ELES
3 meses depois.
Fie folheava alguns papéis e deixava na página certa a parte em que teria que falar principalmente com Patrick e Martin naquela manhã com a ajuda de Rasmus a respeito de coisas que aconteciam na Apollon. Virou o seu rosto quando ouviu barulho e viu Carol entrando sendo seguida por Martin, Patrick e Rasmus.
- Bom dia, bom dia, bom dia! – Patrick os cumprimentou simpaticamente mesmo já tendo visto quase todo mundo antes de chegar ali, deu a volta na enorme mesa de reuniões e sentou-se de frente para Fie.
Rasmus se aproximou da mulher e agachou-se ao lado da cadeira dela enquanto Martin e Carol sentavam-se próximos a Fie.
- Recebi um fax do Charlie da Apollon Sete falando que hoje ele não vai estar disponível, mas amanhã falamos com ele. – ele sussurrou.
- Sem problema. Falamos com ele amanhã. – ela sorriu e mexeu carinhosamente nos cabelos dele.
Patrick vendo a cena olhou rapidamente para Carol e Martin que estavam sentados á sua frente e falou sem usar som apenas mexendo os lábios:
- Ela tá mexendo no cabelo dele!
Carol riu de leve e passou as mãos pelo rosto do jeito que Patrick falava.
- Bom, vamos começar. – Rasmus olhou para a mesa e pegou alguns papéis que continham dados autoexplicativos do que falaria ali. – na primeira coluna é a quantidade de barris de gasolina que temos aqui na Apollon, - colocou papéis em frente de cada um que estava ali – na segunda coluna o quanto precisamos para as coisas estarem dentro do normal.
- E qual é a sua ideia, Andersen? – Martin olhou para Rasmus que sustentou o olhar por alguns segundos.
- Nós estávamos pensando em uma ida a cidade. – Fie respondeu tentando quebrar aquela tensão. – sabemos que pode ser impossível já que faz tempo que a chuva ocorreu e tudo mudou e aqueles galões estarem lá, mas acho que devemos arriscar. Não é tão longe.
- E se invés de posto de gasolina nós procurássemos no aeroporto? – Patrick deu a ideia. – eu trabalhei como logística de cargas. – deu de ombros.
- É uma ótima ideia, Patrick. – Rasmus o olhou.
- Vocês tem um mapa? Pra ter uma ideia da distância.
Rasmus se virou com a finalidade de encontrar algo dentro da gaveta e Carol olhou para Patrick.
- Não sabia que você trabalhava em um aeroporto...
- Sim, eu adorava. - Olha, - Patrick olhou o mapa localizando-se. – nós estamos aqui, certo? – estava com o dedo no lugar onde era a Apollon, pegou uma caneta sob a mesa e marcou. – e nós temos que ir aqui. – passou a caneta por alguns centímetros no mapa e bateu com o dedo. – aqui é o centro de Copenhague o aeroporto fica a alguns 15 ou 20 km.
- O total? – Rasmus já estava ao lado de Patrick olhando o mapa perguntou.
- Ao total uns, - analisou. – 40 km eu diria.
- Acho que podemos fazer isso em um dia tranquilamente. – Martin falou enquanto olhava o mapa.
- Nós não íamos pedir pra vocês fazerem isso. – Rasmus falou em um tom de voz tranquilo ao cruzar os braços.
- Eu não to pedindo a sua opinião nem a sua permissão.
- Nós tínhamos pensado em passar esses dados e vocês treinarem dois guardas pra que eles fossem. – Fie comentou calmamente.
- Vocês confiam neles? – Patrick a olhou.
- Não tanto quanto em vocês, mas... não queríamos arriscar.
- Nós podemos fazer isso em um dia. Vamos pela manhã e voltamos antes do anoitecer. Eu conheço o lugar. Vai ser tranquilo.
Fie e Rasmus se entreolharam considerando a ideia.
- Eu vou também. – Rasmus se prontificou.
- O que? – Carol indagou assustada.
- Invés dos guardas irem, já que não confiamos 100% neles, eu vou. – o gêmeo falou.
- Rasmus você tem certeza? – Fie colocou uma das suas mãos sobre a dele na mesa.
- Tenho. Sem problema. – ele sorriu tentando tranquilizá-la e a irmã também.
- Tá certo então. – concordou Fie sorrindo de leve.
- Do que vocês precisam? - Rasmus indagou ao olhar de Patrick para Martin.
- Preciso ver algumas coisas aí eu te falo. – olhou rapidamente de Rasmus para Fie que concordou com a cabeça. – deixamos marcado pra daqui a uma semana, então.
- Ótimo. – o mais novo concordou imediatamente.
- Estamos dispensados então, né? – Martin se levantou afastando a cadeira. – Chefe? – olhou de forma debochada para Rasmus.
- Claro, podem ir. – Fie respondeu de um jeito rápido ao perceber que os dois se encaravam.
Rasmus viu Patrick e Martin saírem pela porta e apressou o seu passo correndo na direção deles.
- Espera! – gritou e viu os dois rapazes olharem pra ele, engoliu seco. – Patrick eu posso falar a sós com o Martin? – pediu.
- Não será necessário. – Martin olhou para Patrick que estava pronto pra responder.
- 1 minuto? – Rasmus quase implorou.
- Ele não vai te morder. Dá um minuto pra ele. – Patrick falou tentando amenizar. – só não se matem porque eu vou ao banheiro.
O loiro deixou que Patrick se afastasse um pouco para que pudesse começar a falar, no entanto, sentia o olhar de Martin sobre si e voltou a engolir seco, sua garganta doeu.
- O que você quer, Andersen? Eu tenho coisas pra fa...
- Eu o matei. – Rasmus interrompeu Martin e sentiu seus olhos arderem. – eu, - apontou para o próprio peito. – matei o Jean. Matei com algo que está dentro de mim e eu não podia controlar, não naquela época. Não há palavras pra eu te pedir o perdão eu sei.
- É muito difícil ainda, tá? Espero que você entenda. – Martin tinha uma enorme mágoa em sua voz, uma dor que ele achava que carregaria pro resto da vida. – respeita isso, por favor. – pediu num sussurro.
Rasmus apenas meneou a cabeça positivamente concordando com o que estava ouvindo e viu Martin dar as costas pra ele e sumir no corredor.
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The Rain: Gêmeos
FanfictionA história é ambientada no universo de The Rain. Quando a chuva veio a família Andersen achou que a Apollon seria o melhor lugar para que eles ficassem e cuidassem de um de seus gêmeos que estava doente, Rasmus, mas com o passar do tempo (e das men...