Capítulo 56

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Thomas Miller

2 anos depois

Tento dirigir o mais rápido possível. Era para eu estar dormindo agora, não levando Hanna no hospital.

São quase 5 da manhã, ela acordou com dores fortes. De poucos em poucos minutos vem mais dores, eu consigo sentir a dor.

Eu sei que deveria contar o intervalo das dores mas porra, eu sou homem. Não consigo dirigir e contar ao mesmo tempo, na minha cabeça homem nasce sem a metade do cérebro.

Essa é a única explicação para as mulheres serem tão mais inteligentes que a gente, elas tem um cérebro inteiro.

- Thomas....– Hanna diz gemendo de dor ao meu lado.– Está vindo outra.
- Nós estamos quase chegando.
- Ok essa é forte.– Ela diz respirando muito fundo, eu só queria tirar um pouco da dor dela e passar para mim.
- Aguenta mais linda, já estamos chegando.

Aumento a velocidade do carro tentando fazer que os cinco minutos que faltam para chegar, virem três.

Não sei como Hanna aguentou não saber o sexo do nosso filho. Caralho, 9 meses sem saber se é menino ou menina.

É muito estranho saber que ela vai dar a luz hoje, eu vou ser pai. Será que vou ser um pai bom?

Hanna sempre me disse que eu seria um pai incrível, mas nessa gestação eu só tenho certeza de duas coisas.

A primeira é que, minha esposa vai ser a  melhor mãe que nosso filho ou filha vai poder ter.

A segunda é que, eu o amo com cada célula do meu corpo. Não sabia nem que existia um amor nesse nível.

Eu lembro o tanto que eu tive que segurar meu choro quando ouvi o coração dele pela primeira vez.

Paro o carro na frente do hospital, definitivamente um dos três minutos mais longos da minha vida.

Saio do carro muito rápido e corro até o lado de Hanna, abro a porta para ela e ajudo a andar até a porta do hospital.

Converso com a secretaria e ela leva Hanna para uma sala, volto pro carro para pegar a bolsa maternidade e o resto das coisas.

Espero que a nossa médica não me pergunte o intervalo entre as contrações, o máximo que eu vou saber responder é que ela ta grávida de nove meses.

Levo todas as coisas para o quarto onde Hanna está, espero que ocorra tudo bem no parto.

Ponho tudo em um canto e sento na cadeira do lado da cama dela. Clark acompanha cada movimento que eu faço com os seus olhos.

- A médica disse que nosso bebê nasce hoje.– a voz dela está fraca e baixa
- Você vai ser a melhor mãe do mundo.
- Você acha que é menino ou menina?
- Menino, e você?
- Menina.
- Não sei como você aguentou nove meses sem saber o sexo.
- Foi muito difícil.
- Eu imagino.
- Será que o parto normal doi muito?
- Amor, eu sou homem. A maior dor que eu senti foi um chute no saco que eu levei com 7 anos.– eu digo e ela ri
- Eu estou com medo.
- Do parto?
- De tudo.
- Não fica, vai dar tudo certo. Nosso filho vai nascer e vai ser a melhor coisa da nosso vida.– digo fazendo carinho nos cabelos loiros dela
- Outra contração.– Hanna diz apertando a minha mão.– Fala comigo.
- Falar o que?
- Não sei, so fala comigo. Me distrai da dor.
- Sabe a última tatuagem que eu fiz?– foi a primeira coisa que vem na minha cabeça
- O símbolo do super homem nas costas?
- Sim, é para você.
- Para mim?
- Sim.– sinto a mão dela apertar a minha mais forte
- Por que?
- O nome do Super Homem é Clark Kent, e seu sobrenome é Clark.
- Sua tatuagem para mim é uma piada?
- Eu diria que é uma metafora.

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Hanna está dormindo, e eu estou segurando o nosso filho. Só queria mostrar a ela o quanto eu a amo e sou grato por cada coisa que ela me deu.

Sei que quando ela acordar eu vou estar dormindo, também estou muito cansado.

Eu estou segurando o ser mais perfeito do mundo. Ele tem o cabelo negro igual o meu, e os olhos verdes de Hanna.

Agora eu entendi cada sentimento que meu e minha mãe falam que sentiam por mim.

É um menino. Um lindo e perfeito menino.

- Eu te amo tanto, vou te proteger de tudo.– sussurro para o pequeno pacotinho que está em minhas mãos.

Ponho o meu filho no pequeno berço ao lado da cama de Hanna e pego papel e caneta.

"Cara Hanna,

Eu sei que você está cansada do parto, e quando você acordar eu vou estar dormindo. Então eu decidi escrever uma carta para expressar tudo que eu sinto por você, e pelo nosso filho.

Aqui vai:

Agora eu tenho outro motivo para voltar para a casa, uma outra pessoa para me fazer viver.

Vou acompanhar cada fase dele. Vou ver ele crescer e se tornar a melhor parte entre mim e você.

É isso que ele é. A junção das nossas melhores partes, isso se você tiver alguma parte ruim.

É surreal o amor que eu sinto por vocês dois, cura onde dói. São a minha cura para qualquer coisa.

Tem uma lenda chinesa que diz que todas as pessoas, desde o nascimento, levam amarrados ao dedo mindinho da mão esquerda, um fio vermelho que se conecta ao companheiro de alma.

Então se algum dos dois se perderem é só seguir o rastro do fio vermelho. Eu tenho a sensação que o meu fio com você pode arrebentar, embolar e ser cortado.

Nós sempre vamos achar um ao outro, não importa a circunstância.

Também dizem que quando o amor entre duas pessoas é tão grande, chega a transbordar.

E é isso que aconteceu com a gente, amor: Transbordou.

Transbordou da maneira mais pura e amorosa do mundo. Transbordou e nos deu Gael.

Gael Miller Clark, o nosso filho. O fruto do nosso amor, e a prova mais pura que tudo tem um sentido.

Agora eu sinto que minha vida está completa. Nos iremos viver com o sentido de criar e educar esse serzinho.

Eu te amo muito. Obrigado por me dar o melhor presente que eu já poderia ter ganhado: Uma família.

                     Assinado: Thomas"

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