Capítulo 38

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Hanna Clark

Eu sinto meu coração palpitando na minha garganta, eu quero chorar mas eu não vou me permitir chorar por ele. Eu dirijo meu carro sem tirar os olhos da estrada mas sentindo uma dor enorme dentro de mim.

Eu pensei que era de verdade, eu pensei que eu e ele poderiamos ser alguma coisa. Eu acreditei em cada palavra que saiu da boca dele e me entreguei por inteiro a ele.

Eu achava que eu precisava dele, do seu toque, do seu beijo, do seu sorriso para ser uma pessoa melhor. Uma pessoa melhor para ele.

E agora eu não quero ver ele nunca mais. Eu não quero ver ele perto de mim. Eu devia ter acreditado em Lucca, porra eu sou uma idiota.

O amor pode ser um dos melhores sentimentos mas em segundos pode se tornar o pior.

O amor que eu sinto por Thomas agora é o pior, já foi o melhor possível mas agora é o pior.

Eu não o odeio, eu acho que eu não seria capaz de o odiar. Eu ainda sou apaixonada nele e eu acho que é isso o que mais dói em mim.

Eu não consigo tirar aquela cena da minha cabeça, eu não consigo tirar a voz dele.

O que eu fiz de errado? O que eu fiz para merecer isso? Eu tratei ele mal em algum momento?

Eu paro o carro na frente do meu prédio e subo as escadas o mais rápido possível. Eu entro no meu apartamento e  tranco a porta.

Eu ando até a sala e me deparo com a bolsa, a bolsa que ele me deu. Eu sinto o choro subindo na minha garganta mas eu o seguro.

Eu ando até a bolsa e sento no chão, meu celular está ao lado dela. Eu pego o meu celular na mão, eu preciso da Amber.

Eu ligo ele e tem várias ligações perdidas de Thomas. Ele me mandou várias mensagens mas eu não tenho coragem de abrir nenhuma.

Meu celular vibra na minha mão e o nome dele aparece. Eu sinto uma pequena lágrima escorrer pela minha buchecha mas eu a limpo com a mão.

Eu arrasto o botão verde para cima e levo o meu celular até a minha orelha. Eu não falo nada, eu so escuto ele

- Hanna por favor.
- A gente precisa conversar.
- Não é o que você tá pensando.
- Por favor abre a porta.-eu sinto que outras lágrimas escorrem
- 5 minutos.
- Eu preciso de 5 minutos para te explicar tudo.
- Hanna por favor.-ele diz e eu desligo a chamada

Eu sinto outras lágrimas descerem pelas minha buchechas enquanto eu me levanto. Eu ando até a porta e dou uma respira funda antes de abrir a porta para ele.

Eu abro e ele olha nos meus olhos. Eu dou espaço para ele passar e ele entra na minha casa. Eu não sei por que eu estou fazendo isso, eu deveria mandar ele ir se fuder.

Eu fecho a porta e ando até a sala, ele está parado no meio do corredor. Eu olho para os olhos dele e ele olha para os meus. Eu sinto uma mistura de dor, amor e raiva.

O maior sentimento que eu sinto quando eu olho para ele é amor e eu me odeio por isso, por que eu não consigo odiar ele? Eu quero odiar ele, eu juro que eu quero.

- Eu fiz você chorar.-ele diz olhando para mim.- Me desculpa Hanna.
- Eu não sei por que eu tô te deixando falar.
- Hanna eu não seria capaz de te trair.-ele diz andando para perto de mim mas eu me afasto.
- Você tem 5 minutos.-eu digo e escuto ele respirar fundo.
- O nome dela é Clarice, eu conheci ela no shopping um dia antes do seu aniversário. Ela é irmã do meu tatuador, Eric.
- Eu vi vocês dois no shopping, pareciam ter intimidade.
- E nós temos, mas não é a mesma intimidade que eu tenho com você.-ele diz dando outro passo para frente mas dessa vez eu não me afasto.- Ela fez 19 anos mês passado.- ele diz dando outro passo assim ficando na minha frente.

Eu não levanto a minha cabeça para olhar nos olhos dele, eu continuo mantendo meu olhar no peito dele. Eu sinto outra lágrima descer e antes de eu conseguir limpar, Thomas a limpa com o dedão.

Ele aproxima mais os nossos corpos e me abraça. Eu sinto o seu perfume, a sua mão no meu cabelo, eu me sinto bem.

- Ela decidiu seguir o caminho de Eric e virar tatuadora, ela tava me tatuando Hanna.-ele fala
- Você tava sem blusa.
- É uma caveira nas costas.- ele diz e separa nossos corpos, ele olha nos meus olhos.- Eu nunca seria capaz de te trair Hanna, nunca.
- Eu estou me sentindo uma idiota.-eu digo e ele ri- Por que você não está com raiva de mim?
- Por que se eu visse um cara sem blusa eu iria achar a mesma coisa.
- Me desculpa.-eu digo e ele me abraça
- Eu seria incapaz de não te desculpar Hanna, a cada dia eu me apaixono mais.
- A cada dia eu me apaixono mais por você Thomas.

Ele separa nossos corpos do abraço e me beija, é um beijo de alívio. Eu confio em Thomas, com cada célula do meu corpo.

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