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1989- Jardim da Mansão Malfoy


-Draco?- Jeanine usava um vestido verde de alças e tinha os pés descalços. Por algum motivo desconhecido, fazia um calor horrível naquela quarta feira, o que levou Jean e Draco para os jardins da Mansão Malfoy. As flores pareciam tristes, era o que a Snape pensava. Todas murchas graças ao calor.

As árvores nem se moviam, o que apenas piorava a situação. A intenção de Draco era sair e brincar de pega pega com a prima, mas o calor havia tirado todo o ânimo das crianças, que agora estavam deitadas em uma toalha, debaixo da sombra de uma árvore.

-Como você acha que vai ser Hogwarts?- O assunto não era muito tratado pelas crianças, afinal, ainda faltavam dois anos para sua ida oficial para a Escola de Magia e Bruxaria. Mas as vezes, como naquela tarde, quando o silêncio reinava e não se tinha ânimo para a maioria das coisas, os primos ficavam curiosos.

-Papai disse que é grande e cheia de pessoas desagradáveis! A escória, ele disse- Jean se apoiou nos cotovelos e tentou tirar os fios de cabelo que grudavam na testa, por causa do calor.

-E o que você acha?- Draco ergueu os olhos. O menino também tinhas fios do cabelo platinado grudados a testa, um sorriso preguiçoso nos lábios. Pela primeira vez desde que se lembrava, não usava vestes bruxas, mas uma bermuda preta e camiseta branca. 

-Acho que vai ser incrível!- Os olhos acinzentados brilharam- Imagina só, Nine! Aquele castelo é enorme, milhares de lugares para se esconder! Mamãe disse que o banquete é incrível e, além disso tudo, vamos estar juntos o tempo inteiro, só vamos nos separar quando for para o seu dormitório!

Jeanine sorriu, mas não durou muito.

-E se eu não for para a Sonserina?- Draco ponderou. Era esperado que Jean fosse para a casa das cobras, já que seus pais havia sido de lá, assim como a maioria dos seus parentes. Mas Draco sabia que a prima era diferente dos Lestrange, Malfoy e da maioria dos Black.

-Nesse caso, vamos ficar juntos até a hora de ir para a sua comunal!- Draco deu de ombros, roubando uma bala de caramelo que estava na mão da prima- O importante é que vamos ficar juntos.

-Qual casa você acha que eu pertenço?- Draco sorriu, ele não tinha dúvidas.

-Corvinal. Você é a pessoa mais inteligente que eu conheço, é criativa e nunca cansa de aprender. Ninguém consegue ganhar de você, nem eu!

Então os dois riram.

Eles não sabiam o que lhes aguardava em Hogwarts, não faziam ideia de que, logo no primeiro ano, Jeanine se meteria em uma confusão tão grande. Não sabiam que Draco teria de se esconder dentro de si e interpretar o papel que o pai exigia. Não sabiam que havia um armário que abria apenas por fora e que, mesmo com gritos altos, era difícil ouvir alguém.

Jeanine e Draco não sabiam de muitas coisas. Mas havia uma certeza que permaneceria até o fim dos dias de ambos.

 Eles estariam juntos.


1990- Sala do Mestre de Poções em Hogwarts

Narcisa Malfoy andava com delicadeza pelo cômodo frio e escuro que era a sala de Severus Snape, professor de poções em Hogwarts. Draco, o menino de nove anos recém completos estava com o pai em uma reunião de homens, deixando a mãe livre para ir onde quisesse. Jeanine estava passando a semana com os Tonks que, com a filha Dora em Hogwarts, decidiram levar a pequena Snape para uma viagem curta, até a praia.

Narcisa havia chegado a Hogwarts logo após o almoço e, agora, ali com Severus, não sabia dizer porquê havia solicitado uma reunião com o homem. Havia algo que incomodava Narcisa, algo que ela tinha certeza, o pocionista entenderia.

-Eles virão para Hogwarts no ano que vem, Severus- O pocionista, que até então mantinha os olhos fixos em uma pilha de trabalho de alunos do segundo ano, voltou sua atenção para a loira- Eles eram tão pequenos, não eram?

A mulher disse, analisando uma fotografia na mesa do professor. Draco e Jeanine, de cinco anos, faziam caretas e sorriam para a câmera. A foto estava emoldurada por um porta retratos feito de varinhas de alcaçuz, presente que Jean havia dado a Severus de dia dos pais alguns anos antes. Como ninguém tinha autorização para entrar nos aposentos do professor, não havia nada comprometedor em deixar aquela foto ali.

-Meu dragãozinho e minha estrelinha!- Narcisa suspirou e encarou o homem- O que será deles?

-O que quer dizer?- Como assim, o que seria deles? Severus não conseguia entender. Draco e Jean tinham tudo para serem alunos brilhantes, ambos eram inteligentes, esforçados e, embora Draco tendesse a uma personalidade um pouco arrogante, ainda eram crianças adoráveis. Além disso, Severus sabia que, enquanto Jean se mantivesse próxima ao primo, ele se manteria decente.

-Você sabe, Severus. O garoto irá estudar com eles, Lucius irá cobrar o dobro de Draco e Jean deixará tudo de lado para proteger o primo. Gostaria que eles tivessem uma infância normal, mas como isso seria possível?

O pocionista sabia muito bem a que menino Narcisa se referia. Sentiu suas entranhas se revirarem com a lembrança. 

-Eles são inteligentes, Narcisa. Vão proteger um ao outro e- O homem encarou sério Narcisa- O garoto não será um problema para nenhum dos dois.

Narcisa assentiu e, com um maneio de cabeça e um chamado para seu elfo, retornou a Mansão Malfoy. Severus poderia não admitir para a Malfoy, mas também se preocupava com o ano seguinte, porque Harry Potter poderia sim, ser um problema para os primos.

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Fim da primeira parte!

Bem tranquila, não acharam?

Eu decidi fazer uma mudança nos meus planos. O combinado era que, depois que a primeira parte de S.C. fosse postada, eu voltaria a escrever B&M Cálice de Fogo, porém, eu não ando conseguindo colocar no papel a história da Lynx, enquanto a da Jeanine está saindo fácil fácil. Então, vamos começar a parte dois de S.C. ainda essa semana, enquanto tento escrever B&M.

Espero que tenham gostado de conhecer a Jean e ver a relação dela com o Severus, a Narcisa, Lucius, Andy e Ted. Teremos mais interações assim na segunda parte? Sim!

Jeanine vai estar um pouquinho mais madura, com um sorriso travesso herdado de um certo primo ai e com um carisma de tirar o fôlego!

Todos prontos?

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Nox!


Sweet CreatureOnde histórias criam vida. Descubra agora