Nós três contra o mundo.

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ELES

Rasmus encontrava-se na sala de reuniões em um silencio absurdo. Apoiava o rosto com uma das mãos e lia alguns dados que haviam sido enviados por outra sede da Apollon.

- Com licença, senhor. – ouviu a voz de um dos guardas e tirou os olhos dos papéis para olhá-lo.

- Claro, Bob. Pode falar.

- Sua irmã. – esticou um dos braços segurando o walkie-talkie, Rasmus engoliu seco olhando para o aparelho e para o guarda em centésimos de segundos, se colocou em pé aproximando-se dele.

- Carol? Você está aí?

- Oi. Eu preciso entrar, eu...

- Você está bem? – Rasmus indagou rapidamente de um jeito preocupado.

- Sim, Rasmus. Preciso falar com você. Estou aqui com Martin, Patrick e Lea.

O garoto desligou o walkie-talkie e entregou para o guarda que presenciava a conversa.

- Quem é que está lá fora com eles?

- O Jorgen e o Niels, senhor. – respondeu prontamente.

- Peça que eles entrem com eles, não quero o uso de violência, nada.

- Agora mesmo, senhor. – concordou com a cabeça e deixou o recinto imediatamente.

Rasmus aproximou-se da mesa em passos rápidos e pegou o telefone ligando para o local onde Fie estava.

ELA

Passamos por uma sala onde um computador por um infravermelho detectava se estávamos com o vírus ou não, logo depois éramos desinfectados com qualquer coisa que poderíamos trazer de fora e eu senti Martin pegar em uma das minhas mãos e compartilhamos um olhar que dizia muita coisa, sabíamos que tínhamos que conversar, mas infelizmente aquele não era o momento.

Quando entramos em um enorme corredor, de longe, vi Rasmus se aproximar juntamente com outros guardas. Meu coração bateu forte, há meses não nos víamos e tudo aquilo havia acontecido no dia da morte dos nossos pais.

- Oi. – sussurrei quando estávamos totalmente próximos.

- Oi. – ele fez o mesmo e ficamos nos olhando por longos segundos como se aquela troca de olhares era um jeito de nos perguntarmos "Está tudo bem?"

Fui pra me aproximar e abraça-lo, mas senti a mão de Martin me segurar.

- Não se aproxima dele. – sussurrou, mas Rasmus o ouviu.

- Eu nunca faria mal a ela. – o olhou de um jeito sério.

- Igual você nunca fez ao Jean? IGUAL? – gritou e retirou a arma da cintura que estava em sua posse e apontando para Rasmus sem pensar duas vezes vendo os guardas fazerem o mesmo com ele. – eu não tenho medo de você. – o segurou fortemente na camiseta cinza que o garoto usava – se dependesse de mim eu já teria te matado há muito tempo.

- E porque você não tenta? – ouvi Rasmus questionar ao bater nas mãos de Martin que o seguravam.

- Parem vocês dois... – sussurrei.

- Porque eu não tento? – Martin estava apoiando a arma no peito de Rasmus. - a sua irmã tá aqui. Só por isso.

- Pára, cara. Pára! – Patrick se aproximou de Martin e o puxou para longe com certa dificuldade.

The Rain: GêmeosOnde histórias criam vida. Descubra agora