Capítulo Vinte e Dois - Os Ponteiros do Tempo

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     PEGA PORRA, MEU PROJETO FOI QUALIFICADO!

     Desculpem o palavreado, mas fazia algum tempo que não me sentia tão leve. Esse projeto sugou até minha alma e ter a certeza que estou no caminho de me formar com um trabalho de assunto tão denso e que eu temia não dar conta nem de começar, contudo ver finalmente ganhando vida e alcançando a banca para qualificá-lo como viável para ser finalizado, é como tirar um peso enorme dos meus ombros.

     Sem falar que passei direto! Então semestre que vem é o último do meu curso e depois estarei formada! Por tanto, para comemorar essa minha vitória, eu não podia não vir aqui contar a vocês e deixar um capítulo, porque finalmente posso escrever de novo. Escutei um viva?


 ♪ ♪ 

     Os ponteiros do tempo pareciam ter acelerado, mas o coração de Charlotte, em contra partida, aparentava finalmente bater na velocidade correta. Estar com os Alvarez era tão natural que a mulher de olhos verde-grama realmente se sentia em paz, como se o mundo externo aquela taverna não estivesse fadado a ruína. E em muito tempo Char decidiu que não queria pensar em sua missão, em sua nova vida ou tudo o que passara desde o momento em que saiu de Ventanis, estava disposta somente a se divertir como antes.

     Noah, após pedir que servissem um almoço para eles no bar, mandou que os empregados não permitissem que ninguém se direcionasse a taverna naquele dia, alegando que estaria fechado por razões pessoas. E ele sabia que não se arrependeria, afinal fazia tempo desde a última vez que vira a família toda reunida, principalmente na companhia de Charlotte e dos inseparáveis irmãos Bellerose.

     Fernanda estava feliz com a companhia, pensou que ao aceitar o novo caminho e escolher seguir sua família, não veria novamente Marcos e os Alvarez, mas o destino foi feliz ao fazê-la compreender o erro. Sempre pensou que em algum momento ela e Marcos teriam algo além de noites de luxúria e ficarem a se agarrar pelos cantos, por mais que relutasse em dizer aquilo em voz alta, no entanto, sentir a mão quente dele acariciando a sua com total tranquilidade, por mais que a família estivesse presente, era reconfortante.

     Charlotte conversou por um longo tempo com os Alvarez, divertindo-se realmente, mas conseguia perceber o desconforto de André, que não olhava diretamente para ela e muito menos para Noah. E a mulher sabia que precisava colocar as coisas no lugar, já havia adiado muito aquele momento.

-André, preciso falar com você. –Char disse, agarrando a mão do rapaz e o puxando dali, não dando abertura para recusas.

-Tão mandona. –Marcos brincou, bebendo tranquilamente sua caneca de cerveja.

-Charlie sendo Charlie. –Noah deu de ombros, vendo os dois sentaram em uma mesa reservada no canto, mais escondida e que não possibilitava que as demais pessoas vissem muito do que ocorria ali.

-O que houve, Char? –André questionou, enquanto ela lhe empurrava para sentar na cadeira.

-Você está bem? –Ela quis saber, tomando o lugar a sua frente e se recostando na cadeira, cruzando os braços em frente ao peito.

-Não compreendo a razão dessa pergunta.

-Então me olhe nos olhos. –Ela resmungou. –Até porque tenho uma questão e odeio falar com quem não me olha.

     André sabia que haveria aquele momento, Char odiava esperar muito.

-O que quer saber?

Filhos do Império - Lâminas de Vento (Livro Dois)Onde histórias criam vida. Descubra agora