Capítulo 18

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Outro dia no psicólogo, não estou empolgada pela consulta mas pela pessoa que provavelmente irei ver. Sei que talvez seja errado estar nutrindo sentimentos por esse tipo de pessoa, que fez coisas tão ruins.E lá estou sentada naquela cadeira com os olhos fixos na porta que ele saiu da última vez. Esperei, esperei, mas nada, logo meu psicólogo vêm

-- Me acompanhe senhorita Smith

 O acompanhei fazendo o mesmo percurso que na última vez. Mesmas perguntas de sempre, sempre a mesma coisa. O interrompi nem sabendo que pergunta ele tinha feito.

-- Deixa eu te fazer uma pergunta, um homem que estava sendo atendido com a Louyse no horário mais cedo?Ele me olhou sem entender

-- Pelo que eu sei ele pediu para ser transferido um horário mais tarde. Mas Luna como que você está em relação a sua gravidez?

O olhei com interrogação na minha expressão

-- Eu tinha te contado sobre isso?

Perguntei descaradamente

-- Você me informou na consulta passada

-- há sim

Foi o que respondi já que não me lembrava. Ele tinha uma expressão de como se estivesse esperando uma resposta, e estava

-- há sim!! A pergunta, não sei dizer ao certo sabe, eu sei quem é o pai do meu filho mas não sei se devo contar, ele é uma pessoa ruim, na verdade nem sei se é mais. Você acha que eu devo contar?

-- você acha que deve falar?

-- eu não sei, eu não o perdoo ainda pelo que ele fez, por que foi muito errado, mas fiquei sabendo o porquê ele faz esse tipo de coisa, pelo menos um pouco do que ele passou, mas ele me fez um mal tão grande. Que eu não sei, eu simplesmente não sei. O que você acha, me fale qual a sua opinião.

-- você não tem que se importar com minha opinião, tem que se importar do que você acha, o que você quer fazer?

Só dei os ombros

-- E quem é o homem no qual você perguntou?

Eu gelei, eu deveria falar quem era? Ou não? Mas ele era meu psicólogo, estou pagando para falar para ele os meus problemas certo?

 -- É ele

Respirei fundo, e comecei a chorar, ele veio para perto de mim e me estendeu uma caixinha com lenços

-- obrigada--

 disponha, como você se sente?

-- É um sentimento que não sei descrever sabe? Seria errado dizer que talvez em uma fração mínima eu sentia algo por ele?

-- Eu não estou aqui para dizer o que é certo ou errado, estou aqui para te ajudar a tomar as decisões que você queira tomar

-- entendo, mas o problema é que eu não sei, ultimamente minha vida anda uma bagunça

-- porque?

-- eu tive uma separação de um casamento que jurava ser para vida toda, e ele me traiu e ainda falou que a culpa era minha, conheci esse tal homem que era meu chefe e abusou de mim, minha mãe morreu. Estou me esquecendo de alguma coisa? Claro que estou, eu estou gravida.

Sorri cinicamente para ele

-- Mas todos nós passamos por dificuldade na vida não acha? Todos nós temos provações

Eu estava encabulada, achar que é normal passar por esse tanto de coisa. Ele estava falando mas nem prestar atenção eu estava.

-- Acho que por hoje deu viu

Não esperei a resposta dele me retirei da sala, sai com tanta raiva que esbarrei em alguém

-- sai da minha frente

Falei com uma arrogância que eu não era acostumada

-- Claro

O olho, tinha que ser de novo?

-- me desculpe

Vou me retirando, já tinha virado as costas para seguir meu caminho

-- podemos conversar?

Eu estava com tanta raiva que girei com os calcanhares no mesmo lugar e com a expressão transparecendo o que eu estava sentindo.

-- fale

Ele estava nervoso dava para ver

-- Só queria te pedir desculpa por tudo o que te fiz, e não tenho ideia da sua dor, mas te peço perdão, não precisa dizer nada se não quiser, meu sentimento não é uma coisa na qual eu saiba controlar, nem o meu corpo as vezes.

Eu deveria? Fiquei com essa pergunta vagando a minha mente, acho que fiquei muito tempo pensando pois ele já estava se retirando.

-- Espera, preciso te falar algo.

Ele se virou para mim aguardando a minha resposta.





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