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Erick

Sabe aquela sensação de ir no inferno e voltar? foi isso que eu senti em todos esses dias

Foram os piores dias da minha vida, eu nunca sofri tanto assim. A cada minuto que passava parecia que eram horas, o tempo estava parado ao meu favor enquanto eu sofria feito um animal

Eles tentavam de todas formas arrancar informações de mim, queriam saber sobre meus pais, meus irmãos, meus tios e todos que estavam a minha volta, queriam informações até da Rocinha. Coisa que eu nem tinha

E toda vez que eu negava falar algo eles faziam alguma coisa, me batiam até eu desmaiar, ou me dava choque, infiavam minha cabeça em bacias com água até eu sufocar, ou me davam facadas em pontos não vitais

Todas as noites eu implorava pela minha morte, eu não aguentava mais aquilo, eu não aguentava mais sofrer

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Depois de levar um surra por um dos grandalhões eu apaguei geral, não vi mais nada

Quando comecei a abrir os olhos com muita dificuldade pois eles estavam inchados e machucados eu percebi estar em um lugar diferente e recebendo medicações nas veias

Escutei de longe umas vozes mas ainda assim não conseguia enxergar bem, aquilo estava me deixando aflito

Levei um pequeno susto ao sentir alguém pegar na minha mãe e reconheci aquela voz. Era minha mãe

"Será que eu morri e estou alucinando?"

Melissa-Oi meu amor...sou eu- Escutei sua voz de longe- Que bom que acordou, aí filho....você está tão machucado

Erick-M..... mãe-Consegui falar umas coisas- Mãe?

Comecei a chorar, eu sempre fui bem chorão e não me envergonho disso. Homens também tem sentimentos e podem chorar

Melissa- Está tudo bem, você está em casa. Você está livre meu filho- Sua mão quente começou a passar com cuidado por meu rosto- Ninguém vai te machucar mais

Erick- Mãe- Era a única coisa que eu conseguia dizer

Meu maxilar estava quebrado então não podia mover muito a boca

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Depois de um tempo minha mãe foi pra casa, vi pela fresta da janela que estava escurecendo. O por do sol estava bem na direção da minha janela, mesmo com os olhos zuado eu ainda conseguia ver um pouquinho

Suspirei sentindo cada canto do meu corpo doer, eu estava arrebentado. Ficar sozinho ali estava me deixando desesperado

Escutei a porta se abrir devagar e me virei assustado, estava com medo de qualquer coisa. Sim! Estou muito traumatizado

Forcei um pouco a vista para tentar ver melhor e a pessoa foi se aproximando e se sentou na cadeira ao lado da minha cama

Emanuela-Oi- Escutei sua voz que parecia de choro- Estou tão aliviada em te ver

Segurei sua mão com força e suspirei

Emanuela- Eu fiquei com tanto medo de você ter...-Ela continuava chorando- Aí, que bom que você voltou

Eu queria levantar e abraçar ela com tanta força, mas eu mal conseguia mover um braço

Emanuela- Eu sinto muito, de verdade- Senti sua mão tocar meu rosto com cuidado- Você vai ficar bem, eu prometo

"Eu queria tanto te beijar agora"

Emanuela-Queria poder ouvir o que tem a me dizer, mas tudo bem- Ela deu um sorriso fraco- Eu preciso ir agora

Pivetes Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora