Luzes e pisca-piscas por toda parte, neve cobrindo o chão e pinheiros totalmente decorados enchiam a vista.
O cheiro de assado pairando no ar, o som das crianças brincando e a música feliz que o coral no centro da praça cantava apenas completavam a sensação mágica que era típica da véspera natalina.
Estranho era a data que esses eventos aconteciam: 1 de abril de 2020.
Não, não era mentira e muito menos irreal, acontece que a nossa história se passa em um lugar diferente de onde estamos acostumados a viver.
Hoje irei lhe contar o que aconteceu a muitos anos atrás, nesse mesmo dia, no país dos Calendados.
Mas o que é país dos Calendados? Você me pergunta.
Ora... Irei explicar com calma, pois para Não-Calendados, como você, pode ser difícil entender como funciona esse mundo tão mágico das datas.
A cada data festiva, a cada feriado que o mundo Não-Calendado cria, um novo pedaço de terra surge; além das montanhas mais altas e depois dos lagos mais fundos; muito longe de tudo e, ao mesmo tempo, muito perto de todos, num lugar onde a magia mantem tudo em harmonia: o país dos Calendados.
E, como esperado de um lugar que se expande a cada festividade criada, o país dos Calendados é dividido em várias áreas demarcadas.
Dia dos mortos, Dia de São Patrício, Páscoa, Inti Rayme...Todo povo, com qualquer crença, tinha um espaço, um distrito, em Calendados; e as pessoas que moravam nesses distritos tinham a missão de trabalhar para fazer a festividade acontecer.
Não se sabe como essas pessoas chegaram lá. Alguns cogitam que os ventos do Norte sussurraram nos ouvidos dos mais espirituosos para que fossem até Calendados, outros que a própria magia da terra brotou bebês a partir de espigas de milho... Enfim... Não se sabe como chegaram, mas todos os que habitam o país dos Calendados são chamados de calendos.
Nossa história de hoje é sobre um desses calendos; um calendo do distrito do Natal, para ser mais exato.
Seu nome era Kyle Broflovski, um homem alto e esguio, cuja postura e refinaria deixava a invejar a mais alta corte. Seus olhos pareciam jades, mas carregavam uma frieza felina que seria capaz de congelar o Everest com apenas um olhar. Seus cachos ruivos e suas marcantes sardas combinavam perfeitamente com suas orelhas pontudas, típicas dos moradores do distrito do Natal.
Mas se engana quem pensa que Kyle Broflovski é um elfo. Não, não, não! Isso soa até como blasfêmia!
Não te culpo se tiver pensado isso, caro leitor, afinal você é um Não-Calendado, mas, por favor, não cometa esse mesmo erro.
Apesar do país dos Calendados ser um lugar mágico, ele ainda é muito rígido com seus habitantes.
O que isso quer dizer? Que dentro dos distritos que separam as festividades, existe um esquema de castas; sim, castas, a forma de estratificação social primitiva e frustrante.
Cada distrito tinha sete níveis de casta:
No primeiro ficavam o líder do feriado, o calendo que liderava a festividade do distrito, e sua família; se for pra usar de exemplo o distrito do Natal seria, obviamente, o papai Noel e sua família.
No segundo nível ficavam as pessoas que trabalhavam em contato direto com o líder do feriado. Normalmente o líder se escondia dos outros calendos, para evitar muvuca e bajulação, então as pessoas da casta dois acabavam sendo poucas e de extrema confiança, além de servir de ponte entre a casta um e todas as outras.
No terceiro nível tinham os diplomatas, que mantinham em ordem tudo o que acontecia dentro do distrito e comandavam as relações com os outros distritos.
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Resgate de Páscoa -SP Style
FanfictionEm meio a uma onda de caos Kyle vê sua posição de prestígio ser posta à prova. Para salvar sua cabeça ele terá que dar o braço a torcer e talvez se deixar amolecer pela presença de um moreno dentuço. [Style week 2020 - Feriados]