Capítulo 4

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Me afastei do balcão e desejei boa tarde para a atendente logo após realizar check-in no hotel.

Peguei o cartão e segui para o quarto.

Deixei a mala lá, e fui pegar uns relatórios que eu ia precisar. Coloquei-os na mochila e pedi o elevador.

No elevador encontrei o Diego e Arrascaeta. Acho que eles estão no mesmo quarto.

  — Animada?

  — Muito! Eu devia trazer a calma pra vocês, mas eu acho que sou a mais nervosa aqui.

  — Ah, magina. A gente só tá acostumado a sofrer pressão, mas olha, segredo hein! Eu tô nervoso pra caramba. — caímos na gargalhada.

No fundo, parecia verdade, bom, fico mais  tranquila sabendo que não sou a única que está nervosa, na verdade, isso me deixa aliviada.

Agora, eu devo transparecer estar calma, mesmo que eu não esteja. Afinal, se a pessoa responsável pelo psicológico do time não está bem, o que será do time?

O time todo desceu e fomos para o ônibus. Fomos fazer um reconhecimento de campo e depois fomos treinar, ou melhor, eles.

Cada exercício que eu via eles fazendo me deixava mais cansada, e eu estava parada, 'literalmente parada'.

Futebol é divertido, é um esporte ótimo, mas, ser jogadora profissional está fora de questão para mim.

Fiz algumas anotações numa folha, analisava cada gesto, cada passo, tudo. Notei o nervosismo em alguns deles, principalmente nos mais novos. Não é preocupante, considerando a grandeza desse jogo.

A mídia também não tem ajudado, o que não me surpreende. Estão dizendo que será o "jogo da década", será realmente um jogo importante, com certeza, mas não acho que seja legal tratá-lo assim por enquanto.

Mas não vou mentir, tá sendo fantástico poder acompanhar os bastidores desse jogo tão de perto, independente do resultado poderei dizer que vi de perto.

Logo após o treino fomos todos para o hotel, a diretoria pediu para que fôssemos tomar banho e descer depois, pois teríamos uma coletiva com a imprensa.

Subi para o quarto, e fiz justamente isso. Vesti um uniforme limpo, e fiquei bem perfumada.

Desci e esperei pelos outros.

Sentei entre Gerson e Matheus, Reinier estava do lado de Gerson.

Gabriel e Rafinha foram dar a coletiva. Nós quatro resolvemos tentar ficar o mais invisíveis possível, sentamos no fundo. Mas a risada de Reinier estragou o nosso plano.

Por algum motivo, aquela criatura começou a ter uma crise de risos após uma piada sem graça soltada pelo camisa oito.

Eu obviamente, comecei a rir da risada dele, e no final, estávamos todos rindo e acabamos chamando muita atenção. Nós pedimos desculpas, depois do ocorrido resolvemos que era melhor subirmos.

  — Reinier nos salvou, não aguentava mais aquelas perguntas ridículas. — rimos mais ainda.

  — Vocês vão fazer o que agora de noite?

  — Eu tô planejando conhecer melhor o quarto do hotel, sabe? Principalmente a minha cama. — falei em tom de brincadeira, mas é verdade.

  — Ah Ana, qual é? Vamos sair e aproveitar a noite, por favor!

  — Gente, eu sei que tenho dezoito, mas por dentro tem uma senhora de oitenta anos que ama a vida, mas odeia sair.

  — Ana, por favor, Matheus ajuda a gente!

With love, for u | M. Thuler™Onde histórias criam vida. Descubra agora