O sol nem havia se posto e a movimentação nas ruas já estava intensa. Joe, como de costume, já tinha despertado. Curioso observava por uma pequena janela a cidade agitada e barulhenta. Pessoas correndo pra lá e pra cá, todos empenhados e felizes preparando o que parecia ser uma grande data festiva. Após alguns minutos, o britoniano saiu da estalagem e caminhou pelas vielas movimentadas de Aldebaran. Chegando próximo ao lago, se abaixou enchendo suas mãos com a límpida água para lavar seu rosto e logo retoma seus passos. Andou procurando pelo rei e nada encontrou. Logo sentiu um delicioso cheiro de leitão que chiava sob uma fogueira esfumaçada que fazia sua barriga roncar e sua boca encher se d'água. Aquele delicioso cheiro estava torturando o guerreiro que ainda não havia feito seu desjejum. Após procurar mais um pouco, decidiu perguntar sobre o paradeiro do rei para uma mulher que trabalhava ali perto.
- Bom dia, senhora! – Diz o jovem guerreiro falando para a mulher robusta que mexia um guisado marrom borbulhando perante a quentura do fogo.
- Bom dia. - disse a mulher com ar de dúvida.
- Preciso falar com Zalmon, sabe onde o encontro?
- Sim, ele se encontra no templo, ele vive lá. – Diz a senhora com um sorriso amigável.
Joe agradece e continua caminhando encantado com a alegria do povo, que pulava e cantava trabalhando nos preparativos da festa. Logo chega até as portas do templo. Adentrando no salão, nota que a construção é perpetrada em mármore branco. Ao fundo, observa Zalmon ajoelhado no pátio do templo. Estava sob um pódio de pedra circular, de olhos fechados e mãos entrelaçadas. O britoniano permanece em silêncio para não atrapalhar a oração que o rei fazia.
O guerreiro observava a estrutura da catedral. Notou muitos símbolos gravados nas paredes, todos com uma tintura enrubescida. De repente, uma energia brilhante emerge dos símbolos, se ramificando até se prenderem umas nas outras, inundando o templo com seu brilho dourado. Zalmon permanecia em silêncio imerso às partículas de luz. Joe, boquiaberto, se deixa hipnotizar com o que via. Para ele aquilo era totalmente novo e fantástico.
Depois de algum tempo o velho sábio se levanta e a luz se dissipa iluminando todo o salão.
- O que faz aqui, meu jovem?
- Só desejo me despedir, voltarei para Britonia hoje mesmo, preciso estar presente caso algo aconteça.
- Ora, não pode sair de Aldebaran antes de participar do nosso festival de comida e saborear nosso famoso cardápio, vamos, vamos!
Joe assente com a cabeça aceitando o convite, pois a fome o dominava. Os dois então se dirigem para o pátio onde acontecia o festival. Chegando lá, o velho sábio fez um breve discurso seguido de uma oração de agradecimento ao deus do amanhecer diante de toda fartura que o reino recebia. Depois apresentou o britoniano para seu povoado e revelou o enigma caótico em que Britonia se encontrava e pede para que seu povo ore pedindo proteção para o reino vizinho. Ele era um rei carismático, tinha o afeto e a atenção de todas as pessoas aquele momento. Joe o admirava enquanto ele discursava.
No festival quase toda a cidade estava presente. Trabalhadores, crianças e soldados, todos tinham sido convidados. Se alimentavam, cantavam e riam. Tudo estava na mais completa harmonia. Alguns esfomeados atacavam a comida, outros bêbados brindavam com força excessiva fazendo as canecas tilintarem como espadas batendo umas nas outras. Enquanto vozes se envolviam com a canção tocada pelos bardos, Joe é surpreendido pela jovem Andres que lhe serviu uma farta caneca de cerveja:
- Senhor Joe, deseja mais alguma coisa?
- Olá Andres, não é preciso, ficarei ótimo com essa boa cerveja. - Joe sorriu para a jovem, e o belo sorriso do guerreiro fez a jovem avermelhar-se.
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Joe Baldrol - Luz e Sombras
FantasyAs sombras crescem em um reino até então pacífico. Desaparecimentos misteriosos assombram o rei que, sem saída, designa um talentoso guerreiro para solucionar esse problema. Seu nome é Joe Baldrol, que se vê na difícil missão de saber a natureza de...