Entrando no Covil

Capítulo 2

Manon penteava os cabelos de Hermione, preparando-os para prender em uma trança como a dela.

—É certo que esta matéria foi escrita faz uns dias, por que eles ainda não sabiam que você e Malfoy terminaram. — disse Portia, despreocupada. Manon lançou-lhe um olhar fulminante.

A situação já estava demasiado delicada, elas não precisavm que Hermione lembrasse disso e ficasse ainda mais triste. Mas ela não pareceu se importar.

—Meu probema com a matéria nem é esse. — suspirou Hermione, abraçando os joelhos, enquanto Manon ainda puxava mechas de seu cabelo para lá e para cá. — Eles parecem não se importar... Sabe? Quero dizer, eles escreveram de um modo tão frio sobre tudo o que eu tenho passado. Essas coisas ainda são dolorosas pra mim. — disse ela, sem querer mencionar expecíficamente o episódio na mansão Malfoy. — Eu gostaria que eles não falassem sobre isso até eu ter me recuperado desses acontecimentos. Ou que pelo menos abordassem de uma forma mais delicada.

Portia suspirou.

—Os jornais não se importam com pessoas, se importam com vendas. — disse. Hermione concordou com a cabeça.

—Terminei! — exclamou Manon com um sorriso. — Você ficou linda!

Hermione olhou no espelho da penteadeira.

—Uau! Eu amei! — exclamou, hipnotizada pelo penteado. Era uma coroa de tranças, que ficava explendida em seu cabelo dourado.

—Agora faça em mim! — Portia, animada, se posicionou no lugar do tapete que Hermione estava posicionada segundos antes.

E em alguns minutos as três se encontravam com penteados iguais, sorrindo umas para as outras.

—Se sente melhor? — perguntou Manon, piscando seus lindos olhos azuis.

—Sim. — Hermione respondeu. — Quero dizer, ainda me sinto como se eu fosse só uma casca, seca e oca por dentro. Mas me sinto melhor.

—O bom de se sentir completamente vazia, — explicou Portia, chamando a atenção para si. — é que sua única opção é se preencher novamente. — Hermione assentiu com a cabeça, tentando se convencer. — E agora você escolhe com o que quer se preencher.

—Pode estar difícil lá fora, — Manon pôs a mão no ombro de Hermione — mas nós estamos aqui com você, e pode ter certeza que você está rodeada de pessoas que amam você.

Hermione fungou.

—Ainda não me acostumei com isso. — disse ela meio sem jeito. — Essa coisa de irmãs. — Manon e Portia retorceram a boca em sorrisinhos discretos quase ao mesmo tempo. Quase como se esperassem que ela dissesse isso. — Não estou reclamando, é claro! — Hermione disparou. — É bom ter alguém que se importe. Mas... Eu não sei. Eu me sinto insegura. Como poderiam gostar tanto de mim se me conhecem há tão pouco tempo? — ela disse como se despejasse sobre as duas a insegurança que andava inundando sua cabeça.

Hermione esperou as duas parecem chateadas, ou ofendidas, ou frustradas. Mas isso não aconteceu. Elas só alargaram mais os sorrisos e abraçaram Hermione calorosamente.

—Isso é normal. — disse Manon, tranquilizando Hermione.

—Eu estranhei bastante e demorei semanas para me acostumar. — afirmou Portia.

—Quero dizer, uma menina que eu conheci nas férias e nunca tinha visto antes me disse logo quando me conheceu que nós éramos irmãs! — lançou Manon, com divertimento. — É óbvio que eu achei que ela era louca. Mas depois nós nos aproximamos. Daphne e Astoria eram tão animadas e me apoiavam em tudo... E eu logo entendi o que ela quis dizer com ser irmã.