Capítulo 11

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Matheus P.O.V.

  — Vou sair pra tomar um ar, isso aqui está me sufocando. — avisei antes de ir para fora daquele lugar.

Digamos que hospitais não são lugares muito agradáveis para mim, na verdade, nunca gostei desse ambiente, e só piorou depois de, coisas, que ocorreram.

É angustiante pisar os pés num hospital, ainda consigo sentir os aparelhos ligados ao meu corpo, a confusão, os braços perfurados pelas agulhas, os rostos preocupados.

Jurei pra mim mesmo que nunca mais ousaria entrar num hospital, e olha só, cá estou eu, num hospital.

Só a Ana mesmo pra me fazer aguentar firme pra não sair daqui.

Parece que mesmo inconsciente, sua energia permanece comigo o suficiente para que eu não fuja. Ela com certeza diria que fugir alimenta ainda mais os problemas. Essa é uma das maiores qualidades dela, ela nunca foge das coisas.

Ah, Aninha! Quem meteu você nessa?

Se eu encontrasse o desgraçado...

Ficar irritado não vai ajudar a Ana, ela vai preferir nos ver calmos.

Queria que não tivéssemos insistido tanto pra te arrastar até lá, se não tivéssemos praticamente te arrastado você não estaria nessa situação. Preferia que fosse eu ali no seu lugar, mesmo que isso reabrisse uma ferida.

Ah, maldita vulnerabilidade. Odeio ficar a fim de alguém.

Pelo menos esse alguém é lerdo o suficiente para não perceber, já que não pretendo contar nada disso por agora, isso provavelmente à assustaria, nos conhecemos há tão pouco tempo. É estranho como algumas coisas parecem ser tão mais intensas do que realmente são.

Por isso odeio ficar a fim de alguém. Eu sempre transformo tudo numa obsessão e acelero as coisas. Mas desta vez não quero acelerar as coisas, só quero tê-la por perto, algo que já tenho já que trabalhamos juntos e acho que isso já é mais que o suficiente. Não quero que ela se afaste por medo, e também não quero mentir pra ela, mas quando ela souber sobre os meus problemas vai querer se afastar, assim como a maioria.

Eu também me afastaria, eu me tornei um monstro. Odeio pensar assim, mas é a realidade. Todas as vezes que tentei melhorar, apenas piorei as coisas, me tornei mais frio e as vezes até grosseiro com as pessoas.

O estranho é que não consigo ser assim com ela, mesmo antes de ter notado meu repentino interesse. Sempre consegui ser eu mesmo com ela. Talvez por estarmos num ambiente fraternal rodeado de amigos, ou talvez pela confiança que ela nos passa em seu olhar, como se pudéssemos contá-la nossos maiores segredos. O motivo não faz diferença, apenas sinto-me tão confortável com ela desde o primeiro instante e não consigo parar de pensar nela.

E eu odeio isso.

Tudo isso me lembra a sensação do vício.

E eu odeio a sensação de vício.

Queria gostar de alguém como as outras pessoas gostam e não como se essas pessoas fossem meu vício. Vícios machucam, e vícios matam. Não quero machucá-la, nem quero ser machucado.

Estava tão imerso em meus profundos pensamentos que nem notei quando os dois patetas caminharam até mim.

  — A Ana acordou.

{...}

Gerson saiu do quarto que ela tinha sido colocada e eu levantei da cadeira do corredor. Disse para os meninos que eles deveriam ir antes, já que eles estavam numa pilha de nervos.

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⏰ Última atualização: Jan 29, 2022 ⏰

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