não faça perguntas, apenas coma logo- Ela misturou uma comida ali e me deu na colher- Se meu irmão me pega aqui ele me mata

Erick- Me solta- Digo com a boca cheia- Me deixa fugir.

Maitê- Eu não posso. Mas prometo vir te alimentar- Ela deu um pequeno sorriso- Você não vai morrer aqui

Erick- Por que está fazendo isso por mim?- Começei a tossir enquanto a olhava

Maitê- Já disse, não importa- Ela me deu mais um pouco de água e se levantou- Eu preciso ir

Erick- Só me diz onde eu estou- A encarei- Por favor

Maitê- Desculpa...- Ela disse baixo e suspirou- Não posso fazer isso, eu nem deveria está aqui

Erick- Você sabe que meus pais vão me achar- A olhei

Maitê- Espero não estar aqui quando isso acontecer- Deu um sorriso fraco e pegou sua lanterna saindo dali

A luz voltou a se cessar deixando apenas a claridade da luz. Eu me sentia um pouco mais forte depois de ter comido, mas eu ainda continuava com fome

Eu precisava dar um jeito de avisar minha família, eu não podia ficar aqui por mais tempo ou então eu iria literalmente morrer.

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×Maitê na foto×

_Beijos da isa_

Pivetes Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora