𝐃𝐞 𝐫𝐞𝐩𝐞𝐧𝐭𝐞, 𝐇𝐨𝐠𝐰𝐚𝐫𝐭𝐬|| 𝑆. 𝐵𝑙𝑎𝑐𝑘

XVI

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Aiden – nome o qual eu ainda estou me acostumando – passou o caminho me explicando o que descobriu, volta e meia eu interrompia, o que me fez perceber o quão ele odiava ser interrompido. Aparentemente Lord Valdemort – Tio Voldy para os íntimos – ainda era uma mal iminente, não presente. O nome Voldemort já era algo conhecido entre os bruxos, mas isso não significa que todos realmente davam bola para o caso. Coitados, mal sabem até onde essa história vai.

Eram poucos os bruxos que realmente se preocupavam com o bruxo das trevas, mas após o Ministro da Mágia dar uma entrevista ao jornal garantindo que isso não iria adiante, muitos se acalmaram. Ele inclusive usou Grindelwald como argumento, alegando que esse sim deveria de ser a preocupação do mundo bruxo, mas felizmente ele de encontrava preso em Azkaban.

Aiden disse que eu o interrompi antes de poder descobrir mais sobre. Achei que ele revirando os olhos era um sinal para me desculpar, e assim fiz. Trocamos de assunto e começamos a falar de coisas aleatórias, uma delas foi a antiguidade de Hogwarts. Debatíamos sobre qual escola era mais velha, Hogwarts ou Castelo Bruxo. Não escolhemos um lado cada um, apenas discutíamos os fatos, não que houvessem muitos a serem apontados. No meio da discussão lembrei de um pequeno grande detalhe, Ryan. Me alarmei dando uma desculpa qualquer para Aiden e correndo ao encontro do lufano.

E era assim que me encontrava agora, correndo por Hogwarts. Acho que isso virou uma espécie de rotina, mas agradeço por nunca passar por algum monitor ou professor, ou pior ainda, o zelador.

— Opa. — uma voz divertida comenta quando enbarro em si, não precisei sequer olhar para saber quem era, a voz e situação já o denunciaram.

— Sirius. — digo.

Me afastei e pude perceber o quão forte era o cheiro dele. Um odor refrescante, parecia…

— Steph. — fala de volta, cortando minha linha de pensamento — Com pressa? — brinca.

Dou uma leve risada, para então responder:

— O que me denunciou?

Sirius nega com a cabeça enquanto abre um sorriso divertido.

— Não sei. Talvez sua correria? — deu um passo em minha direção — Ou seu rosto corado. — outro passo — Ou talvez você ofegante. — mais um passo, pude sentir meu coração errar a batida — Também tem seu cabelo bagunçando, claro. — agora na minha frente, põe uma mecha de meu cabelo para trás.

Soltei um ar que nem percebi que havia preso e dei graças a qualquer ser divino disponível no momento por já estar corada, assim não daria para perceber a vergonha que fiquei na hora, tanto pela a aproximação repentina de alguém tão bonito, quanto pela descrição de meu estado.

— Quem sabe, né. — dei uma risada nervosa e desviei o olhar.

— É, quem sabe… — murmurou e ficou me encarando.

— Hm… — gemi desconfortável pela forma descarada que me olhava.

— E então? — deu um passo para trás, deixando uma certa distância entre nós — Aonde vai com tanta pressa? — olha ao redor, como se estivesse procurando por minha resposta.

— Ah…! — lembro do porquê estava correndo — Eu preciso ir! — passo direto por ele, mas uma mão em meu braço me impede.

— Steph? — pergunta, pude ver a confusão estampada em seu olhar.

Apertei os lábios em uma linha reta, dar uma explicação completa poderia dar aba para outro assunto e Ryan já esperou demais, isso se ele ainda estava a sua espera, claro. Sem contar que Sirius não parecia ir com a cara do outro e, sinceramente, não tinha tempo para implicância agora.

— Eu deixei alguém esperando, tenho que ir. — respondi rapidamente me virando para ir embora, mas o agarre em meu braço não tinha sido desfeito.

Não entendam errado, não estava apertando, machucando nem nada, eu só realmente precisava ir embora. Ia puxar meu braço para soltar, mas não foi preciso já que Sirius fez a gentileza de o largar. Dei um sorriso de lado agradecida.

— Quer que eu te acompanhe até lá? — inclinou o corpo sugestivo.

Segurei um xingamento e me contentei em reclamar mentalmente. Vamos Sirius, me ajuda a te ajudar, eu estou tentando seriamente deixar alguém que você não gosta longe de você, custa cooperar?

— Não precisa, eu lembro do caminho. — recusei educadamente, torcendo para que deixasse o assunto morrer e simplesmente virasse para ir embora.

— A gente pode ir conversando até lá. — sugeriu.

Senhor, por que me odeias?

Tenho a leve impressão que minha relutância foi óbvia demais, já que de repente Sirius pareceu desanimado e se afastou um pouco.

— Deixa 'pra próxima então. — disse, colocando as mãos nos bolsos.

Ok, agora me sinto um pouco mal. Não é como se eu não quisesse andar com ele, uma parte de mim até queria, eu só não queria que ele acabasse encontrando com o Ryan e falasse mais alguma coisa que deixasse o garoto desconfortável. Mas que droga Sirius, você tinha que parecer um cachorrinho que caiu da mudança.

— Então… Até. — acenou com a cabeça e se virou.

— Olha… — chamo o impedindo de ir embora. Se virou de volta para mim e fiquei alguns poucos segundos em silêncio, formulando o que dizer — Não é que eu não queira ficar com você, é só que agora não dá. Mais tarde a gente se encontra, ok? — tentei soar o mais compreensiva possível.

— Então mais tarde a gente fica? — perguntou calmamente.

— Sim sim. — concordei com a cabeça, quando vi o sorriso sacana que se abriu no rosto de Sirius percebi o que havia dito — Quer dizer…!

— Não é como se eu não quisesse ficar com você. — repetiu minhas palavras — Palavras suas, não minhas. — acrescentou.

— Mas não foi isso que eu quis dizer! — tentei me defender.

— Tarde demais. — deu de ombros — Sem contar que você ainda marcou um encontro depois. — apontou acusatoriamente para mim — Pobre de mim, sem num um café primeiro. — pôs a mão no coração — Estou me sentindo assediado. — limpou lágrimas imaginárias.

Soltei uma risada e dei um tapa de leve em seu braço, pelo menos ele estava animado. Depois dizem que as mulheres que são bipolares

— Agora eu preciso mesmo ir. — digo, recuperada do riso. Sirius concorda com a cabeça.

— Até mais, Steph. — acenou com a mão.

— Até. — acenei de volta e me virei.

Pelo menos consegui evitar uma possível briga.

Após poucos passos, ouvi Sirius me chamar novamente. Me virei curiosa, só esperava que ele não tivesse mudado de ideia.

— Bom tuor com o texugo. — piscou o olho e se virou para ir embora, me deixando de boca aberta no meio do corredor.

Ele lembrava?!