Gisele Toretto O'conner
Estreito os olhos, esperando pelo impacto. O estranho, é que ele nunca chegou. Olho para o lado e vejo que o barulho foi o carro de Brian sendo atingido. Ele deve ter conseguido ultrapassar o carro em que nossos pais estavam, e... bom, o resto vocês já sabem.
Continuo olhando, e vejo o carro do Brian arder em chamas. Começo a chorar desesperadamente. Entro em pânico. Ali, eu percebi que tinha perdido uma das pessoas que eu mais amava. A pessoa que eu nunca dei a chance de ficar ao meu lado como deveria. Perdi o que eu sentia ser minha outra metade. O meu grande amor. A pessoa que sempre esteve ao meu lado em tudo. Desde sempre. E isso com certeza é pior que a morte. Porque agora sinto que metade de mim morreu. Eu poderia continuar sobrevivendo, mas não realmente vivendo a vida que eu deveria levar. E isso não aconteceu nem há 3 segundos direito. Tudo isso se passa na minha cabeça em velocidade máxima. O carro acabou de explodir.
Percebo que se eu não sair dali em 5 segundos, meu carro vai explodir e eu vou junto. Quando abro a porta do meu lado, vejo o tablet no meu colo. Olho o monitor. 0 batimentos cardíacos na pulseira que antes era minha. Aquilo simplesmente acaba comigo. E, bem na hora certa, percebo que preciso sair do carro. E saio, me afastando um pouco do meu carro, que logo teve o mesmo rumo do de Brian.
Me jogo no chão, simplesmente despedaçada e chorando tudo que eu podia.
—BRIAN! - grito, vendo o carro pegar fogo. Não consigo parar de chorar, e continuo falando. —NÃO! Merda, era pra ter sido eu. Eu tive o plano. Não era pra você fazer isso, Brian. Eu preferia estar morta. - digo não berrando mais, falando em tom normal. Não aguentava aquela sensação.
Sinto um abraço. Vejo meus pais me abraçando. Não consigo sentir alegria ou muito menos parar de chorar ao vê-los, por mais que eu queira. Então me limito a retribuir o abraço. Naquele ponto, todos da equipe já estavam lá. Até mesmo os que anteriormente estavam no loft. Quando ergo o olhar, vejo tio Dom e tia Letty. Eles perderam o filho.
—Me desculpem. Por favor. Eu não queria que ele fizesse isso. Eu juro. Brian entendeu o que eu faria e se jogou na frente. Eu sinto muito. - eles me olham. Eu podia ver dor naquele olhar. —Por favor. Eu juro que isso não estava nos meus planos. Eu preferia estar morta ao deixá-lo fazer isso. Me perdoem. -Vejo tio Dom sorrir, enquanto abraça tia Letty. Sim, sorrir. Não entendo nada.
—Nunca mais fale algo do tipo, Elle. Sabe que eu não suportaria a sua morte. - Eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Era ele. Eu tinha certeza. Quando me virei, o vi ali. Parado. Bem na minha frente. Vivo. O abracei o mais forte que pude, enquanto não parava de chorar. —Elle, Para de chorar. Estamos todos bem. Estou vivo e bem, nossos pais também, Jack já está até entendiado.
Percebi que não posso perder nem mais um minuto ao lado da pessoa que amo. A vida é curta e perigosa, ainda mais do jeito que nós a levamos. Em um segundo, tudo pode mudar. Tiro a cabeça do peito dele, mas continuo com as mãos em volta de sua cintura. Ele segura meu rosto com as mãos, fazendo carinho na minha bochecha. Então, faço o mesmo que ele, e selo nossos lábios. Sim, eu o beijei. Ali. Na frente de toda a nossa família. Mas eu não ligo mais. Tudo que me importa agora, é ele.
—Então tudo o que eu tinha que fazer era jogar meu carro na frente de um carro a mais de 120km/h? Se soubesse, tinha feito antes. - Brian fala quando separamos o beijo.
Então, eu bato nele. Sim, um soco bem no meio da cara.
—Isso é por você me ter feito chorar e por ter arriscado tanto a sua vida. - todos ali presente riem, eu apenas sorri de lado junto com ele. —Agora, como você está vivo? - pergunto o olhando nos olhos e de braços cruzados.
—Diferente de você, eu pulei do carro na hora em que ele virou. Você foi em uma missão suicida! - diz, parecendo um pouco bravo.
—Mas e a pulseira? Eu verifiquei seus batimentos. Estavam nulos. Você tinha morrido. - digo enquanto tento tirar o foco do que fiz. Ele parece entender, mas não fala nada.
—Não, Elle. Quando pulei do carro, a pulseira abriu e caiu longe de mim. Por isso não mostrava nenhum batimento. - volto a abraçar ele.
—Nunca mais faça isso. Eu achei que você tinha morrido de verdade. - falei alto o suficiente para que ele ouvisse. —Eu cogitei ficar naquele carro... - falei em um sussurro, torcendo pra ele não ter escutado.
—Você o que? Elle! - ele diz baixinho, assim como eu. —Vamos conversar sobre isso em casa. - continua sussurrando para que só eu ouvisse. —Vamos, família! - disse alto para que todos escutassem.
Selei mais uma vez nossos lábios de forma rápida e andamos em direção aos carros. Quando cheguei perto dos meus pais, os abracei. Vendo Brian fazer o mesmo com os dele.
—Agora sim eu posso dizer que estou realmente feliz. - falo aos meus pais. Eles entendem o que quis dizer. —Que bom que voltaram pra nós. - digo por fim.
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Até o fim - Toretto O'conner
Fiksi PenggemarGisele Toretto O'conner; Jack Toretto O'conner; Brian Toretto. O que esses nomes têm em comum? Todos são os herdeiros dos "negócios da familia", e junto, dos fardos. Além disso, também carregam uma promessa que fizeram quando crianças: "até o fim"...