Capitulo 4 - Mensagem

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Gisele Toretto O'conner

Acordei e mesmo antes de abrir os olhos, pude sentir que estava abraçada. Sabia que era Brian pelo seu perfume. Me lembrei de tudo que aconteceu... meus pais, tio Dom e tia Letty foram sequestrados, sabe-se lá por quem, sabe-se la pra onde, sabe-se lá o motivo.
Tentei levantar devagar para não acordar o Brian, mas foi em vão. Assim que tirei minha cabeça do peito dele, ele fez carinho na mesma, revelando que estava acordado. Olhei pra ele e dei um meio sorriso de canto.

—Vou levantar. Ver se eles já tem alguma notícia sobre nossos pais.- disse para Brian, já me levantando.

—Vou com você.- respondeu e me deu um beijo na testa.

Descemos as escadas, encontramos todos que já estavam na casa, junto o Luke e a Samantha.

—Que bom que acordaram. Temos notícias.- disse Remsey com uma cara indecifrável, não dava para saber se a notícia era boa ou ruim. —Tej recebeu uma mensagem criptografada. O computador já está trabalhando nisso. Logo teremos mais notícias.

—Pegou outra blusa minha? - pergunta meu irmão fingindo uma cara de bravo.

—Não, na verdade essa é do Brian. - digo e vejo todos me olharem de canto de olho. —Pode deixar, eu pego uma sua amanhã. - digo rindo e o mesmo me dá um tapa de leve na cabeça, rindo também.

Observando Brian, foquei em seu cordão de cruz. Seu pai o deu quando o mesmo ainda era um bebê, desde então ele não tira do pescoço. Lembrei da aliança dos meus pais. Cada um de nós - mesmo que nossos pais achem que nós não sabemos- tem um acessório com rastreador e sensor de batimentos cardíacos. O meu é uma pulseira que ganhei quando ainda criança, de Jack é um relógio, Brian ficou com a corrente de cruz, meus pais a aliança e tio Dom e Letty a mesma coisa.

—Gente!?- falei como em um salto, agitada. Todos me olharam com um grande ponto de interrogação na cabeça. —As alianças. Elas têm rastreadores.- falei e todos na sala pareceram surpresos por não pensarem nisso.

—Certo, já estou procurando.- disse Tej enquanto olhava para a tela de seu computador e digitava em velocidade extraordinária. —Não sei como não pensamos nisso antes.- disse ainda digitando. —Bingo! Achei o sinal, só falta triangular as torres para ter uma localização mais exata.

Sorri orgulhosa de mim mesma e fui me abraçar ao meu irmão.

—Como se lembrou disso?- perguntou em tom de voz normal, então deu para todos ouvirem. Fiquei meio sem graça com a pergunta, e acho que todos perceberam.

—Brian. Estava olhando pra ele e meus olhos pararam na corrente, logo lembrei dos rastreadores.- disse tentando manter minha voz firme, mas ela falhou um pouco por causa da timidez. Definitivamente todos perceberam isso, porque me olharam do mesmo jeito e depois se entreolharam com um sorrisinho de canto. Brian encarou sua corrente, e então ficou com o olhar vago. —Não fica assim. Vamos achar eles, Brian. Isso é uma promessa, e todos sabem que eu não descumpro promessas.
Brian deu um sorriso sincero e eu fiz o mesmo.

—Estou orgulhoso de você. Cresceu e se tornou uma mulher incrível. -Jack beijou o topo da minha cabeça. —Com certeza puxou ao irmãozão aqui.- disse com humor e eu dei um tapinha fraco no pescoço dele.

—Panaca, está passando tempo demais com Roman.- todos riram e Rom me mandou um falso olhar de indignação, então o mandei um beijinho no ar. É bom sentir o clima um pouco mais leve.

—Consegui descriptografar a mensagem. Gisele, parece que é pra você, só vai abrir depois de escanear sua retina.- diz Tej me entregando o computador. Olhei com uma cara desconfiada, mas peguei e demorou alguns segundos para desbloquear um arquivo.

Gisele Toretto O'conner
Feliz aniversário, princesa! Como foi o seu grande dia? Turbulento, não? Bom... vou direto ao ponto. Quero o resto da equipe do seu pai em 72 horas, ou mato os seus pais e os do seu querido amado. Considere isso um presente de aniversário, estou te dando a chance de salva-los. Tic Tac, princesa! O relógio não para de girar. 

Naquele momento, sinto minha garganta arder e o ar que lutava para entrar em meus pulmões. Percebi que não consigo mais prender algumas lágrimas que teimaram em cair. Mas logo as limpo, na esperança de ninguém tê-las visto.

—Então era isso. Por isso não nos pegaram também. Tínhamos uma utilidade maior aqui e servindo como ponte pra acharem vocês. Sabiam que iríamos reuni-los. Sinto muito. - digo com a voz um pouco embargada.

—Não tem problema, Gisele. Vamos conseguir sair disso sem ninguém se machucar. Não tenho dúvidas. - diz Tej.

—Agora a pergunta do milhão é: "Por que querem toda a equipe junta depois de tantos anos?". - diz o Shaw presente.

—Não sei. Talvez seja um velho inimigo querendo vingança? Alguém que perdeu uma pessoa importante por causa de vocês? Alguém que vocês prenderam? Talvez seja alguém que vocês destruíram o reinado. Vocês já fizeram muita coisa, motivos para arrumar mais de mil inimigos por aí. Eu realmente não sei. - diz Jack já explodindo. Conhecia meu irmão muito bem. Sabia que ele estava nervoso há dias, mas tentando manter o controle. Uma hora ou outra ele ia explodir.

—Se acalma, Jack. Não é culpa deles. Eles nem estavam aqui. Relaxa.

—Tem razão. Me desculpem. - diz sem graça.

—Eu tenho uma outra teoria. - todos me olham curiosos, com olhares que transmitiam encorajamento para que eu concluísse o que tinha falado. —Nas histórias que ouvimos, vocês acabaram com muita gente. Conseguiram quase tudo o que queriam. Fizeram coisas impossíveis. Talvez seja isso que essa pessoa quer. Talvez, mas só talvez, ela esteja querendo a melhor equipe que já ouviu falar, para o benefício dela. Nada mais que um trabalho. - todos me olharam com olhares estranhos. Não sabia dizer se era bom ou ruim.

—Isso faz sentido, Gisele. - diz Sam. Todos presentes concordam.

—Consegui! Achei eles!

Até o fim - Toretto O'connerOnde histórias criam vida. Descubra agora