2.5

1.5K 152 18
                                    


Aqueles Ruivos Lá

Depois de um dia inteiro de descanso, por ter sido liberada das aulas, Jean já começava a ficar entediada por não ter nada para fazer até às 20h, quando encontraria o pai.

Deitada na cama, a menina encarava o teto, depois as cortinas azul e bronze, o lençol da mesma cor. Havia sido instruída a descansar, sem leitura, sem esforços. Mas Madame Pomfrey não estava ali para saber se a menina iria ou não ler alguma coisa. Por isso, sem hesitar, Jeanine desceu da cama, puxou o malão e pegou livros e pergaminhos. Aproveitaria seu tempo de descanso para repor a matéria que havia perdido.

Havia um trabalho de feitiços, Theo havia lhe dito, e foi por esse que Jean começou. Depois refez os exercícios de transfiguração, reviu as anotações de poções e pesquisou um pouco mais sobre as estrelas e planetas.

Quando se deu conta, estava adiantando o conteúdo de DCAT e o sol começava a dar adeus. Guardou os pergaminhos e livros, foi para o banheiro e, aproveitando que nenhuma de suas colegas de quarto (Jeanine havia descoberto que se chamavam Ester, Heather e Tiffany) estava ali.

Depois de se enfiar no suéter verde roubado do primo, Jean colocou a capa com o brasão da Corvinal e saiu, sem se preocupar em ir para o Salão Principal, já que jantaria com o pai em sua sala. Quando chegou, Jeanine bateu na porta e entrou tranquilamente.

Embora Severus tivesse chamado Jean para saber como ela estava e perguntar quem havia feito aquela brincadeira sem graça, a menina tinha outro assunto em mente, que envolvia um cérbero fofinho e uma sala no terceiro andar.

-Pai?- Jean chamou, vendo o mais velho focado nos pergaminhos que tinha em sua frente- Oi!

Severus sorriu para a menina e a acolheu em um abraço. saber que Jeanine estava bem era tudo o que ele precisava.

-Como se sente?

-Bem. Eu dormi, me alimentei direito e descansei como Madame Pomfrey pediu. Repouso total!- Ou quase, pensou a menina.

-Quando começou a mentir?- O pocionista arqueou uma sobrancelha para a menor, ele duvidava com todo o seu ser que Jeanine havia ficado de repouso total o dia inteiro. Severus viu a menina dar de ombros e sorrir- Certo, vamos jantar!

E assim o fizeram. Enquanto comiam, conversavam sobre as aulas e como Jean estava se sando. A menina tirou algumas dúvidas sobre poções que andava praticando e alguns ingredientes que havia testado para trocar, o que deixava o mais velho surpreso. Era óbvio que Jean era incrivelmente inteligente, muito talentosa também. Mas era sempre uma surpresa saber que, com apenas onze anos, já sabia quais ingredientes novos testar mas que não mudassem o efeito da poção. Além de sua clara facilidade em cuidar de plantas e identificar constelações. É claro, haviam também aqueles pequenos detalhes com os quais a menina tinha dificuldade, como feitiços e transfiguração. Principalmente a segunda.

Enquanto servia mais purê, Jeanine se lembrou do principal assunto que queria tratar com o pai.

-Você já viu um cérbero, pai?- Severus, que reveza a atenção entre os pergaminhos cheios de erros dos alunos e o que a filha dizia, assentiu- Eles são fofos, não são? Três cabeças, olhos brilhantes e...

-Um olhar assassino, que dizer, não é? Aquelas coisas são monstruosas, Jean!- Jean apoiou os cotovelos na mesa, e descansou o rosto nos punhos. Era a hora de falar.

-Não acho! Inclusive, vi um recentemente no terceiro andar, em uma porta bastante suspeita, ele parecia muito fofo, além de leal ao seu serviço. O que será que ele protegia?

Sweet CreatureOnde histórias criam vida. Descubra agora