Escuridão.Ela estava mergulhada em escuridão. Não sentia frio nem calor. Era tudo um silêncio familiar.
A palavra sempre rodava na sua cabeça. As vezes como gritos, as vezes como sussurros, as vezes como ecos.
Sonserina com problemas de raiva. Hermione se sentia caindo. Ela sentiu como se fosse a Alice, caindo na toca do coelho em câmera lenta.
Gatos comem morcegos?
Caía. Caía. Caía.
Gatos comem morcegos?
Respire, Hermione.
Morcegos comem gatos?
O vazio. Ela estava no meio do vazio. Onde existia tudo e nada. Escuro e silêncio. Ela estava inundada de vazio.
Sempre.
Aos poucos, ela sentia como se conseguisse respirar novamente.
Respire, Hermione.
Ao longe, ela viu algo. Era como um lampejo de luz oscilante. Hermione tentou chegar até lá, mas sentia como se não consegue sair do lugar. A luz oscilante parecia brilhar cada vez mais forte.
Tudo parecia silencioso, e tudo o que ela escutava eram seus próprios pensamentos, o problema é que sua cabeça estava muito barulhenta ultimamente.
Sol, margaridas, amarelo maduro.
A luz oscilante parecia próxima. Vultos. E mais escuridão. Respire, respire, respire.
Hermione conseguiu abrir os olhos. Como assim eles já não estavam abertos? Ela piscou. A luz oscilante não oscilava mais. Brilhava forte contra seus rosto, e Hermione precisou colocar a mão sobre os olhos. A iluminação excessiva machucava seus olhos.
Sua cabeça rodopiou.
Ela piscou, forçando seus olhos a se acostumarem. Vultos. Respire. Hermione focou na respiração. Inspira, expira, inspira, expira.
Os vultos à sua frente começaram a tomar forma. Ela piscou, piscou, piscou.
—Graças a Merlin! — exclamou uma voz conhecida, mas parecia demasiado distante. Hermione sentia como se sua cabeça estivesse embaixo d'água.
—Acalmem-se. — sibilou outra voz conhecida, um pouco ríspida. Hermione tentou falar mas seus lábios pareciam colados. Ela os umedeceu com a língua.
—O que... — forçou seu corpo para cima, tentando levantar-se, mas não conseguiu. Uma mão barrou-a no caminho. E ela reconheceu aquele toque, que a arrepiava.
—Hermione, você precisa continuar deitada. Precisa descansar. — disse o rapaz, com a voz serena. Ela o encarou.
As memórias começaram a voltar. Ela sentiu náusea.
—Hermione. — alguém estalou os dedos à frente de seus rosto. Ela tentou focar na pessoa. Era Minerva.
—O-oi. — Hermione respondeu. Parecia que suas cordas vocais estavam revestidas com areia.
—Hermione, olhe para mim. — disse Minerva, e Hermione entendeu o comando e tentou encara-lá — Voce passou mal durante o café da manhã. Desmaiou, está sendo cuidada na Ala Hospitalar de Hogwarts. — disse ela. Mas os olhos de Hermione divagaram pela sala, olhando em volta. Daphne. Manon. Portia. Malfoy. —Hermione. — ela chamou a atenção de novo. — Olhe para mim.
Hermione encarou-a novamente. Minerva suspirou.
—Você ficará em observação por mais algum tempo. Eu permiti que suas amigas ficassem por mais uns dias aqui no castelo com você.
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Entrando no Covil
FanfictionContinuação de O Leão e a Cobra Hermione entra na Sonserina, desfaz amizades, faz novas amizades, tem que lidar com a mídia pegando no seu pé e garotas ciumentas tentando puxar o tapete dela. E agora?