Vida normal?

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ELA

Alguns dias depois saia de onde Rasmus estava e ouvi a voz de Fie de longe e parei de andar para olhar para trás.

- CAROL! – ela gritava e se aproximava de mim correndo.

- Onde é o incêndio? – ri ao vê-la se aproximar.

- Preciso falar com você. É sobre o Rasmus.

A sensação que eu tinha era que não havia escutado direito.

- Hã? – franzi o cenho.

Ela se aproximou da porta do local onde Rasmus estava e digitou os códigos para que as portas se abrissem automaticamente, entrou e cerca de alguns segundos depois saiu com Rasmus de lá, ele vestia o moletom da Apollon que estava com o zíper até o pescoço. Sorrimos de leve um para o outro.

Entramos no laboratório depois de Fie e vimos que Martin e alguns médicos estavam ali naquele lugar claro como o dia.

- Eu vou explicar pra todos vocês. – mexeu um pouco no computador e mostrou uma imagem do vírus corrompendo uma célula saudável.

Me aproximei de Martin e vi Rasmus ficar mais ao fundo. Olhei dele para Fie que se colocava de pé para começar a falar.

- Esse é o vírus que o Rasmus possui em seu corpo. – ela apontou para o monitor. – e nós já tentamos retirá-lo, no entanto ele sai junto com o sangue quando tiramos o sangue dele, isso é natural. Enfim, nós tentamos tirá-lo diretamente da lombar e o processo foi doloroso e extremamente invasivo sendo que o vírus saiu intacto, puro. Ele sofre uma mutação sempre que o Rasmus se irrita fazendo com que ele saia do corpo e imediatamente produza novos. – ela engoliu. – pois bem o vírus precisa de uma célula viva pra se reproduzir, ou seja, ele não se reproduz fora do corpo humano só em um local onde ele tem como assumir o controle. Ou no caso no laboratório aí nós criamos um ambiente para que isso aconteça. Vocês são gêmeos bivitelinos e possuem uma sequência genética parecida, não idêntica, nós podemos usar o seu sangue e o sangue do Rasmus para tentar confundir o vírus e tentar criar uma barreira já que imunologicamente o Rasmus era doente e você não. São opostos.

- Você acha que pode ser possível, Fie? – perguntei com medo de ter falsas esperanças.

- Eu não acho, tenho certeza. Na medicina, na ciência, nós trabalhamos com possibilidades, pois há muitas variáveis para que as coisas deem certo ou não. O vírus ele não vai ser inteiramente derrotado visto que não sabemos exatamente o que fazer com tudo que tá acontecendo lá fora, mas ele, - apontou para Rasmus. – o vírus pode ficar adormecido dentro dele e não transmitir e vocês podem ter contato e uma vida normal. Ele vai poder até segurar o bebê quando nascer...

- A bebê. – Rasmus falou e eu o olhei com o cenho franzido.

- V-você sabe que é uma menina? – sussurrei sentindo os meus olhos arderem.

- É um sentimento muito forte.

Meus olhos estavam presos nele e minha mente vagando ao imaginar o futuro com a bebê e um vírus adormecido? Eu possuía alternativa a ter esperança em tudo que Fie dizia?

Ela nos explica que começaria naquele momento o processo. Tiraria o nosso sangue e usaria uma cobaia para ser infectada com o vírus e depois faria o procedimento mais complexo que era a junção dos dois tipos sanguíneos e como isso afetaria o vírus. Isso demoraria meses, mas tínhamos esperança que poderia dar certo.

ELES

Carol estava com as mãos dadas com Martin e Fie ao lado de Rasmus mostrando algo no tablet ao rapaz dentro do elevador descendo ao subsolo com o intuito em pegar o carro e fazerem a busca pelos galões na cidade.

The Rain: GêmeosOnde histórias criam vida. Descubra agora