Capítulo 5

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Um rapaz entrou apressado na cafeteria, estava ansioso por conhecer quem poderia ter conquistado tão profundamente o coração de seu irmão

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Um rapaz entrou apressado na cafeteria, estava ansioso por conhecer quem poderia ter conquistado tão profundamente o coração de seu irmão. Após pedir um cappuccino, virou-se para procurar uma mesa e se sentar. Neste momento, avistou uma jovem que estava lendo algo e resolveu se aproximar.

— Com licença, está lendo "Persuasão"?

— Sim, estou. Você é...?

— Oh, desculpe a minha falta de educação. Sou Frederico. Você parecia tão serena lendo o livro, achei curioso.

— "Curioso"? Isso é, no mínimo, estranho — riu. — Por favor, sente-se. Já leu este livro, Frederico?

— Por favor, me chame de Fred. O nome foi em homenagem ao meu avô britânico — sorriu sem graça, e Ana sentiu o seu mundo se iluminar com aquele sorriso. — Sim, já li esta obra, a conheci de um jeito muito "curioso" também.

Ele falou, pegando algo em sua mochila. Ana sentiu seu coração palpitar, conseguia reconhecer muito bem aquela capa bege com uma silhueta preta.

— Este livro... — respondeu admirando o exemplar em suas mãos. — O achei na escola, após ser atropelado por uma pessoa no corredor. Nunca consegui encontrar o dono. Mas possui uma interessante dedicatória; o que me fez ler a obra.

— "Para o Amor que, um dia, irei encontrar.". — A jovem pronunciou tais palavras por instinto, o que espantou o rapaz à sua frente.

— Você... É a dona?

— Acho que devo desculpas por ter te atropelado — corou em um riso envergonhado.

— Imagina, isso já faz muito tempo — respondeu maravilhado. — Pensei que jamais iria te encontrar. Aqui está seu livro, você o deixou cair.

— Creio que ele já encontrou outro dono. Afinal, como pode ver, já possuo outro. Fique com este, após três anos, acho que já estão um relacionamento sério — brincou.

— Também acho que sim, remetente anônima.

Ana estranhou a forma como Fred se referiu a ela, algumas lembranças lhe voltavam à memória.

— Penso que devo lhe agradecer pelos conselhos e pela despedida também. Parece que você me presenteou duas vezes sem perceber.

— O professor entregou a minha carta para você?

Ele a tirou de dentro do livro. Sempre soube que quando encontrasse a dona da obra, também encontraria a escritora misteriosa de tão linda caligrafia.

— Acho que minha missão acabou agora.

— "Missão"?

— Passei os últimos três anos te procurando, essa era a minha missão. Sua carta me inspirou a fazer jornalismo: quero ser repórter investigativo.

— E me procurava para agradecer pela carta?

— Te procurava porque queria saber quem era a outra alma capaz de me ler tão facilmente sem, ao menos, me conhecer.

Ana riu sem graça, sabia o que estava acontecendo ali: seu amor havia lhe encontrado, e não iria deixá-lo escapar.

— Fico feliz por saber que minhas palavras te ajudaram tanto. Podíamos marcar de sair um dia... Vou adorar conhecer mais sobre o seu gosto literário.

— Vou adorar conhecer mais sobre Você. — Ana corou de imediato. Fred não tirava os olhos dela, concentrado nos traços delicados de seu rosto e na sua voz que o prendia àquela mesa, tinha inclusive esquecido o motivo de estar ali.

— Ana, já chegou? Que milagre! O intercâmbio te mudou mesmo — disse Sara enquanto cumprimentava a amiga que não via há anos.

— Hum... Amor?

— Ah, claro. Desculpa. Este é Henrique, meu namorado — falou a atleta, apresentando-o à convidada.

— Amor, te chamei porque queria te apresentar meu irmão, Frederico — riu da confusão da amada.

— Oh, prazer em conhecê-lo! — O nervosismo a dominava, estava ansiosa há dias por aquilo, mas ter sua melhor amiga ao seu lado lhe acalmava. — O seu rosto me parece familiar... Lembrei! Você era o aluno da nossa escola que vi uma vez no cursinho pré-vestibular que frequentamos.

Saber que seus caminhos já haviam se cruzado antes, e que nenhum dos envolvidos sabiam disso, foi um choque para todos. Sara, então, reparou que os "convidados especiais" estavam sentados juntos, e o rosto de sua amiga estava ainda mais ruborizado do que quando a avistou, há pouco.

— Vocês... Se conhecem?

— Em partes. — Ana e Fred se entreolharam ao responderem em uníssono.

Tal resposta foi o início para uma conversa que durou horas e transitou por diversos assuntos. A ansiedade de Sara fora embora, dando lugar a uma felicidade sem igual, a permitindo desfrutar ao máximo aquele momento. Estava contente por sua amiga enfim ter achado o seu adorado livro, e mais feliz ainda por notar que ela poderia ter encontrado o amor que sempre esperou.

Fred e Ana se encontraram várias outras vezes depois. Descobriram que cursavam a mesma faculdade e que seus horários combinavam, o que possibilitou que sempre fossem embora juntos. Um dia, em uma das caminhadas que costumavam fazer juntos após a aula, quando estavam sozinhos, Fred a pediu em namoro. Havia lhe escrito uma carta revelando seus sentimentos, inspirado pela história dos dois e também pela obra que os uniu. Ana não pensou duas vezes e, quando terminou de ler, saltou em seus braços lhe respondendo com um apaixonado beijo.

Os romances que ela leu durante toda a sua vida estavam certos: existe amor, e pessoas destinadas a ficarem juntas sempre irão se encontrar. Tinha certeza disso, a história de sua amiga e a sua própria eram suas provas irrefutáveis. O amor lhe guiara até ali, e assim seria pelo resto de sua vida.

868 palavras

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E chegamos ao fim, gente!!!

Espero que todos tenham gostado deste conto e tenham sido persuadidos a amar e acreditar sempre, assim como foi com a Ana e a Sara ♥

Muitíssimo obrigada a todos que leram, votaram e comentaram!!! Vocês são incríveis!!

Beijos, e até a próxima♥ 

Persuadida a AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora