Capítulo Trinta e Sete - Relish

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     Charlotte manipulou tudo ao seu favor, deixando pequenas migalhas ao longo do caminho e dias de investigação para que todos os membros de seu time, agora com exceção do Príncipe Herdeiro da Coroa Imperial _a quem ela fizera questão de deixar esclarecido a todos não ter mais vontade alguma de trabalhar após a discussão a qual ele dera a entender ameaçar seus irmãos_, fossem levados até aquele a quem queria incriminar. Não havia nenhum meio de George Relish ser inocentado, nenhum fio foi deixado soltou ou ao acaso, cada mínima ponta foi amarrada conforme a vontade da mulher de olhos verdes, que fitavam o homem desesperado de joelhos no chão enquanto a lâmina da espada de Scott era deixada em sua garganta, mantendo-o imóvel durante a leitura silenciosa que o Imperador fazia dos documentos relativos à investigação dos futuros líderes da Trindade.

-Meu senhor, é tudo mentira! Alguém armou... –George tentou argumentar, somente tendo a espada pressionada com mais força em sua garganta e obrigando-o a silenciar.

-E como me explica tudo o que os jovens herdeiros da Trindade Venenosa exibem demonstrando sua culpa? –O Imperador questionou e Char sinalizou para que Scott deixasse o homem livre da lâmina fria de aço.

-Eu não sei como é possível, meu senhor. –Choramingou. –Sempre fui leal a coroa.

-Menos quando executou a esposa de Lord Miller há 8 anos. –Adam comentou levemente, pairando ao redor de Charlotte.

-Isso após abusar dela. –Scott complementou o que o amigo dizia.

-Ou durante os anos que foi responsável por repor os suprimentos dos guardas imperiais e os mantimentos vinham com menos do que deveria. –Adam incitou.

-Quantas moedas de ouro eu ganharia caso fizesse a conta exata de todos esses anos de roubo dos suprimentos? –Char questionou para os parceiros.

-Isso sem contar que ele dizia ser devido aos preços exorbitantes que os comerciantes repassavam determinados produtos. –Scott alertou, dano um sorriso maroto em direção a prima.

-Não, isso... –Ele se enrolou. –Eu só retirava algumas coisas, mas só isso.

-Isso é roubo, pelo menos aprendi assim. –Char disse como quem não quer nada.

-Mas isso não quer dizer que roubei a Casa de Moedas! –Se exasperou, levando-a a erguer a sobrancelha.

-Três dias antes do roubo na Casa de Moedas suas finanças estavam a baixo dos que seus gastos comuns permitem. –Char informou, caminhando até o Imperador e indicando a página das finanças da família Relish segundo os Livros Contábeis da Casa de Moedas. –No entanto, uma semana depois que tudo ocorreu, a senhora Relish comprou vestidos de seda, foi ao Boticário na avenida Blanc e comprou... –Pausou enquanto pegava o pequeno diário da investigação que Adam fez questão de entregar na página correta. –Obrigada, Adam. –Sorriu. –Ah, sim. Ela comprou dois frascos de perfumes, sem contar em algumas maquiagens na senhorita Delaware e sapatos em Gamor. –Enfatizou o nome da sapataria mais cara da cidade.

-Também pagou suas dívidas com os comerciantes que abastecem a despensa de sua cozinha, senhor Relish. –Adam disse.

-Eu vendi minha propriedade em Vonex, em... Em... Em Mievi. –Engoliu a seco.

-Que conveniente vender uma propriedade que ninguém tem conhecimento de ser sua. –Scott debochou.

-Que curioso não acharmos nenhum documento a respeito dessa propriedade ou venda, senhor Relish. –Char falou com uma calmaria sedutora. –Normalmente temos um canhoto ou um recibo mesmo que mal escrito para comprovar nossas vendas, não?

Filhos do Império - Lâminas de Vento (Livro Dois)Onde histórias criam vida. Descubra agora