Capítulo Quatro - Caixinha Premiada

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                Espero que gostem.E o que dizer? NOSSA LOTTIE ESTÁ DE VOLTA!


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                Os humanos tendem a julgar livros pelas capas, assim como fazem com as pessoas, o que é um conceito irônico, se pararmos para pensar que a capa pode ser um esconderijo para muito mais. Por exemplo, ela segurava um livro de uma Deusa Pagã nas mãos, contudo sua capa era somente de couro, sem letras e adornos, como um dos muitos diários que as pessoas costumavam guardar de baixo de suas camas ou trancados em suas gavetas, algo que ninguém desconfiaria e que não a faria queimar na fogueira, o que seria bem cômico de imaginar, considerando que ela vinha lhe dando cada vez melhor com as chamas.

-Eles estão para chegar! –Suzana comemorou, realmente contente.

                Charlotte ergueu os olhos de modo apático e assentiu, escondendo um bocejo com a mão. Nem lembrava a última vez que vira a mãe feliz daquela forma.

                Os Maddox haviam acabado de chegar na mansão da família, sendo que Christopher já estava no escritório conversando com o rapaz de olhos dourados e mais um senhor, a quem a menina não fazia ideia de quem se tratava; Suzana estava em extasie aguardando a família Dennai, sua família; Mark estava jogado ao seu lado no sofá; Alfred parecia levemente entediado enquanto brincava com um torrão de prata entre os dedos, girando-o de um lado para o outro; E Nanda e Harry pareciam se segurar para não invadir o espaço que Charlotte colocara entre ela e todos.

                Normalmente ela iria ficar perto dos irmãos, buscando segurança e lhes oferecendo conforto. Nenhum dos três era adaptado a mansões e luxo, contudo Charlotte parecia a mais confortável de todos, uma elegância tão própria que era assustador aos olhos dos que a conheciam desde sempre.

                Harry analisou a irmã, que não mostrava nada na expressão, contudo os olhos queimavam com uma ira que poderia consumir o mundo. Era uma característica tão marcante na menina que ele se questionou como não vira que Charlotte era mais que uma garota comum durante todo os anos em que cresceram juntos. Char exalava uma aura de poder a sua volta, não necessariamente como Feiticeira, mas como se aquele lugar lhe fosse de direito e ela tivesse crescido ali, cercada de luxo, de conforto e em uma mansão que englobaria ambas suas casas de Ventanis na sala e sobraria espaço.

                Christopher retornou à sala, na companhia do rapaz de olhos dourados e do senhor de olhos negros, ambos a analisando cuidadosamente. O homem tinha um sorriso brincalhão. Char notou que os pais aparentavam ser diferentes ali, não o casal de uma Vila simples, sim o casal que carregava nomes importantes e muitas posses, que poderiam se sobressair com facilidade na corte.

-Charlotte, esse é Oskar. –Christopher apresentou o velho, que usava ombreira de bronze e uma espada atada a um cinto na cintura. –Um companheiro antigo de armas.

                Char poderia ter se erguido e o cumprimentado como uma verdadeira lady, contudo ela deu um curto, quase inexistente sorriso, e um aceno leve de cabeça, sem se preocupar em sair do conforto de sua poltrona.

-Sir Oskar. –Ela falou com uma sutileza que pareceu encantar o homem. –Infelizmente não posso dizer ter ouvido falar do senhor ou dos demais companheiros de armas de meu pai, contudo é um prazer conhecê-lo e espero saber mais, futuramente, das aventuras que vocês tiveram.

-Igualmente, minha jovem. –Ele sorriu. –Tenho muito a contar sobre seu pai. –Ela sorriu.

-Oskar. –Suzana lhe sorriu afetuosamente.

Filhos do Império - Lâminas de Vento (Livro Dois)Onde histórias criam vida. Descubra agora