Ficamos ali por mais um tempinho até Noah se levantar e me puxar.
- Vamos dar a volta que eu falei. - Ri do modo que ele falou. - Eu vou trocar de roupa, se quiser ficar aqui tudo bem. Não tenho vergonha de você. - Eu corei no mesmo instante e me levantei indo até a porta.
Metade de mim queria ficar ali, mas minha metade santa/inocente/tímida me fez abrir a porta e sair.
Eu pude ouvir uma risada de Noah depois que fechei a porta.
Eu acabei resolvendo trocar de roupa também. Fui até o quarto de Joalin, coloquei um short jeans, uma blusa preta com a logo do Batman e um chinelo melissa que também era preto.
Eu ia prender o meu cabelo num rabo de cavalo, mas acabei deixando solto mesmo e me encarei no espelho. Eu sorri ao sentir algo que não era comum, eu gostei do que vi.
Peguei apenas meu celular e sai do quarto de Joalin dando de cara com Noah vestindo uma camiseta e uma bermuda. Ele ficava tão bem assim, uma pena que na maior parte do tempo ele precisa estar uniformizado.
- Eu disse que íamos dar um passeio, não precisava disso tudo. - Ele falou me olhando dos pés a cabeça.
- Tudo o que? - Perguntei rindo e fechei a porta do quarto da Joalin.
- Você sabe que ta linda. - Noah me abraçou de lado com um sorriso e logo andamos em direção as escadas.
Nós avisamos ao pessoal que estávamos saindo e eu avisei que voltaria em tempo de ir buscar a Sofya no colégio com o Josh. Eu não faço ideia do porquê de ela querer que eu vá junto, mas eu é que não questiono a Sofya.
Eu e Noah saímos da enorme casa do Josh e começamos a caminhar de mãos dadas na calçada. Aquele bairro era tão chique.
- Sabe Maria, eu não imaginei que isso fosse acontecer comigo esse ano. - Ele quebrou o silêncio.
- Do que ta falando? - O olhei.
- De você. Nunca passaria pela minha cabeça que entraria no colégio uma garota que me tirasse dos trilhos assim. - Sorri olhando para meus pés. - Eu não sorri pra você porque eu quis. Eu simplesmente vi o seu sorriso e um se formou no meu rosto automaticamente.
- Fala a verdade, você riu pra mim da primeira vez por causa da vergonha que eu passei na sala da sua mãe. - Falei rindo e o mesmo riu também.
- Também. - Ele sorriu mostrando os dentes.
- Mas o primeiro sorriso que eu te dei assim que entrei na sala, foi involuntário. Assim como todos os outros, da biblioteca, do refeitório, na sala da minha mãe de novo quando você tava encrencada, no meu quarto.
- Aquele dia no seu quarto... foi totalmente sem querer. - Sorri convencida.
- Aham... ta bom. - Ele falou debochado.
- Ei! Eu to falando sério. Eu nem sabia que lá era seu quarto. - Respondi rindo.
- Então foi por pura obra do destino? - Ele me encarou com um sorriso ladino e eu assenti.
- Isso. - Sorri convencida mais uma vez e ele apertou minhas bochechas me fazendo fazer um bico. O mesmo me deu um beijo em seguida e riu da minha careta.
- Ainda bem que foi no meu quarto. Eu ficaria com ciúmes se entrasse no quarto de outro cara.
- Ficaria é? Mas você nem gostava de mim na época. - Dei de ombros sorrindo.
- Pensei que eu tivesse deixado claro que me apaixonei no mesmo momento que te vi. - Ele soltou minha mão e me abraçou de lado.
Sorri pra ele e ele piscou pra mim.
- E então, já decidiu que faculdade quer fazer ano que vem? - Ele perguntou.
- Eu ainda não parei pra pensar nisso desde que falamos da última vez. - Noah riu.
- Faz um teste vocacional. Ou sei la, pesquisa profissões relacionados ao que você gosta. Você disse que gosta de biologia né?
- Sim. Principalmente quando se trata de anatomia. - Sorri.
- Que tal medicina? Ou emfermagem?
- Medicina é quase impossível de se conseguir uma vaga. Sem contar que eu não sei se me daria bem cuidando de pessoas.
- Pra mim você seria uma médica excelente. - Ele sorriu.
- Você acha?
- Sim. Mas quem tem que saber é você. Não posso influenciar numa decisão tão importante assim. Mas pensa nisso. Há muitas áreas nesse ramo, não tem que ser exatamente medicina. Tem odontologia, psicologia, veterinária, psiquiatria, e vários outros que eu não estou lembrando.
- Eu vou pensar sobre isso. - Eu entendia a preocupação de Noah com aquilo. Ano que vem eu não teria mais a escola, esse era meu último ano, eu precisava tomar atitudes com relação ao meu futuro.
Nós continuamos caminhando até que chegamos a uma praça onde tinham algumas crianças brincando.
- Nossa, faz realmente anos que eu não venho aqui. - Noah falou sorrindo para o local.
- Você costumava vir aqui? - Perguntei enquanto caminhávamos até um dos bancos e nos sentavamos.
- Sim, quando eu era pequeno. Antes de... - Noah abaixou a cabeça e eu o olhei preocupada.
- Antes do que?
- Do meu pai falacer. - Sua voz demonstrava o quanto ele estava chateado. - Ele costumava me trazer aqui. Eu devia ter uns 10, 9 anos.
- Ah, eu sinto muito Noah. Eu não sabia. - Ele forçou um sorriso.
- Faz 10 anos. Ele morreu dormindo. Eu lembro de ver o sofrimento da minha mãe, demorou muito pra ela superar. - Ele falou enquanto olhava as crianças brincando.
- Eles eram apaixonados?
- Eram. - Ele sorriu. - Eu conseguia ver o amor deles. Meu pai carregava minha mãe no colo todas as noites pro quarto. Eu achava brega na época. - Ele riu. - Mas hoje eu entendo que era um dos modos dele mostrar pra minha mãe que ela era tudo na vida dele.
Olhando para Noah enquanto ele falava aquelas coisas, apenas me fez ficar mais encantada.
- Eu vou seguir o exemplo do meu pai. Ele encontrou o amor da vida dele e fazia de tudo, todos os dias para trata-la da melhor forma. É exatamente isso que farei com você. - Ele levou sua mão até o bolso de sua calça e tirou do mesmo uma aliança. - É por isso que eu queria te dar isso.
- Noah...
- Eu queria ter te dado quando te pedi em namoro, mas eu acabei não levando com medo de você recusar. - Ele riu para si mesmo. - Posso colocar?
Xoxo Gabi 🌸📌
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No Colégio Interno { ADAPTAÇÃO URRIDALGO }
Подростковая литератураMaria Sabina, uma garota comum, que vai escola, tem sua família e amigos vê tudo desmoronar de uma hora pra outra por conta de uma decisão dos seus pais. A garota terá que deixar tudo pra trás e se mudar para um colégio interno longe de tudo e todos...