Capítulo Vinte e Quatro - Prelúdio do Fim

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   O tempo estava levemente frio, mostrando que o inverno se aproximava rapidamente e logo as vias estariam cobertas por uma camada de gelo, inibindo a população de sair livremente de suas casas, mas o que seria ruim para o povo do Império Central, se tornaria a deixa perfeita para começar a executar seus planos junto a Lira, já que quanto menos olhos houvesse mais liberdade de locomoção as Harpias teriam.

   Mark não poderia afirmar de onde aquele ar denso vinha, deixando um rastro pungente no ar e gosto amargo na língua, mas continuava com um sorriso cordial e guiar seu alazão por dentro da mata atrás da Mansão Maddox, talvez aquele não fosse o melhor momento para uma cavalgada na Floresta, já que não podia identificar qual perigo fazia os pelos de sua nuca eriçarem e todos seus sentidos ficarem em alerta, contudo era seu trabalho fingir que estava tudo bem e manter o humor elevado.

-E então, priminha, fiquei sabendo que encontrou alguns amigos antigos aqui. –Dilan sorriu para Char.

-Sim, alguns amigos da minha antiga casa têm familiares aqui e vieram de visita. –Sorriu. –Vamos dizer que aproveitei a oportunidade.

-Eu acharia estranho caso você não aproveitasse. –Lira provocou.

-É porque eu não posso simplesmente chamar quem quero ver e ser atendida de imediato, como certa princesa que conhecemos. –Debochou e o grupo riu.

-Mas você sempre ignora quando chamo. –A ruiva se defendeu, olhando a outra em desafio e fazendo Char sorrir.

-Você sabe que não adianta me forçar ao que não quero, princesa. –O sorriso era malicioso. –Não sou do tipo obediente.

-Você é a lady indômita. –Alfred brincou e ela riu, dando de ombros.

-A pacificidade é boa, mas enjoa facilmente. –Ela respondeu.

-Nisso devo concordar. –Adam brincou. –Sossego é bom em determinados momentos, mas se em dosagem alta, acabamos enlouquecendo por falta do que fazer.

-Exatamente.

-Não dê mais corda para a Lottie, pelo amor de Deus. –Mark comentou, vendo Char sorrir e segurar mais frouxamente as rédeas do belo cavalo negro. –Ela já não é tranquila sem apoio, caso o tenha ficará incontrolável.

-Não é como se alguém aqui conseguissecontrolá-la de qualquer forma. –Alfred suspirou.

-Pelo visto a senhorita Maddox está o deixando exausto, Alfred. –Caleb brincou e o outro concordou.

-Meu coração se partirá assim, Alfred. –Ela brincou, ignorando o frio na espinha.

   Charlotte estava odiando a sensação acre em sua língua e o peso em seu estômago, sem contar que o ar estava dominado por um forte cheiro de putrefação.

-Necessitaria de um para tal, irmãzinha. –Markprovocou.

-Ai. –Ela brincou e eles riram. –Mas eu cansei de uma cavalgada gentil. –Sorriu e encarou o grupo por sobre o ombro. –Achei que tivessem me dito que nos divertiríamos.

   Todos viram-na ajustar a postura e segurar mais firme nas rédeas.

-O Lago da Nascente fica para a direita, seguindo reto por cerca de cinco minutos. –Adam informou e ela sorriu.

-Vamos apostar. –Ela brincou.

-Está disposta a perder, senhorita Maddox?

    Charlotte encarou Caleb de um modo que fez o homem se sentir exposto, os olhos verdes da mulher traziam uma intensidade que quase o intimidava.

Filhos do Império - Lâminas de Vento (Livro Dois)Onde histórias criam vida. Descubra agora