Capítulo 3

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Hermione deixou as meninas no salão comunal e foi procurar professora Minerva. Foi até a estátua da coruja, que girou, revelando a escada caracol. Hermione subiu e bateu na porta.

—Entre.

Ela empurrou a porta e entrou, sentando-se na cadeira em frente à mesa da professora.

—É bom vê-la, Hermione. Como se sente? — perguntou ela, repousando a pena que usava em cima da pilha de papéis.

—Estou bem. Ainda me sinto um pouco fraca, mas estou bem. — disse ela.

—Onde estão suas amigas? — perguntou Minerva, olhando por cima da armação de seus óculos quadrados. — Eu extendi a permanência delas no castelo para que a acompanhassem em um momento difícil.

—No salão comunal. — respondeu Hermione. —Era isso que eu queria falar com você. — disse e ficou em silêncio, como que esperando a professora perguntar falar sobre o que? e então Hermione explicaria, mas isso não aconteceu. — Até que data você permite que elas fiquem no castelo? — perguntou depois de alguns segundos de um silêncio constrangedor.

—Elas tem mais uma semana. — disse Minerva calmamente, avaliando as expressão de Hermione.

A garota abriu a boca indignada mas não saiu nenhum som. Ela balançou a cabeça e respirou fundo.

—Por favor, deixe que fiquem mais. Já está sendo difícil suficiente. — disse Hermione, despejando sinceridade, e Minerva se ajeitou na cadeira e esperou que ela continuasse. — Harry e Rony não estão mais aqui, quase nem nos falamos mais; Gina e Luna não são mais minhas amigas; Malfoy e eu não estamos mais juntos; e estou sendo perseguida por praticamente toda a parte feminina da Sonserina. Atualmente, só tenho Daphne, Manon e Portia. — disse Hermione, sentindo sua garganta se fechar um pouco mais a cada palavra. Parecia que tudo se tornava mais real do que já era quando ela dizia em voz alta. — Se Manon e Portia forem embora, terei só Daphne. — Hermione tentou respirar um pouco mais, mas parecia que havia um metro de arame farpado enrolado em seu pescoço, e sua traquéia estava comprimida. — Elas são minhas irmãs.

Minerva ouvia atentamente e em silêncio o desabafo de Hermione.

—Explique o que faz serem irmãs. — disse Minerva. E Hermione entendeu que não era um julgamente com o uso das palavras, mas sim curiosidade.

—Um pedaço do coração de cada uma delas bate junto com o meu, assim como um pedaço do meu bate em cada uma delas. — disse Hermione, sentindo um peso dentro de seu peito.

Minerva sorriu. Hermione não sabia que reação esperava, mas não era essa.

—Eu sabia que esse seria o seu ano. — Minerva afirmou com um sorriso. — Você finalmente encontrou. — disse ela, e Hermione fez uma careta leve de confusão. — Nanm Sè. Uma expressão que pode significar algo parecido com alma gêmea. — Explicou com tranquilidade, entrelaçando os dedos em cima da mesa. Hermione ainda a observava em silêncio, esperando que ela continuasse. —Você é uma pessoa inteligente, acredito que à essa altura já deve saber que alma gêmea não se resume a namorados, não é?

—Sim, com certeza. Mas qual o ponto? — perguntou Hermione, tentando acompanhar a linha de racionício.

—Eu achava que seriam Rony e Harry. — Minerva deu uma risadinha. — Parece que me enganei, por essa nem eu esperava. Daphne Greengrass... — Minerva parecia falar mais com ela mesma do que com Hermione.

—O que?

Nanm Sè. A sua alma gêmea. A pessoa não precisa ter na alma gêmea o seu par romântico, ou ter uma pessoa só como alma gêmea. Seu Nanm Sè são suas amigas. Por isso são irmãs.

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