Capítulo Dois.
DUAS SEMANAS ANTES...
- Já disse que não irei me casar, tia! Quando a senhora vai entender isso? - Kaleb tentava se manter calmo, mas falar de casamento era algo que o tirava do sério, ainda mais, seu próprio casamento.
- Não vou entender nunca! Você sabe que merece ser feliz, Kaleb. - Daiana falou atenciosa, não se importando pela malcriação do seu sobrinho. - Estou velha e não estarei aqui para sempre, cuidando de você.
Suas palavras fizeram Kaleb se manter mais calmo. Ele pode ser desalmado, sem coração, mas sua tia é muito importante para ele. Então ele se sentou em sua cadeira do escritório, respirando fundo, pronto para ouvi-la.
- Sei que não quer se casar pelo que aconteceu a nossa família. Sei que lembra de como sua mãe sofreu, mas você é diferente do seu pai. - Disse ela, tentando convencê-lo.
- E se eu não for, tia? - Kaleb perguntou, com peso em sua voz, olhando para sua tia, sentada à sua frente. Ele não acreditava ser diferente do seu pai, era o mesmo desalmado e sem coração que seu pai sempre foi, ele mesmo quem o ensinou ser assim!
- Você é Kaleb! Sei que meu irmão fez de você alguém que sua mãe não queria. Ela queria te criar com todo amor e carinho, mas seu pai fez de você o seguidor dele e desde pequeno você só conhece tortura e morte. Aprendeu com seu pai a ser alguém sem sentimentos. - Daiana falou emotiva, lembrando de como seu irmão era um homem desumano.
- Esse sou eu, tia Daiana! - Admitiu ele.
- Mas você é muito mais, Kaleb. - Disse ela atenciosa, se levantando, chegando a frente do seu sobrinho. - Não posso nem imaginar o que você carrega aqui. - Falou, colocando a mão na cabeça dele com carinho. - Mas aqui dentro... sei que pode deixar alguém entrar. - Colocou a mão no peito dele, sobre a camisa do Kaleb, onde seu coração estava. - Você só precisa se deixar amar e amar com a mesma intensidade. Você precisa ser feliz, sua mãe queria muito isso! - Disse ela, batendo no ponto fraco.
Kaleb não tem muita recordação de sua mãe, ela morreu quando ele tinha dez anos. E o pouco que se lembra, era das brigas constantes com seu pai, às vezes ele até batia nela, quando tentava impedir ele de levar o Kaleb, para aprender tudo o que aprendeu, mas ainda se recorda do quão amorosa ela era. Quando ia até o quarto dele dar um beijo de boa noite escondido, dizendo o quanto o amava.
Na época, Kaleb não ligou muito os fatos, mas hoje, ele acredita que sua mãe morreu de desgosto pelo o homem que ele se tornou. Ela não suportou viver sabendo do monstro que seu marido iria criar.
- Eu não sei como, tia! - Disse ele, cabisbaixo.
E Kaleb não sabia mesmo! Foi criado por seu pai. Aprendeu como a torturar, até mesmo matar, mas nunca como amar. As mulheres com quem anda. Ele nunca foi carinhoso, sempre bruto e, ele não sabia como ser diferente. E uma esposa, ele não queria que tivesse a mesma vida da sua mãe.
Kaleb não queria ser um monstro com sua esposa, ou com a mãe dos seus filhos. Não queria que outra pessoa sofresse tudo o que sua mãe sofreu.
- Você vai aprender, filho. Só precisa encontrar a pessoa certa e você vai ver. Vai aprender a amar e será mais forte o amor do que todo o resto que aprendeu. Só se permita viver. - Disse ela, abraçando-o com ternura, carinho.
Kaleb não era muito afetuoso, mas permitiu o abraço da sua tia, abraçando-a, meio sem jeito. Não era acostumado a fazer aquilo, mas, de certa forma, gostava de como ela não se afetava pela maneira, em como ele sempre a tratava, sem muito sentimento.
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MINHA PEQUENA REDENÇÃO. Parte I
Romance🔞🔞🔞🔞🔞🔞🔞🔞🔞🔞🔞🔞🔞🔞🔞🔞 Kaleb, um homem frio, amargo. Celina, meiga, gentil, doce. Duas pessoas completamente diferentes, mas em uma noite o destino os une e em um acordo, que liga a vida desses dois para sempre. Kaleb tem medo de se envol...