Capítulo 12

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JUNGKOOK queria socar algo mais sólido do que um frágil travesseiro. Uma parede de tijolos. Uma porta de aço. Uma fera enraivecida da selva. Qualquer coisa.

Por que naquele momento? Por que a mensagem tivera de ser enviada justamente naquele momento? Por que não uma hora depois? Ou duas, até? Isso teria lhe dado tempo para lidar com o turbilhão emocional em que caíra. Para concluir a conversa e poder... O quê? Encerrar o assunto?

Sim. Encerrar o assunto.

Porque fatos eram fatos. Sentimentos, não importando quanto fossem intensos e convidativos, não mudavam os fatos. Não podia pedir – não pediria – a Jimin que se tornasse parte da vida que ele escolhera. A despeito de quanto o amava.

— Você está pronto? A equipe de resgate vai estar à nossa espera no alto da montanha dentro de quinze minutos.

— Temos que subir uma montanha?

Jeon quis rir. Desejou poder encontrar um pouco de humor nesse final. Para que ambos concluíssem aqueles momentos ali com sorrisos. Mas não conseguiu.

— O veículo de resgate não tem como chegar a esta área. É um terreno muito acidentado — explicou numa voz um tanto ríspida. — Não é uma subida muito grande, e a equipe terá um sistema de cabos preparado para nos puxar até lá. Será como subir de escada rolante até o segundo andar de um shopping.

— Oh, exatamente como num shopping — resmungou Jimin, parecendo tão irritado quanto ele próprio se sentia no momento. — A não ser pela temperatura de congelar, o vento tentando nos derrubar e a neve fustigando. Talvez haja até uma "praça de alimentação" à nossa espera quando chegarmos ao topo.

O soldado sentiu-se péssimo. Sabia que Jimin estava reagindo ao seu tom áspero, à sua atitude. Apenas porque sabia que não havia um futuro para ambos juntos não significava que queria deixá-lo zangado. Ou pior, aborrecido.

Só você mesmo, Jeon...

 Pensou zombeteiro. 

Resgatou um garoto de um lunático perigoso, fez sexo com ele quase a noite inteira, mesmo sabendo que não deveria, e então faz com que ele se sinta mal por isso. O troféu de Garanhão do Ano deve chegar a qualquer momento.

— Praça de alimentação, hein? — disse, tentando soar espirituoso. Respirando fundo, aproximou-se mais para terminar de lhe ajeitar os trajes de inverno. — Vou ver o que posso conseguir.

Explicando que em vez de um helicóptero, que não pudera ser mandado naquelas condições de tempo, um veículo terrestre os pegaria na montanha, Jungkook terminou de equipá-lo rapidamente. Logo, Jimin estava pronto para enfrentar o rigor dos elementos. Embrulhado quase como uma múmia, com o rosto e o cabelo ocultos, apenas os olhos se viam. E estavam expressivos como nunca, dizendo mais do que mil palavras. Transmitiam preocupação, tristeza, um doloroso adeus. Eram mensagens altas e claras. Assim como os remanescentes de paixão que se alastrava tão facilmente entre ambos. Bastaria ele retribuir com um olhar. Uma só palavra, nem mesmo uma promessa.

E poderia fazer com o que havia entre eles prosseguisse. Jimin lamentaria o fato eventualmente.

Passaria a odiar o trabalho em campo de Jungkook, a ligação com um homem em relação ao qual ele tinha sentimentos tão negativos, o próprio pai.

Ele odiaria o fato de magoar Jimin, se ressentiria da pressão silenciosa para que mudasse, e, com o tempo, não tão silenciosa.

Mas entre agora e o momento em que tudo isso acabasse acontecendo, poderiam ter muito tempo explorando essa paixão. Tendo sexo incrível. Desfrutando deliciosamente a companhia um do outro.

Atração Fatal ↠  jjk • pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora