Uma noite de redenção

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Joe seguiu a trilha entre a mata fechada atento aos possíveis perigos daquele lugar. Seus olhos procuravam o responsável pelo ataque. Por fim, seu inimigo se manifestou:

- Fique onde está viajante e solte suas armas! – Disse uma voz autoritária.

Joe abaixou sutilmente cravando suas belas espadas no solo.

- Muito bem. - Retrucou a voz – O que deseja na minha aldeia, viajante?

- Estou apenas de passagem, tenho uma longa jornada pela frente - Respondeu o britoniano em tom amigável.

- Sou Louis Tyon. Quem é você e onde roubou essas armas e esse belo cavalo? - Disse um rapaz jovem de cabelo curto dominado pela calvície, seu generoso bigode que se emendava às suas costeletas falhas lhe dava um aspecto cômico.

- Roubei? Que atrevimento! Tudo isso me pertence. Sou Joe Baldrol, um soldado britoniano.

- Companheiro, abaixe o tom de sua voz ou te abaterei sem piedade. - Disse o homem mirando o pequeno arco em sua direção!

Outros homens saíram de seus esconderijos e se aproximaram com suas armas em punho. Joe percebendo a situação desfavorável sorriu amigavelmente e disse:

- Estou em uma missão pelo meu reino, não quero nenhum tipo de confusão, podemos tomar uma boa cerveja? Por minha conta! – Sugeriu Joe.

- Acha que pode me comprar com uma simples caneca de cerveja, forasteiro? Um guerreiro de alto nível como eu não se venderia por tão pouco. Se você concordar em me entregar todas suas armas e sua montaria eu permitirei que você passe uma noite no meu vilarejo. Uma noite e nada mais que isso.

- Tudo bem. - Disse ele sem pensar duas vezes.

Joe tirou seu elmo, enquanto um homem que estava ao seu lado abaixou e pegou suas espadas. Louis foi em direção ao cavalo e foi pegando suas rédeas para levá-lo embora, mas Fúria firmou suas enormes patas no solo e não moveu um músculo.

O grupo de soldados imediatamente ensaiou risadas mal contidas, o que irritou ainda mais o petulante Louis, que para não fazer feio em frente ao seu batalhão deu uma esticada violenta na rédea fazendo com que Fúria se erguesse nas patas traseiras, puxando severamente Louis para cima e o derrubando de cara no chão.

Os soldados caíram em gargalhadas enquanto Louis tentava se levantar respirando com dificuldades.

- Maldito bastardo, siga seu caminho. Esta vila não é lugar para vagabundos – vociferou Louis.

Joe, ainda sorrindo, caminha sutilmente em direção à sua montaria dizendo amigavelmente:

- Acalmasse Louis, irei pegar meu cavalo e estou indo embora. Fique com minhas armas, é o único jeito que tenho de me redimir com você!

Louis se levanta lentamente enquanto observa Joe caminhando até o animal. Quando finalmente o britoniano dá às costas ao traiçoeiro Louis, é pego desprevenido com uma pancada na nuca acertada com o cabo da espada e cai inconsciente no chão.

- Mecham-se soldados, peguem o cavalo e levem esse rato para servir de comida para os mortos, ninguém envergonha o poderoso Louis e sai ileso, este homem pagará com a vida por essa afronta.

Já era noite quando o britoniano despertou com uma chuva serena molhando seu rosto. Estava com os pulsos e tornozelos amarrados, uma dor na cabeça o impedia de saber o que estava acontecendo de imediato. Ele olha em volta, mas a escuridão impedia que ele analisasse mais detalhadamente o ambiente em que se encontrava.

Joe Baldrol - Luz e SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora