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Zayn estava sentado na cadeira que ficava na ponta da mesa, na cadeira a sua direita estava Sofya, ou Malikinha, como ele preferia chamá-la.

— Tio, você sempre come com quem? — a pequena dirigiu seu olhar até ele.

Ele deu um pequeno sorriso e também a encarou.

— Eu costumo comer sozinho, Malikinha.

A garota olhou para frente e encarou o prato a sua frente.

— Mamãe diz que não é bom comer sozinho. Você gosta?

— Gosto... É calmo e silencioso.

Ela balançou a cabeça afirmativamente.

— Vamos comer? — Nour entrou na sala de jantar e sentou ao lado de Sofya.

Zayn assentiu e pegou o garfo começando a comer, percebeu que durante o almoço a pequena Malik havia ficado extremamente quieta.

Ela comeu com a ajuda de Nour e logo em seguida Melanie chegou levando a consigo.

— Meu plano foi um sucesso, apesar de termos conferido e Noah realmente não ter colocado escutas ou câmeras. — Nour informou assim que ficaram a sós.

— Eu sabia. — Zayn deu um gole no suco que tomava. — Noah é inteligente demais para isso.

— Qual é o próximo passo, Zayn?

— Nada por enquanto. Tudo o que mandarmos eles vão fazer, mas ainda não quero deixar ela ir.

— Não acha que está se apegando demais a ela? — o tom de voz de Nour deixava transparecer sua preocupação.

— Não... E mesmo que me apegasse não teria problema, ela é da família.

— Zayn... — Nour o olhou com reprovação.

— Não venha me dar sermões, se já acabamos eu tenho que ir. — Disse levantando-se e logo saindo da sala de jantar.

                                 ***

Sabina entrou na sala de reuniões e viu Krystian sentando na cadeira.

— E então? — A garota encarou ele.

— Aqui está. — Entregou um envelope grande e branco.

— Muito obrigada, Krystian.— Sabina agradeceu e caminhou até a porta abriu a mesma e viu Noah e Zoe na frente da sala, arquiou a sobrancelha mas não falou nada, passou por ele e viu os dois entrarem na sala indo ao encontro de Krystian.

Ela correu até o seu quarto e assim que entrou fechou a porta, abriu o envelope e pegou primeiro umas fotos. Era a garotinha, Sabina estava certa, aquela menina se parecia muito com ela.  Continuou vendo as fotos até ver uma da garotinha com um homem. Seu rosto estava um pouco diferente, sua barba estava muito maior, estava mais velho. Mas Sabina sabia que era ele, seus olhos ficaram marejados quando ela lembrou de todas as memórias, das melhores, que eram poucas, e das piores e mais cruéis.

Só de pensar que  aquela garotinha podia estar ficando traumatizada como ela ficou ficava aflita.

Puxou os outros papéis dentro do envelope e viu o endereço, junto com o nome da garotinha, sua idade, e mais algumas informações pessoais da Hidalgo menor. Luna, esse era seu nome.

Sabina saiu do quarto, ela sabia que queria fazer isso mas naquele momento parecia mais certo primeiro conversar com alguém sobre isso.

                                     ***

— Então, pode falar agora... — Noah encorajou a garota ao seu lado. Já estavam ali a trinta minutos, sentados do lado de fora da casa na grama verde, Sabina estava de pernas cruzadas com as mãos apoiadas no chão e seu corpo levemente inclinado para trás, Noah estava exatamente do mesmo jeito que ela, a única diferença é que ele mantinha sua cabeça virada  em sua direção e os olhos nela enquanto a mesma estava com os olhos fechados, como se estivesse tomando um banho de sol.

— Eu descobri que tenho uma irmã, e que ele mora com meu pai do outro lado da cidade. — Ela falou e Noah escutou atentamente. — Eu estava pensando em tirá-la dele. — Disse finalmente abrindo os olhos e virando o rosto para encarar Noah.

Ele assentiu levemente, mas não parecia que ia falar nada. A garota murmurou um "Não vai falar nada?"

— Bom, você sabe que criar uma criança é muita responsabilidade, isso eu não preciso dizer. Você também sabe que vai sabe que vai ser bem difícil, mas se já tomou essa decisão acho que deveria colocar em prática.

— Noah, não é que eu queira isso, só que eu sinto que é minha responsabilidade! Como eu posso deixar que essa garotinha fique com os mesmos traumas que eu fiquei? Memórias tão dolorosas e... — Sua respiração ficou um pouco acelerada como se estivesse prestes a chorar.

Noah pegou na sua mão e encarou seus olhos.

— Eu sei, e pessoalmente eu acho que deveria fazer isso. Todo mundo que está lá dentro vai apoiar você e eu também, não se preocupe com isso.

Sabina deu um sorriso pequeno e impulsivamente abraçou o Urrea.

Noah  quase bateu as costas na grama, mas conseguiu se manter sentado com a ajuda de uma das mãos e a outra levou as costas de Sabina por impulso dando um sorriso surpreso.

Regra número 1Onde histórias criam vida. Descubra agora