14 - Enrascada

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Narração - Liz•
•10h32 am - 22/02/2020•

A mente da cientista estava a mil. Diversas suposições surgiam e se esvaziam a todo o momento e a única coisa que podia ter certeza era que Joui não sairia daquele jeito com aqueles vermes por livre e espontânea vontade, não sem um bom motivo. Tinha certeza que naquele olhar nublado e desesperado que o japonês lhe lançou significava algo, só precisava de mais um tempo pra compreender..

- Liz, a última vez que vimos esse povo foi quando... - Thiago iniciou, tão preocupado quanto.

- Eu sei, quando aquele maldito estava atrás do Joui, eu sei. - Bufou, frustrada. - Eu não sei onde chegar com isso, será que eu deveria ligar pra ele? Ou isso pode piorar as coisas? EU NÃO SEI!

- Elizabeth, olha pra mim. - O jornalista tinha uma clara expressão de preocupação estampada no rosto, segurou o rosto da morena entre as mãos a fazendo parar e respirar fundo. - Nós vamos dar um jeito, confia em mim, nós sempre damos.

- Certo, vou respirar. Trás uma dose pra mim, por favor, vou fazer meu trabalho. - Por fim disse séria, indo até o armário num canto da sala e puxando uma pasta de documentos antigos dali. - Se não estivermos errados, e eu confio na minha intuição, o verme do pai do Joui tá envolvido nisso... E se for isso, Thiago... Eu vou arrumar um jeito dele apodrecer na cadeia de vez.

O Fritz voltou com dois copos de whisky e os pôs sob a mesa, agora com o olhar determinado.

- Nós vamos.

[°°°]

Narração - Cesar•
•10h40 am

O moreno tinha a cabeça borbulhando, andava de um lado para o outro no quarto de hóspedes onde havia se enfornado na casa de Elizabeth. O clima ao redor era tenso, algo muito sério parecia estar acontecendo e César não conseguia entender o que realmente se dava por ali. Se sentia frustrado por ver o asiático beijando outro cara... Se bem que não foi bem um beijo cheio de vontade... Droga! Tudo estava uma confusão.

- Hey, gracinha... - Arthur deu alguns toques na porta antes de entrar no cômodo com um copo de chá quente na mão, o levando para o melhor amigo. - Você precisa espairecer um pouco, Cesá.

- Eu sei... Eu só fiquei tão...

- Enciumado? - Sorriu provocativo e recebeu um olhar reprovador do pintor. - Bom, eu estava lá, vi sua reação.

- Eu sei que a gente nem estava tendo nada sério, mas... Aí merda, eu não sei ok? - Se jogou na cama e respirou fundo. Gostar das pessoas é difícil demais, pensou.

- Bom, então você precisa entender quem eram aqueles caras e também que provavelmente o Joui tá numa enrascada, amigo. - Sorriu um tanto triste e se sentou ao lado do moreno.

Cesar aceitou a bebida e se sentou dando um longo gole, sentindo o corpo esquentar por dentro e o relaxando de leve, tentando soltar os membros tensos.

- Como assim enrascada?

- Bom, o Joe já chegou a te falar sobre a época em que ele precisou fugir do pai, não é? - O músico parecia meio acanhado ao contar, um pouco desconfortável. Cesar imaginou que o motivo era a história ser pessoal... Bem pessoal.

- Sim, ele me contou sem muitos detalhes, porque? - Questionou já um pouco aflito, só de lembrar da expressão de Joui contando sobre seu passado naquela outra noite... Ele parecia ter tanto medo.

- Depois da gente ter conseguido ajudar ele a fugir no dia do incêndio, Joui basicamente começou a ser perseguido por um grupo de pessoas que o pai enviou, ele mal podia sair na rua sozinho e entrava em pânico durante a noite... Tinha tantos pesadelos, foi uma época muito complicada. - Suspirou, os olhos grudados no chão e as mãos presas uma a outra expressando o nervoso. O Cohen pode sentir o pesar nas palavras do melhor amigo. - E o pior de tudo, esse grupo envolvia pessoas que já foram importantes demais pra ele, o Gal, o cara de cabelo preto, cresceu com o Joui, basicamente, as famílias eram parceiras de negócios e tal, então eles eram muito amigos, o Kian, o loiro namorado do Gal, veio depois, eles eram muito amigos também. Só que o que destruiu a mente dele de verdade foi Nathaniel, o namorado do Joui.

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