Capítulo 7

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Wei Ying não sabia o que fazer, mas sabia que não podia deixar que Yunmeng atacasse Gusu. Por isso, o seu plano suicida seria entrar simplesmente em Gusu e esperar que alguém o prenda e o leve para o local onde mantinham os prisioneiros (já que Lan Zhan se tinha recusado a dizer-lhe onde estavam).

Felizmente tinha a sua espada consigo e não iriam tirar-lhe o dizi, afinal era só uma simples flauta de madeira, que perigo poderia fazer? Com a Chenqing, poderia usar os seus poderes para libertar os prisioneiros de Gusu, enquanto ele próprio seria um prisioneiro. Os guardas nem iriam ter tempo para reparar na música da flauta enquanto seriam levados pelas trevas para um sono profundo, mas seguro. Wei Ying não matava inocentes.... De propósito. Ele não era nenhum assassino. Preferia o termo "justiceiro".

Levando o caminho mais longo para evitar ser visto pelas tropas de Yunmeng que iriam atacar a cidade de Gusu, Wei Ying conseguiu entrar em Gusu e no Recanto das Nuvens sem ser visto, não que isso agora fosse muito importante. O seu plano era literalmente esperar no Recanto das Nuvens até que algum discípulo Lan o encontrasse e levasse ao líder do clã.

Sentou-se numas escadas enquanto esperava que alguém aparecesse. Estava tudo tão calmo e quieto que Wei Ying ponderou se não estariam já em guerra e se não deveria voltar para ajudar o seu clã... Afinal, a culpa era dele de estarem a ser atacados.

Com um suspiro, ergueu-se das escadas e esticou a coluna com alguns alongamentos. Já que ninguém o prendia, iria procurar o local sozinho.

Andou durante algum tempo por aquelas ruas e estradas que pareciam todas iguais aos seus olhos, até finalmente avistar alguém. Um pequena multidão de pessoas aproximava-se a passos lentos e Wei Ying soube logo identificar os prisioneiros de Yunmeng. As suas vestes roxas (agora sujas) eram uma boa indicação de quem eram, mas os seus risos altos e forma de andar foi o que os denunciou como cidadãos de Yunmeng. Wei Ying tinha a certeza que conseguiria identificar as suas pessoas em qualquer parte do mundo. Diferente dos Lan que mantinham uma postura perfeita como se tivessem engolido um pau de vassoura e usavam sempre aquelas roupas brancas e azuis de luto, já para não falar naquelas fitas na testa que deviam deixar uma marca de bronze muito estranha.

Os prisioneiros pareciam andar livremente, mas estavam rodeados de soldados de Gusu. Wei Ying teria se aproximado deles para tentar perceber melhor a situação se uma mão no seu ombro não o tivesse impedido de andar.

- O que fazes aqui?

- Lan Zhan!

- Vem. - Lan Zhan não esperou mais tempo antes de arrastar o rapaz para o edifício mais perto, que Wei Ying notou ser uma biblioteca.

- O que se passa? Porque estamos aqui? - Wei Ying queria sair mas conteve-se para ouvir o que Lan Zhan tinha para dizer. Desde a conversa com o Jiang Cheng que se sentia hesitante com o outro rapaz. Eles gostavam mesmo um do outro, certo? O que estava a faltar ali?

- Wei Ying. É perigoso estares aqui. - Diz Lan Zhan enquanto o puxa para longe das janelas.

Aaah... É a paz. É a paz entre os clãs que faltava ali.

- Preciso de levar os prisioneiros de volta para Yunmeng! É a única forma de parar esta guerra. Os soldados de Yunmeng já estão a vir para cá e podem atacar a qualquer momento! - Lan Zhan não muda de expressão com o que acabara de ouvir. Afinal nada daquilo era novidade para si.

Quando foi chamado por Lan Huan mais cedo, ele já sabia das tropas de Yunmeng que se preparavam para atacar Gusu. Estranhamente, a informação tinha vindo do seu noivo... Como é que ele sabia, era um mistério.

- Eu falei com o Xichen e ele concordou em soltarmos os prisioneiros. Estão a ser levados agora para alguns cuidados extras antes de voltarem para Yunmeng.

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