Você está disposto a fazer de tudo por mim?

Por favor... Fica comigo...

Se passaram 4 anos desde que eu tive a última notícia de Itachi.

Ele nunca se importou em mandar uma carta, uma mensagem, nada, era como se ele estivesse, simplesmente, morto. Morto... me questionei se ele realmente não estava morto, mas essa ideia foi descartada quando percebi que nenhum comandante da Anbu bateu em nossa porta avisando sobre o - possível - falecimento dele. 

Desde que o vi pela última vez, desenvolvi um péssimo hábito para aliviar o estresse, fumar. Isso acontecia com frequência nos primeiros meses, mas depois, se tornou apenas uma atitude que me relaxava. Era muito mais fácil fugir dos meus problemas do que devidamente enfrentá-los.

Era frequente que eu fumasse enquanto meus pensamentos pediam uma brecha para me engolirem, meus olhos lacrimejavam da falta que ele me fazia, em momentos eu apenas desejava fugir, correr até meus pés doerem de aguentar meu peso sob eles, seria muito mais fácil se pudesse me esconder desses problemas me entorpecendo, foi o que eu fiz durante - quase - 5 anos, mas nada mudou, continuava me culpando por deixá-lo ir, por não fazer nada para impedir que ele me deixasse. 

Nos dias que sua presença não se fazia mais presente ao meu lado, minha vida desabou, tudo estava dando errado. Eu não suportava falar com ninguém, tudo me irritava ou incomodava, sempre perguntavam do meu irmão, mas eu nunca respondia, nem mesmo eu sabia como ele estava, minha vontade de sumir só aumentou, fiquei inúmeras noites acordado esperando algum sinal de vida dele, seu celular não era ligado por meses, minha ansiedade se fez cada vez mais presente, foi quando eu descobri que tudo que me mata, me faz sentir incrivelmente vivo, e foi nesse dia que comecei a fumar, voltar tarde para casa, ficar bebendo em boates, acreditando que alguma coisa - Na verdade, qualquer coisa -  preencheria o vazio que tinha em meu peito, mas nada conseguiu trazer a emoção que era tê-lo em meus braços, apenas o seu toque me fazia sentir alguma coisa, qualquer coisa, algo que não encontrei em nada e nem ninguém.

Meus pais se preocupam comigo, me acham irresponsável por ter começado a fuder a minha vida, contei à Fugaku que estava com meu irmão, ele não estendeu a conversa por muito tempo, mas era nítido que meu pai não aprovava, nem reprovava, nossa relação. 

- Fumando de novo, filho? - Perguntou a matriarca entristecida

- Bom dia, mãe - Retrucou já impaciente

- Ele te mandou uma carta - Disse esperançosa - Na verdade.... - Se aproximou do filho na janela - Esqueça, leia a carta - Entregou o papel ao filho e saiu do quarto

Ele... 'tá vivo?

Sasuke,

Há quanto tempo...

Estarei retornando para a vila amanhã. (16/03)

Me encontre naquela praça meia noite. 

Esperarei por você. 

Um grito conhecido, soou pelo ouvido do garoto, que ainda se encontrava na janela de seu quarto, o tirando de seus devaneios.

- SASUKE!! - 

- Oi - Disse sem muita animação, enquanto se virava para observar de onde vinha  os berros

- Oi! - Disse Naruto e Sakura em uníssono, ainda parados em frente ao portão

- O que estão fazendo aqui? - Retrucou

- Ué, como assim? Te avisamos que iríamos passar aqui para te levar para a escola - O loiro disse, atropelando as palavras de tamanha sua animação.