Capítulo Três: O Primeiro De Vários Longos Dias.

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A luz forte que entrava pela pequena janela tocava seu rosto. Odiava aquilo, por que o sol tinha que ser tão intenso?. Os olhos que abriam de modo calmo se depararam de primeira com um homem bonito, porém de índole duvidosa a primeira vista.

- Você ganhou tanto assim só com aqueles quatro idiotas? - a voz conhecida pelo garoto disse animadamente. Haoxuan realmente gostava de dinheiro.

- Sim, eu disse ao seu avó que poderia ficar com o dinheiro de três deles, apenas preciso de um para comprar uma espada nova, um arco e flecha e comida pro maçãnzinha.

- Que nome idiota - riu ignorando qualquer outra coisa falada por Xiao.

- Sai da minha frente antes que eu faça você virar a comida dele - antes calma agora realmente dava medo o tom usado pelo homem desconhecido.

Houxuan viu o outro de mesmo sobrenome de olhos abertos e fechou a cara.

- Quando ele fica bom pra eu arrancar um dos dedos dele?

- Se continuar com isso eu mesmo vou arrancar o seu mindinho - apontou pra porta mandando-o sair e assim ele o fez, pisando tão fundo contra a madeira que poderia parti-la ao meio e ficar presso nela - Por que os garotos de hoje em dia são tão agressivos?

- O Haoxuan é assim desde bebê - Yibo disse baixo ainda deitado sobre a cama, as orbes do médico o olhou sorrindo breviamente. Lembrava agora pelo olhar calmo que ele era o homem encapuzado da noite anterior - Obriga- ai, droga - gemeu de dor ao fazer força com as mãos tentando se levantar.

- Seu pulso está machucado ficou tempo de mais amarrado daquele jeito - o ajudou a se sentar - Não mexa de mais as mãos, não segure nada, não se apoie em nada, precisa colocar água gelada sobre elas para melhorar a dor, deixarei remédio para que tome-

- Mais alguma coisa ou só essas mil e uma? - brincou vendo-o parar de falar no mesmo momento - você é um médico? Não parece um.

- Você está machucado mesmo? Pois não parece - retrucou.

- Um a um. Obrigado por me salvar e por cuidar de mim.

- Séria hipocrisia minha ver o que estava acontecendo e não fazer nada.

As mãos bateram de leve na própria coxa, caminhou pra fora do quarto pequeno em que o mesmo antes durmia. Yibo olhava ao redor, era sua casa, na verdade não era bem sua, ele morava na parte de trás do pequeno estabelecimento do senhor Wang, que era tio dele e pai do outro rapaz. A porta aberta novamente chamou sua atenção mostrando o homem que a poucos segundos saiu, entrando com um pequeno prato de comida na mão.

- Aqui, é pra você comer tem remédio então ficará melhor.

O cheiro bom o fez lamber os lábios, sabia bem que não poderia ter sido feito por nenhum dos dois Wang's, ja que pelo que os conhecia eram péssimos na cozinha, e Yibo então nem se falava. O homem mais alto que sentou-se ao seu lado mexeu a colher colocando-a em sua direção, o olhou meio incerto pelo ato.

- Você... vai me dar na boca? - odiava que tocassem nele, odiava que olhassem ele, na verdade ele estava numa fase de odiar a respiração alheia, ainda mais quando estava machucado. Provavelmente eram os hormônios da juventude, outra coisa que ele também odiava.

- Você é surdo? Eu disse que você não pode tocar em nada, provavelmente se eu te der isso suas mãos vão soltar e você vai sofrer queimaduras, abra logo a boca.

- Impressionante como você diz coisas de forma tão mansa por- - a boca faladora foi interrompida pela colher cheia que a adentrou, mastigou um pouco, se o cheio era bom o gosto, pelos céus, era divino. Abriu a boca de novo ja querendo receber mais e Xiao sorrio pela cena, ele não ligava de fazer aquilo por um paciência, mas o garoto tinha mudado sua expressão de leão selvagem para um gato manhoso em segundos.

Pelas Mãos Do ImperadorOnde histórias criam vida. Descubra agora