Capítulo 52

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Hanna Clark

7 meses depois

- Michel, eu estou falando que a Zara comprou mais de 250 metros de tecido com você.
- Senhora, os tecidos já estão ai.– eu vou perder a paciência
- Não estão. Eles deviam estar aqui a uma semana! Eu preciso de fazer um desfile daqui um mês e não tenho os tecidos para fazer as roupas!
- Eu tenho que conferir no sistema, você pode me dar cinco minutos?
- Posso.
- Obrigado, em cinco minutos eu te ligo.– ele diz e eu desligo.

O trabalho na Zara está sendo incrível. Eu tenho a minha própria sala, que inclusive é perfeita.

Ela é espaçosa e no meio tem a minha mesa. A parede atrás da minha mesa é de vidro, tenho a visão perfeita de São Francisco.

Thomas vive reclamando que meu escritório é mais bonito que o dele. Mas o que eu posso fazer? O meu é realmente mais bonito que o dele.

Thomas trabalha em uma das maiores empresas de arquitetura de São Francisco. A empresa do pai dele, é por isso que ele é tão rico.

Nós estamos namorando a alguns meses. Na realidade hoje faz 8 meses, eu conto os meses desde quando nós estavamos ficando.

O telefone da empresa toca na minha mesa ao mesmo tempo que o meu toca na minha mão.

Atendo o da empresa primeiro.

- Alô?
- Senhorita Clark, Thomas Miller está aqui embaixo.
- Pode deixar ele subir.
- Ok.
- Obrigada Alisson.

Desligo o telefone e atendo o meu.

- Alô?
- Sinto muito pela confusão senhora, vou mandar novos tecidos.– A porta do meu escritório abre e Thomas entra.
- Quanto tempo até chegar?
- 4 a 5 dias.
- Ótimo, obrigada Michel.– desligo o telefone.

- Eles ainda não entregaram o tecido?– Thomas diz tirando um buquê de rosas pretas de trás das suas costas
- Inacreditável não é?
- Muito.– ele diz andando até mim e me beijando.– Feliz 8 meses.
- Obrigada amor.
- Eu não sei como você me aguentou durante 8 meses.– Miller diz me dando a  rosa
- Não vou tirar meu mérito, foi difícil.
- Posso te levar para almoçar para compensar todos esse oito meses de sofrimento, senhora Clark?
- Por favor, eu estou morta.– digo pegando minha bolsa.– Onde nós vamos almoçar, senhor Miller?
- Em um dos restaurantes mais chiques de São Francisco.
- A gente vai no McDonalds né?
- E existe algum lugar melhor que lá?– Thomas diz e eu rio
- Não ligo para o lugar. Eu almoçaria em um lixão, desde que você estivesse lá comigo.– eu digo e ele sorri
- Talvez com nove meses eu te leve para almoçar em um lixão.
- Ei, era uma forma de expressão. Nem pense nisso.– digo saindo do meu escritório.

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Eu estou rindo muito. Thomas sempre me conta tudo que acontece no trabalho dele, mas o fato do novo estagiário achar que ele é gay é hilário.

- Para de rir. Hanna, eu fiquei com vergonha de falar para ele que eu sou hetero.
- Calma, por que?– digo tentando acalmar minha risada
- Por que ele iria ficar com vergonha de ter dado encima de mim.
- Amor, mas você tinha que ter falado com ele.
- Eu estava com medo disso prejudicar a nossa convivência na empresa.
- Calma, você contou para ele né? Que você é hetero?
- Eu não precisei.– Thomas diz tomando um gole do seu suco. – Minha secretaria disse.
- Ele é bonito?
- Sim, ele parece o Lucca. Só que gay.
- Então você acha Lucca bonito?
- Essa nossa conversa está tomando um rumo muito estranho.– ele diz e eu rio.– Eu tenho um presente para você.
- O que é?
- Isso.– ele diz tirando um envelope do bolso.

Thomas põe o envelope encima da mesa e o desliza para mim. Eu o pego e olho para ele.

Pode ser uma carta, eu gosto de cartas. Mas Thomas odeia escrever, será que ele escreveria para mim?

Começo a abrir o envelope. Tiro o pequeno adesivo redondo dourado e puxo a aba para cima.

Enfio meus dedos dentro e tiro um papel dobrado ao meio. Começo a desfazer a dobra do papel e abro ele.

Tem um monte de números e letras pequenas, minha cabeça doeu só de me imaginar lendo cada uma dessas letras.

- O que é isso?
- Uma passagem.
- Passagem?
- Sim, de avião.
- Para onde?
- Para a Itália.- Thomas diz se apoiando na mesa
- Por que você está me dando uma passagem para a Itália?
- Para você ir conhecer meus pais.
- Eu ja conheço os seus pais, amor.
- Conhecer meus pais por chamada de vídeo não é conhecer meus pais.
- Eu tenho trabalho.
- Eu liguei para Genevive e fiz ela te dar uma semana livre.
- Você planejou tudo?– eu digo sorrindo
- Sim. Você vai conhecer minha família, comer comida Italiana com vinho.– eu consigo imaginar a cena.– Nós vamos transar na Itália, existe algo mais romântico que isso?
- É para quando? A viagem?
- É para amanhã.– ele diz e minha boca se abre
- Você não pode me chamar para ir viajar com você um dia antes da viagem e esperar que eu diga sim.
- Eu não estou esperando que você diga sim. Se você dizer não, vou entender.

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