Capítulo 13

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JUNGKOOK manteve-se em posição de sentido, aguardando o sinal do almirante.

— Descansar — disse o almirante Park, contornando a mesa imponente no seu escritório de casa para ir se sentar como um rei em seu trono de couro. — Você é um convidado, Jeon, relaxe e sente-se.

Pois sim.

Jungkook sentou-se diante da mesa, mas não relaxou. A reunião seria um pouco mais informal do que na base, onde fizera o primeiro relato sobre a missão. E podia ser o convidado do almirante para jantar, mas isso não mudava o fato de que essa era uma reunião formal.

— Você já recebeu reconhecimento oficial pelo trabalho bem feito — disse o almirante, entrelaçando as mãos diante do estômago enquanto o olhava. A expressão em seu rosto talvez fosse amistosa, mas era difícil dizer. O granito não era maleável. — Eu gostaria de lhe fazer o meu agradecimento pessoal também. Você libertou o meu filho, o manteve a salvo e o levou até mim sem um arranhão. A mãe dele e eu lhe somos gratos.

Jeon encarou-o. De verdade? Não achara que o almirante fosse do tipo que manifestava gratidão.

— Obrigado, senhor — falou. Então, mesmo sabendo que não deveria, ainda perguntou: — Como está Jimin? Já se recuperou da tribulação toda?

Mais especificamente do sequestro e das agruras que enfrentara no frio e na neve. Não da parte do "sexo num catre e da subsequente suposta rejeição dele". Jungkook cerrou os dentes, ainda sem saber se fizera a coisa certa. Ou mais especificamente, sem saber se estava contente em ter feito a coisa certa.

Sentia falta dele. Passara oito meses sentindo falta dele, mas dizer a si mesmo que Jimin o odiava tornara mais fácil resistir à vontade de procurá-lo. Agora que sabia que o loiro não o odiava...? Aquela vontade era quase incontrolável e cada vez mais intensa, enlouquecendo-o.

— Segundo o psicólogo, ele está superando o trauma de uma maneira saudável e não terá problemas em decorrência do que aconteceu. — Antes que Jungkook ponderasse que era uma explicação um tanto vaga, o almirante prosseguiu: — De acordo com a mãe dele, Jimin está frágil e não vem se alimentando direito, mas precisa apenas de um pouco de tempo e de descanso. E se você ouvir o irmão, que o entende melhor, ele está aborrecido com algo e precisa ir comprar sapatos para relaxar.

— Comprar sapatos?

— Ao que parece, é uma cura para tudo — disse o homem mais velho, parecendo perplexo e embaraçado. Então, tornou a adquirir o ar de militar graduado. — O importante é que Jimin está bem. E é, em grande parte, graças a você.

— Eu diria que é graças a ele mesmo — declarou Jeon sem pensar.

E se arrependeu de imediato. O almirante exibiu uma expressão pensativa, ponderando algo.

Então, meneou a cabeça como se o soldado tivesse feito uma grande confissão.

— Vou deixar o protocolo de lado por um momento — disse o almirante, dobrando as mãos sobre a mesa. Inclinou-se para frente e seus lábios se curvaram num sorriso duro. — Gostaria de conversar com você, não como seu oficial comandante, mas de homem para homem.

Jungkook arqueou as sobrancelhas. Na prática, uma vez que estava aposentado, o almirante não era mais seu oficial comandante. Na prática. Ainda assim, foi com a parte da conversa de "homem para homem" que mais se preocupou.

— Você e meu filho têm...

Oh, droga. 

Têm o quê? Tiveram relações inapropriadas? Tiveram centenas de orgasmos juntos?

Atração Fatal ↠  jjk • pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora